A geração atual tem fixo na mente o peso de se viver uma pandemia ocasionada por um vírus. Sendo assim, ninguém gostaria de ser levado para o período entre o fim de 2019 e o começo de 2020. Por isso, precisamos estar sempre atentos ao que os estudos nos dizem a respeito dos riscos de se ter novos contágios em massa.
Nesse sentido, cientistas americanos e sul-africanos estão calculando os impactos do aquecimento global na transmissão de vírus entre espécies diferentes. Foi isso que aconteceu durante o surgimento da Covid-19, e segundo os pesquisadores, a tendência é que as mudanças climáticas façam essas passagens entre animais distintos se tornarem cada vez mais constantes. Os dados estão na revista científica Nature.
A nociva destruição de habitats
Em resumo, o artigo descreve que, até 2070, as transmissões de vírus entre espécies distintas deve aumentar em até 4 mil vezes. Com isso, surge uma forte tendência de que os seres humanos se incluam nesses ciclos de contágio. De acordo com a microbiologista Natália Pasternak, as elevações das temperaturas globais ocasionam contatos indesejáveis.
Previsões pessimistas
Apesar de vários alertas serem emitidos, líderes mundiais ainda engatinham na efetiva redução de gases de efeito estufa. Em novembro do ano passado, aconteceu a COP26, cúpula climática da ONU que registrou promessas de conseguir manter a elevação da temperatura abaixo de 1,9ºC, um número melhor que a meta de 2ºC.
Essas previsões se deram com gancho nos objetivos de longo prazo que as nações firmaram na reunião. A título de exemplo, a Índia visa zerar suas emissões até o fim de 2070, ano em que os vírus podem passar de um animal para outro em um ritmo 4 mil vezes maior do que hoje.
Porém, a Climate Action Tracker mostrou que esse otimismo não tinha base real. Isso porque os acordos de curto prazo firmados são insuficientes, e deixariam ocorrer um aumento de 2,4ºC na temperatura global. Sem dúvidas, isso seria um desastre para o planeta e para os seres humanos.
Basicamente, essa elevação aumentaria o nível do mar por conta do derretimento das geleiras e ainda provocaria secas em diversas partes do mundo. Além disso, as tempestades seriam cada vez mais violentas, o que geraria inundações ainda mais graves. Agora, com o estudo que dá título a essa matéria, colocamos nessa cesta de efeitos o risco de novas pandemias com vírus que estavam em outras espécies.
Fonte: Veja Saúde, Um Só Planeta.
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