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Conheça as histórias por trás da “estrada mais perigosa do mundo”

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A Estrada da Morte (Camino de la Muerte), na Bolívia, é conhecida como a rodovia mais perigosa do mundo. Nomeada oficialmente como Camino a los Yungas, a estrada vai de La Paz até os vales subtropicais yungas e as planícies amazônicas mais além, percorrendo 64 km, com uma descida acentuada de 3.500 metros.

A rodovia possui partes com apenas três metros de largura, uma série de curvas fechadas e cegas. Além disso, minicachoeiras caem na face rochosa ao redor.

O local se torna ainda mais perigoso quando consideramos que as barreiras de segurança só aparecem raramente. Em contrapartida, diversos obituários estão presentes na beira da estrada com as cruzes brancas, ramos de flores e fotos amareladas.

A estrada mais perigosa do mundo

Foto: Harald Von Radebrecht/Alamy/Via BBC

Durante a década de 1990, diversas pessoas morreram nessa estrada, construída por prisioneiros de guerra paraguaios após a catastrófica Guerra do Chaco (1932 – 1935). Por causa disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento a descreveu como “a estrada mais perigosa do mundo”.

Apesar da rodovia também possuir enormes crateras, desvio em torno do trecho mais perigoso, a reputação medonha do local transformou a estrada em atração turística, atraindo diversos viajantes.

A rota também é importante para acessar a região das Yungas (“terras quentes” na língua indígena aimará, falada por cerca de 1,7 milhão de bolivianos). Essa zona de transição fértil com uma grande biodiversidade está localizada entre os Andes e a Amazônia. Além disso, está relacionada a dois grandes recursos naturais: a coca e o ouro.

Coroico

Foto: Streetflash/Getty Images/Via BBC

A cidade de Coroico, que antes era um centro de mineração de ouro, mas agora é uma cidade turística, pode ser acessada depois de duas horas na Estrada da Morte.

O local possui uma encosta verde-esmeralda, um clima ameno, vistas panorâmicas de colinas ondulantes e locais mais baratos para comer e dormir. Além disso, os solos ricos e chuvas abundantes fizeram das Yungas um centro agrícola.

Anteriormente, a cidade do Coroico era um celeiro para os incas e impérios anteriores, como o Tiwanaku. Essa tradição continua atualmente, podendo ser notada pelas técnicas de cultivo em degraus nas encostas com plantações de café, banana, mandioca, goiaba, mamão e frutas cítricas.

O local também conta com a presença de arbustos com galhos finos, folhas ovais e frutos avermelhados: a coca.

Estrada da Morte e a coca

Foto: Deposiphotos

A Estrada da Morte também é importante para acessar os dois terços da platanção de coca que estão nas Youngas.

As folhas, ricas em vitaminas e minerais, agem como um estimulante natural, ajudando a neutralizar o mal da altitude; matar a fome, a sede e o cansaço; além de auxiliar na digestão e suprir a dor.

Há 8 mil anos, a coca tem sido usada em cerimônias religiosas e como remédio, moeda e lubrificante social. A princípio, os espanhóis demonizam a planta, mas após observar o efeito que ela tinha sobre os povos indígenas forçados a trabalhar nas minas e nas plantações, as autoridades coloniais decidiram comercializar a colheita.

Já no século 19, a coca — e seu alcaloide psicoativo, a cocaína — se tornou cada vez mais popular na Europa e na América do Norte, aparecendo em bebidas, medicamentos e em diversos produtos.

Entre eles, está a “French Wine Coca”, bebida criada pelo farmacêutico e ex-soldado confederado John Pemberton. Originalmente, o produto incluía mistura de cocaína e álcool, além de extrato de noz-de-cola, rico em cafeína.

Anos depois, se transformou na Coca-Cola. Atualmente, a bebida não conta com a cocaína e o álcool, mas ainda usa o extrato de folha de coca sem cocaína como aromatizante.

Vale lembrar que a cocaína e produtos à base de cocaína eram legais em toda a Europa e América do Norte no final do século 19 e início do século 20. A droga foi proibida após ser associada à dependência e à criminalidade.

Apesar de ser proibida em diversos países, a coca continua legal na Bolívia. A planta é usada regularmente por um terço da população (a cocaína, no entanto, é ilegal).

Estrada para o Rio Coroico

Foto: Petr Liška/ gigaplaces.com

O Rio Coroico, outro local que depende da Estrada da Morte para ser acessado, é o símbolo de outro recurso natural das Yungas: o ouro. A chamada “rota do ouro” se estende por 350 km e atrai garimpeiros há séculos.

Mesmo que o local seja rico em depósitos de ouro, ele nunca produziu o suficiente para saciar o apetite dos conquistadores. Por causa disso, inúmeros rumores de fortunas perdidas e tesouros escondidos rondam as Yungas e regiões vizinhas.

Fonte: G1

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