Segundo o South China Morning Post (SCMP), pesquisadores do Instituto de Engenharia de Satélites de Xangai propõem que a implementação da tecnologia de levitação magnética seguirá o mesmo princípio do arremesso de martelo no atletismo.
No entanto, a aceleração rotacional aconteceria previamente na cápsula de carga ser lançada para a Terra.
Os especialistas acreditam que, devido às condições únicas do ambiente lunar, como o alto vácuo e a baixa gravidade, as cargas úteis poderão ser transportadas duas vezes ao dia, com um custo estimado em cerca de 10% do valor dos métodos atualmente utilizados.
Eficiente
A eficiência técnica desse sistema de levitação magnética lunar é bastante alta. Por consumir apenas eletricidade e não necessitar de nenhum propulsor, ele será relativamente pequeno em escala e fácil de ser implementado, afirmaram os pesquisadores em seu estudo.
Eles também destacaram que a principal missão será a obtenção de hélio-3 para auxiliar na resolução da crise energética na Terra.
Segundo a equipe, o projeto também irá contribuir para o avanço das tecnologias de mineração espacial, foguetes de lançamento pesados e inteligência artificial (IA).
O método de lançamento com levitação magnética proposto envolve a utilização de um braço rotativo de 50 metros de extensão. Além disso, traria um motor supercondutor de alta temperatura para enviar cápsulas contendo recursos minerados.
Após dez minutos, o braço atingirá a velocidade de rotação necessária para alcançar a órbita lunar, a cerca de um sexto da velocidade cósmica da Terra, direcionando a cápsula de volta à superfície terrestre.
O projeto tem uma expectativa de vida de pelo menos duas décadas, mas seu peso de aproximadamente 80 toneladas requer a espera pelo lançamento do veículo chinês superpesado antes de ser entregue à Lua, conforme relatado.
Projeto
A equipe responsável pelo planejamento da levitação magnética sugeriu sua participação em um projeto conjunto russo-chinês para construir uma estação de pesquisa no polo sul da Lua até 2035.
O acordo entre Rússia e China para a criação da Estação Lunar Científica Internacional (ISLS) ocorreu em 25 de novembro de 2022.
O presidente russo Vladimir Putin ratificou o acordo como lei este ano, com publicação em 25 de julho, estabelecendo a criação da estação em três fases com módulos na superfície e órbita da Lua.
Na terceira fase, além de estudar e desenvolver a Lua, está previsto auxiliar outros países a pousarem no satélite. As datas de implementação de cada fase ainda não estão certas.
Usos de uma levitação magnética
Um lançador de levitação magnética poderia trazer várias facilidades em trabalhos realizados na Lua. Isso especialmente pela gravidade menor no satélite em comparação com a Terra.
Na Lua, onde a gravidade é cerca de 1/6 da terrestre, a energia necessária para lançar objetos ao espaço é significativamente menor. Um lançador magnético pode usar a força para acelerar cargas úteis a altas velocidades. Assim, lançaria os recursos diretamente no espaço ou para órbitas específicas com menos energia do que um foguete químico tradicional.
Ao usar um lançador magnético, seria possível reduzir o custo de enviar materiais da superfície da Lua para o espaço. Dessa forma, tornaria viável a construção de estações espaciais, bases lunares, ou até mesmo o envio de recursos minerados na Lua de volta à Terra.
Além disso, seria mais fácil mover materiais de mineração, como regolito lunar ou minérios, para diferentes partes da Lua ou para fora dela, facilitando a exploração e uso dos recursos lunares.
Ainda, ajudaria a enviar amostras coletadas de volta à Terra para análise, ou para outras missões de exploração no espaço.
Futuro potencial
Futuramente, esse projeto de levitação magnética ajudaria na construção de grandes infraestruturas espaciais. Assim, teríamos mais lugar para explorar e montar bases, por exemplo.
Com locais estratégicos, as missões espaciais diretamente para a Lua se tornariam mais acessíveis, aumentando a eficiência e economizando recursos preciosos.
Cientificamente, poderíamos ter uma estabilidade maior para atuar em ambientes com baixa gravidade. Um lançador magnético traria mais precisão e estabilidade para mover e lançar objetos.
Mesmo em gravidade zero, a aceleração e direção seriam maiores, com mecanismos de controle para ajustar a trajetória, os lançamentos e ter resultados mais positivos nas missões futuras.
Fonte: Notícia Brasil