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Cientistas identificam novo tipo de tempestade

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Um novo tipo de condição climática foi descoberto recentemente. O fenômeno, chamado de “lagos atmosféricos”, consiste em piscinas compactas na atmosfera, de movimento lento e ricas em umidade. Este tipo de tempestade ocorre no oeste do Oceano Índico e segue em direção à África. 

Ao contrário do que se está acostumado, essa tempestade é calma e se move lentamente. Os lagos começam como filamentos de vapor de água, mas crescem até concentrar vapor suficiente para causar chuva. Na região equatorial, onde os fenômenos surgem, a velocidade dos ventos é baixa.

Esses lagos atmosféricos são semelhantes aos rios atmosféricos já conhecidos pela ciência. Os rios atmosféricos, por sua vez, são regiões de umidade concentrada na atmosfera. São formados por massas de ar carregadas de vapor de água e costumam ser extensos, enquanto os lagos atmosféricos são menores.

Em uma análise de cinco anos de dados meteorológicos, a tempestade mais duradoura permaneceu no ar por 27 dias no total. “Esses corpos de vapor às vezes se deslocam para o oeste ao longo da costa leste da África, trazendo chuva para aquela área semi-árida”, explica um resumo da pesquisa que analisou o fenômeno, apresentada no Encontro de Outono de 2021 da União Geofísica Americana.

NOAA

O estudo

Ao longo de cinco anos, foram descobertos 17 lagos atmosféricos com duração superior a seis dias, a 10 graus do Equador. Para compreender a tempestade, foi preciso analisar também as mudanças climáticas e como elas interferem no fenômeno.

Isso porque, se o aumento das temperaturas de alguma forma alterar a formação e o movimento dos lagos atmosféricos, as chuvas que atingem a costa leste da África podem ser diretamente afetadas. Nessa região, que é muito seca, as chuvas são extremamente necessárias.

A pesquisa, que se deu por meio de satélites, também indicou que os lagos atmosféricos se formam várias vezes por ano. Com isso, foi possível perceber que não há uma posição fixa na qual eles surjam. Eles estão, de certa forma, à deriva.

Pesquisas futuras

Pesquisas mais aprofundadas ainda precisam ser realizadas. Mas, até aqui, os cientistas acreditam que a principal diferença entre os lagos e os rios atmosféricos é que os ventos da região equatorial são tão fracos que tudo pode afetar nesses lagos atmosféricos, sejam ventos formados dentro dos próprios lagos ou algum outro padrão vulnerável às mudanças climáticas.

Tempestades comuns costumam se formar em vórtices de vento e chegar ao solo com força. Os lagos atmosféricos, por sua vez, resultam apenas na formação de chuvas. Se elas serão fortes ou fracas, depende de outros fatores.

O que chama atenção no estudo conduzido até aqui é que os rios atmosféricos já haviam sido registrados, enquanto os lagos só se tornaram objeto de pesquisa agora. Um dos possíveis motivos para isso é que essas “piscinas” vagam pela atmosfera e, mesmo que aconteçam várias vezes ao ano, podem surgir em locais diferentes em uma mesma região, que é na atmosfera acima do Oceano Índico.

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