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Como o olfato pode estar nos levando para um dieta mais equilibrada?

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A maioria dos seres humanos possui cinco sentidos, que ajudam a perceber o mundo ao seu redor. A ciência já estudou novos sentidos que podem mostrar que temos até mais que os consagrados tato, paladar, olfato, audição e visão. Mas dentre os cinco principais cada um tem uma importância específica. Contudo, eles podem trazer algumas surpresas.

Como por exemplo, um novo estudo descobriu que o nariz das pessoas pode estar orientando para que elas tomem decisões alimentares mais equilibradas. O levantamento foi realizado com 30 participantes e eles comeram pãezinhos de canela ou pizza. Nisso, os pesquisadores descobriram que as pessoas se tornaram menos sensíveis a esses cheiros do que quando ainda estavam com fome.

A maioria sabe que o olfato pode influenciar o sabor de uma comida. No entanto, o novo estudo sugere que o sabor de algum alimento pode influenciar o olfato. E isso faz com que as pessoas sejam levadas mais para alguns alimentos e para longe de outros.

Olfato

De acordo com as suspeitas dos pesquisadores, essa é a forma com que o cérebro tem de garantir que alguém não coma muito da mesma coisa. Isso pode ser uma possível estratégia adaptativa para otimizar a busca por comida.

“Se você pensar em nossos ancestrais vagando pela floresta tentando encontrar comida, eles encontram e comem frutas e não são mais sensíveis ao cheiro de frutas vermelhas. Mas talvez eles ainda sejam sensíveis ao cheiro de cogumelos, então isso poderia, teoricamente, ajudar a facilitar a diversidade na ingestão de alimentos e nutrientes”, explicou o neurologista Thorsten Kahnt, da Northwestern University.

Pesquisas anteriores tinham revelado que as opiniões subjetivas das pessoas a respeito de se determinados alimentos têm um cheiro agradável ou não depende do que a pessoa comeu. Já esse novo estudo procurou determinar se a fome e a saciedade podem afetar e alterar essa sensibilidade aos cheiros.

Até o momento, apenas alguns estudos em animais e um em humanos exploraram essa ideia. Isso quer dizer que ainda existem várias perguntas sem resposta.

Estudo

Alguns levantamentos feitos com roedores descobriram que o jejum pode influenciar o nível de atividade do bulbo olfatório, que é quem processa o cheiro no cérebro.

Em 2019, dois dos autores dessa nova análise descobriram que a privação de sono nos humanos pode aguçar os cheiros dos alimentos de alta energia no córtex insular. Ela é uma parte da via olfativa que responde a estímulos associados aos alimentos.

Embora os resultados tenham sido preliminares, eles sugeriram que o apetite pode influenciar a sensibilidade a determinados cheiros.

Nesse novo estudo, os 30 participantes foram ao laboratório com fome. Tendo ficado em jejum por, pelo menos, seis horas. E dentro de um scanner de ressonância magnética, eles foram apresentados a 10 cheiros. Todos tinham uma mistura de dois odores. Um dos cheiros era de pizza ou pãezinhos de canela, e o outro era um de pinho ou cedro.

Experimento

A proporção da mistura dos odores entre alimentos e não-alimentos era diferente em cada uma das 10 amostras. Então, os participantes tinham que determinar qual cheiro eles achavam ser mais dominante para cada um. Sendo ele de pizza ou pinho, ou cedro ou canela.

Antes de completarem a tarefa, os participantes se alimentaram com pizza ou pãezinhos de canela. “Em paralelo com a primeira parte do experimento em execução no scanner de ressonância magnética, eu estava preparando a refeição em outra sala. Queríamos tudo fresco, pronto e quente, porque queríamos que o participante comesse o máximo que pudesse até que estivesse bem farto”, pontuou a neurologista da Northwestern e primeira autora do estudo, Laura Shanahan.

Depois disso, os participantes conseguiram identificar de forma rápida os odores com mais pureza. Ou seja, quando um cheiro era claramente dominante. Mas quando a mistura ficava mais uniforme, o que tinham comido antes parecia impactar sobre o odor que sentiam.

Observações

No entanto, quando eles estavam com fome, no começo do estudo, conseguiam distinguir melhor o odor dominante. Então, analisando os resultados das máquinas de ressonância magnética, os pesquisadores descobriram um padrão parecido acontecendo no cérebro.

Diferentes vias olfativas se ativam depois de uma refeição do que antes dela. Contudo, as varreduras cerebrais de ressonância magnética são limitadas. Isso porque elas não são capazes de medir a atividade neural diretamente no bulbo olfatório. Por conta disso, os estudiosos ainda não sabem onde essas mudanças na percepção do odor estão realmente acontecendo.

“Estamos acompanhando como essas informações são alteradas e como as informações alteradas são usadas pelo resto do cérebro para tomar decisões sobre a ingestão de alimentos”, concluiu Kahnt.

Fonte: https://www.sciencealert.com/what-you-just-ate-might-influence-what-you-re-smelling-in-the-kitchen

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