Curiosidades

Como o ruído branco poderia salvar milhões de pássaros?

0

Nosso mundo é extremamente diverso e amplo. Há diversidade em tudo, perpassando por povos, culturas, fauna e flora. Ademais, uma das maiores evoluções desde os tempos passados foi a dos pássaros. Esses “donos” do céu conseguem encantar qualquer um com suas cores, tamanhos e voos acrobáticos. Existem mais de 10 mil espécies de pássaros no mundo. Como esperado, a variedade é imensa, e existem pássaros de todos os tamanhos, indo do enorme avestruz até o pequeno beija-flor abelha.

Contudo, com o desenvolvimento humano, os pássaros estão cada vez mais em risco. Isso porque bilhões deles morrem anualmente por conta de colisões com edifícios de vidro altos, torres de comunicação e linhas de energia. Esse número é bastante assustador, já que ele deve aumentar ainda mais conforme as cidades crescem em largura e altura.

Felizmente, um estudo recente sugeriu que pode existir uma forma de consertar esses erros humanos que são mortais para os pássaros. A solução seria instalar faróis acústicos que emitem ruído branco em rajadas curtas. Com isso, os pássaros migratórios que estiverem na rota de colisão com essas estruturas poderiam ser parados e evitar uma possível morte.

Pássaros

News Scientist

Nesse sentido, foram realizados testes de campo com dois tipos de sinais sonoros que diminuíram a atividade dos pássaros ao redor das torres de comunicação em até 16%. Como resultado, os pesquisadores acreditam que os faróis acústicos podem também diminuir o risco de colisão dos pássaros com as turbinas eólicas.

“As turbinas eólicas são construídas para aproveitar a energia dos mesmos fluxos de vento que os pássaros migratórios viajam. É uma área de conflito de alto potencial entre as aves migratórias e o desenvolvimento humano”, explicou o biólogo conservacionista Timothy Boycott, do William & Mary College, que liderou o estudo.

“Estamos construindo estruturas em um ritmo mais rápido do que em qualquer outro momento na história da humanidade. O vidro é visto como um material de construção realmente atraente e barato. E isso não é bom para os pássaros”, pontuou Jared Elmore, ecologista da vida selvagem, que não esteve envolvido com o estudo.

Técnica

ABC

Embora se tenha criado todos os tipos de estratégias para diminuir o número de mortes de pássaros por conta das colisões, como por exemplo vidros padronizados e cortinas de corda e luzes de laser, elas não são sempre eficazes. Provavelmente, porque os pássaros veem o mundo de uma forma diferente dos humanos.

A maior parte dos pássaros tem olhos de cada lado da cabeça, voltados para fora. Isso significa que eles voam de cabeça para baixo e asas para cima. Como resultado, eles tem um ponto cego bem à frente deles.

Além dos prédios e estruturas, as pás das turbinas eólicas que cortam caminhos também são um potencial perigo para os pássaros.

Por conta desses fatores, Boycott e sua equipe pensaram que os sinais sonoros poderiam ser um aviso de segurança melhor para os pássaros que se acabam se aproximando, de forma rápida, de uma estrutura feita pelos humanos.

Nos últimos testes de campo, feitos durante a migração do outono da América do Norte, os alto-falantes emitiram ruído branco em rajadas de 30 minutos ao redor de duas torres de comunicação na Península de Delmarva, na costa leste dos Estados Unidos.

“É uma área geográfica que vê uma abundância incrivelmente alta de pássaros se movendo. E essas aves estão se movendo para o sul ao longo da rota de passagem migratória do Atlântico, indo para o sul, até a ponta da América do Sul em alguns casos”, explicou Boycott.

Testes

Philly voice

Nos testes com os alto-falantes instalados na base das torres, dois tipos diferentes de ruído branco foram testados durante seis dias.

“Ambos eram de amplo espectro, um tipo de som estático e sibilante. Com um para corresponder ao alcance de audição de muitos pássaros e outro, em frequências mais altas, escolhido para se destacar do ruído de fundo”, pontuou Boycott.

Além disso, se usou câmeras para capturar o comportamento do voo de mais de 1.500 pássaros passando a 100 metros das duas torres de comunicação. Com isso, os pesquisadores conseguiram registrar os pássaros que foram potencialmente salvos, ao invés de registrar os pássaros mortos, como os estudos anteriores.

“Os pássaros ficaram mais longe das torres e desviaram mais suas trajetórias de voo das torres. O que pode indicar que frequências mais baixas são mais claramente audíveis para os pássaros. Embora possa variar de espécie para espécie”, observou Boycott.

“Estudos futuros seriam realmente importantes para ver como essas diferenças no comportamento de voo realmente se traduzem em mortalidade em terra. Seria de grande valor estender este teste a outras épocas do ano, a outras paisagens e marinhas e a outras estruturas que apresentam riscos de colisão”, concluiu ele.

Fonte: Science Alert

Imagens: News scientist, ABC, Philly voice

Estudo mostrou que um ritual viking extremamente bruto era possível

Artigo anterior

Veja a evolução da Terra na árvore genealógica mais detalhada já feita

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido