Curiosidades

Uma coisa estranha acontece em Marte durante um eclipse solar

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O eclipse solar é o fenômeno que acontece quando a lua fica entre o sol e a Terra. Ela esconde por completo, ou de forma parcial, a sua luz. É basicamente o que acontece no lunar, mas a ordem dos corpos muda. Deixando de ser a Terra no meio e passando a ser a Lua. Os três corpos precisam estar alinhados, assim dando o efeito necessário para ser considerado tal fenômeno. Talvez, o solar seja o mais admirado pelas pessoas pois é extremamente incomum “anoitecer” no meio do dia.

Mas as luas de Marte não são exatamente com a lua do nosso planeta. A maior delas, Fobos, está muito mais perto de Marte. Em comparação com a órbita de 27 dias da  lua, Fobos gira em torno de Marte em linha com o equador do planeta três vezes a cada dia marciano.

Por isso, os eclipses solares são bem mais frequentes do que aqui na Terra. Fobos passa em frente mas nunca cobre inteiramente o sol para um eclipse anular ou parcial. E como Fobos se move muito rápido, ele nunca transita por mais de 30 segundos.

Mesmo com o curto espaço de tempo, a sonda Mars InSight conseguiu registrar uma coisa peculiar. Surpreendendo os cientistas, durante os eclipses de Fobos, o sismômetro da sonda, que é o instrumento que registra os movimentos do solo para monitorar uma possível atividade de terremoto, se inclina um pouquinho para um lado.

Eclipse

Os pesquisadores do Instituto de Geofísica da ETH Zurique estavam estudando os dados coletados pelo Mars InSight para ver se os efeitos dos eclipses que acontecem aqui na Terra também são vistos em Marte.

Principalmente “quando a Terra passa por um eclipse solar, os instrumentos podem detectar um declínio na temperatura e rajadas de vento rápidas, à medida que a atmosfera esfria em um determinado lugar e o ar se afasta desse local”, explicou o sismólogo Simon Stähler, da ETH Zurich.

O InSight é equipado com sensores de temperatura e vento, mas eles não registraram nenhuma mudança na atmosfera de Marte durante os movimentos de Fobos. E a turbulência atmosférica, temperatura atmosférica e pressão barométrica ficaram praticamente as mesmas com o sol normal.

Entretanto, as células solares registraram os trânsitos. E seria mais curioso se elas não o fizessem já que Fobos pode bloquear até 40% da luz do sol. Por isso os pesquisadores ficaram animados porque alguma coisa saiu como o planejado.

“Quando Fobos está na frente do sol, menos luz solar atinge as células solares e estas, por sua vez, produzem menos eletricidade. O declínio na exposição à luz causado pela sombra de Fobos pode ser medido”, disse Stähler.

Observações

Mas isso foi o esperado. Porque tanto o magnetômetro quanto o sismômetro fizeram leituras estranhas e o sismômetro com sua inclinação inesperada. “Mas não esperávamos essa leitura do sismômetro; é um sinal incomum. Imagine uma moeda de 5 francos, agora, empurre dois átomos de prata sob uma das bordas. Essa é a inclinação da qual estamos falando: 10 ^ -8”, explicou.

Ele não parece ser um falso positivo. O sinal gravado por três trânsitos é fraco, mas real. O que a equipe esperava era que pudesse ser uma reposta sísmica à atração da maré da lua, ou seja, gravitacional. Mas quando eles compararam com outras leituras de atividade sísmica de Marte o sinal não tinha nenhuma semelhança com a atividade sísmica anterior.

Outra hipótese é a de que a corda que conecta o sismômetro ao módulo de pouso se contraiu. Mas isso teria feito uma inclinação na direção contrária ao observado. E uma mudança na temperatura atmosférica poderia ter produzido uma mudança de densidade que empurrou o sismômetro. Mas nenhuma mudança foi detectada.

Entretanto houve um sinal. Um radiômetro infravermelho registrou uma ligeira queda na temperatura da superfície durante o trânsito mais longo. Depois disso teve um período de aproximadamente um minuto e meio enquanto o solo aquecia de volta para sua temperatura normal. E a equipe acredita que essa é a causa mais provável para a leitura estranha.

“Durante um eclipse, o solo esfria.Ele se deforma de maneira desigual, o que inclina o instrumento”, explicou o sismólogo Martin van Driel, da ETH Zurich.

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