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Conheça a aldeia africana onde homens são proibidos de entrar

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Rebecca Lolosoli nasceu na tribo de Samburu, onde não se sentia livre e teve de enfrentar as situações mais diversas. E nenhuma delas era positiva, muito pelo contrário. Depois que se casavam, as mulheres de lá eram uma propriedade de seu marido e não tinham sua liberdade garantida, em nenhum aspecto. Rebecca chegou a frequentar a escola e começou a faculdade de enfermagem, mas não conseguiu concluir por falta de pagamento. Foi então que, aos 18 anos, ela se casou com um homem que deu de dote 17 vacas para seus pais. No entanto, as coisas não deram certo e ela decidiu criar uma aldeia onde homens são proibidos de entrar.

Calma, as coisas não aconteceram assim de forma tão instantânea, foi um processo. Lembra o que dissemos sobre não respeitarem a liberdade de Rebecca? Isso a deixou chateada ao ponto de ela decidir sair de casa.

Rebecca e seu espírito independente

Apesar de Rebecca não considerar seu marido uma pessoa ruim, ele não a aceitava completamente. A mulher queria crescer e ser independente e por isso começou a vender alguns itens na aldeia. No entanto, os homens da aldeia não gostaram e a espancaram. Seu marido não fez nada. Mesmo assim, ela não desistiu, começou a falar com as mulheres da tribo sobre elas terem direito a segurança e proteção.

E por defender essas ideias, numa outra vez que seu marido viajou, ela foi espancada novamente. Dessa vez, ainda mais intensamente, tanto que ela teve de ser hospitalizada. Novamente, seu marido não disse e nem falou nada. Toda situação foi demais para Rebecca que, quando saiu do hospital, decidiu também sair da aldeia.

Umoja

E não pense que Rebecca fez isso sozinha, levou consigo outras mulheres da aldeia que pensavam como ela. Mulheres que estavam cansadas de sofrer violências e de não ter liberdade. Na aldeia, inclusive, várias mulheres foram estupradas por soldados britânicos que acampavam na região e as atacavam. O pior de tudo é que elas não tinham a quem recorrer quando isso acontecia. Se contassem aos seus maridos, poderiam ser expulsas da aldeia, junto com os filhos. Por isso, falavam do assunto apenas entre elas.

Foi então que, em 1990, elas criaram a aldeia Umoja, que quer dizer “Unidade”. A tribo foi criada em um local com trechos indesejados e com barracas de lama e esterco que elas mesmas criaram. Elas então começaram a trabalhar da forma que podiam. Vendendo bebidas e produtos artesanais produzidos por elas mesmas. Foi assim que conseguiram arrecadar 200 mil xelins, algo em torno de 1200 dólares que usaram para o terreno de um acampamento na beira da estrada. E é com esse novo terreno que elas têm mais uma forma de arrecadar dinheiro para a tribo, vendendo os produtos artesanais para os turistas que vão fazer safári na região.

E não pense que essa coisa de homens não é levada a sério. Os homens são estritamente proibidos no local. Apenas 1 homem vai a tribo diariamente, para cuidar dos animais. No entanto, é apenas isso. Ele não pode morar e deve sempre obedecer as mulheres da tribo. E assim elas vivem felizes, com suas escolas e a liberdade que tanto sonharam, sem ter de lidar com agressões ou desrespeito de nenhum homem.

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