Às vezes, por meio de uma discussão, chegamos a uma solução inesperada. Foi isso que aconteceu com o casal Max Tony dos Santos e Marcielle Lima Santos, que havia decidido que iria terminar a união estável, mas mudou de ideia.
Na segunda-feira (20), eles marcaram de assinar a dissolução da união estável, mas uma conversa com servidores do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) mudou a história de amor do Casal e fez com que desistissem do término. Além disso, casaram-se no dia seguinte.
O caso inusitado aconteceu na última semana no fórum da cidade de Pedra Branca do Amapari, no Centro-Oeste do Amapá. Assim, o casal chegou a ir até a Comarca para a abertura da dissolução da união estável. Porém, após conversar com os servidores, decidiram seguir com um casamento civil.
O Tjap ressaltou que recebeu o casal na segunda-feira (20), com a mediadora Nilce Ferreira e o conciliador Elivaldo Silva. Como eles perceberam que ainda havia sentimentos positivos entre o casal, usaram de técnicas de constelação familiar e círculo restaurativo para que Max e Marcielle colocassem as diferenças de lado.
“A gente viu que ainda existia algo em comum entre nós dois. Aí ela [mediadora] perguntou: ‘vocês querem casar hoje?’. Nós respondemos que não, que não dava. Aí ela falou: ‘vão para casa, relaxem e quando for amanhã vocês vêm bem arrumadinhos’. Aí no outro dia a gente voltou ao Fórum e eles tinham organizado casamento, comprado bolo e fizeram a cerimônia”, disse a esposa.
Casal entra na Justiça para dissolver união estável e acaba se casando
Por mais que o casamento fosse uma surpresa para o casal, decidiram conversar e dar um novo passo na relação. “Foi tudo bem surpresa, ninguém esperava, mas foi algo muito emocionante. A conciliadora teve a sensibilidade em ver que ainda existia um sentimento entre nós dois. Algo que a gente não estava conseguindo ver, ela conseguiu em um único dia e poucas horas de conversa”, completou.
Dessa forma, de acordo com a mediadora Nilce Ferreira, o casal estava separado há um ano, mas tentou uma reconciliação. Portanto, a profissional conseguiu que os parceiros desistissem da dissolução e optassem pela conversão da união estável em casamento.
“Percebi que ainda existia amor entre os dois, que estavam muito emocionados. Expliquei todo o procedimento de conversão para o casamento e o fato foi comunicado à juíza da Comarca, que se colocou à nossa disposição”, relatou.
O eletricista de máquinas pesadas, Max, falou que resolveu dar uma nova chance para a relação com Marcielle porque reconheceu que ainda estava apaixonado por ela.
“Ainda existia amor entre eu e a minha esposa. Eu queria voltar e ela também, aí demos uma chance um para o outro. A gente sempre quis casar, mas nunca tinha tido a oportunidade”, comentou.
Vale destacar que o casal está em união estável há 11 anos e, desde março, voltou a viver na mesma casa. No entanto, por conta de problemas pessoais, Marcielle relatou que não havia uma boa comunicação com o parceiro.
A importância do diálogo
“Nesse dia que a gente foi ao Fórum que a gente conseguiu conversar mesmo. A gente nunca tinha tido nenhum tipo de conversa, porque aconteceram muitas coisas, eu fiquei doente, minha filha engravidou, meu filho foi morar em outro estado e tudo isso fez eu ir me fechando”, disse Marcielle.
O casal não possui filho junto. Porém, Max tem dois filhos, de 13 e 15 anos. Já Marcielle é mãe de dois meninos, de 15 e 18 anos, e de uma menina de 17 anos. De acordo com ela, um dos fatores que levou ao desgate da relação foi o pouco tempo que o casal dedicava para a família. Por isso, agora planejam passar mais tempo ao lado dos filhos e curtindo a presença um do outro.
“Nosso plano daqui para frente é curtir mais a família, porque a gente só falava em trabalho, trabalho, trabalho… Agora a gente quer fazer uma viagem para curtir a nossa família, junto com os nossos filhos. A gente não tinha esse momento e meu esposo sempre cobrava, mas nunca dava”, contou.
Depois desse reviravolta chocante, Marcielle percebeu a importância de um bom diálogo numa relação, orientando outros casais a buscarem ajuda antes da decisão de um término.
“Se o casal tiver passando por problemas, uma terapia ajuda, sim. No nosso caso foi muito importante a conversa que a gente teve com o pessoal do Tribunal de Justiça. Se tem amor, por que não dar uma chance? A família é importante. Uma simples conversa fez toda a diferença”, opinou.
Fonte: G1
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