A ansiedade tem sido cada vez mais comum entre as pessoas e vem se tornando um problema de saúde pública. Muitas pessoas podem pensar que a ansiedade é conferir o celular várias vezes à espera de novas mensagens, ficar preocupado com um compromisso importante no final de semana, ou não conseguir dormir pensando na prova que você irá fazer no outro dia. Mas, na verdade, ela vai muito além disso. Contudo, uma das coisas que podem engatilhar a ansiedade é o excesso de notícias negativas.
Por mais que seja um sintoma de preocupação e empatia das pessoas quererem se manter informadas a respeito de acontecimentos importantes, como por exemplo, catástrofes naturais, crises humanitárias, tensões políticas ou conflitos bélicos, se expor de forma constante a excessiva a esse tipo de conteúdo pode acarretar em efeitos prejudiciais para a saúde mental.
“A constante saturação de informações de alto impacto está afetando significativamente o bem-estar emocional das pessoas. Esse fluxo contínuo de conteúdos alarmantes pode intensificar a ansiedade e o desgaste mental, dificultando a gestão das emoções e, em certos casos, gerando uma sensação duradoura de mal-estar”, explicou Conchita Sisí, psicóloga e diretora da Clínica Salud en Mente.
Esse ataque da ansiedade pelo excesso de notícias negativas é conhecido como doomscrolling. Isso acontece porque quando uma pessoa fica muito tempo procurando atualizações a respeito de acontecimentos trágicos, o sistema nervoso fica em um estado contínuo de alerta e, consequentemente, aumenta o estresse do corpo, afetando a capacidade de relaxar e desconectar.
Ansiedade e notícias negativas
Por mais que se saiba que a ansiedade acaba sendo atacada pelo consumo excessivo de notícias negativas, as pessoas parecem ficar viciadas em consumir esse tipo de notícia.
Na visão de Gloria Rodríguez, psicóloga especialista da Qustodio, isso acontece por conta do instinto de sobrevivência: “Essas notícias geram emoções primárias como medo, raiva ou tristeza, que ativam áreas do cérebro associadas à sobrevivência, um mecanismo que todo ser humano possui. Precisamos estar informados para sobreviver às tragédias, e quanto mais informações temos, pensamos que seremos mais preparados e saberemos nos antecipar aos perigos. Por isso, uma busca gera a necessidade de buscar mais”.
Contudo, sabendo que isso não é uma coisa boa de se fazer, é necessário entender como agir para continuar informado, mas sem sobrecarregar a mente. Nesse ponto, Sisí falou algumas estratégias. São elas:
- Limitar o tempo de exposição – fazer isso estabelecendo horários específicos para ver as notícias e não de forma compulsiva durante o dia todo.
- Escolher fontes confiáveis – limitar a no máximo duas ou três fontes de diferentes formatos. Isso pode diminuir o impacto emocional negativo evitando o excesso e a desinformação.
- Pausas digitais – para desconectar é interessante que a pessoa faça outras coisas como exercícios, meditação ou leitura.
- Ter limites nas redes sociais – usar o controle de tempo e evitar conteúdos sensacionalistas ou alarmistas também ajudam a melhorar a saúde mental.
- Compartilhar as preocupações – falar com amigos, familiares ou profissionais pode ajudar bastante a diminuir a sensação de isolamento e angústia.
Fonte: Glamour
Imagens: Louveira