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Portadora de nanismo compra apartamento todo adaptado em Fortaleza

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Infelizmente, nascer com nanismo é sinônimo de ser estereotipado e olhado de forma diferente por todos. Essas pessoas enfrentam muitas dificuldades na hora de se encaixar na sociedade, visto que quase tudo é criado para as pessoas com o tamanho comum.

Por conta disso, pessoas com nanismo têm sonhos que parecem simples, mas fazem toda diferença no dia a dia delas, como por exemplo, ter uma casa que seja funcional para elas.

A servidora pública Carla Abreu, de 39 anos, é portadora de nanismo e enfrenta dificuldades de acessibilidade todos os dias quando sai de casa. No entanto, felizmente, dentro de casa ela não precisa lidar com elas. Isso porque, em 2020, ela conseguiu realizar seu sonho de comprar uma casa, em Fortaleza, totalmente adaptada para sua altura. Carla deve receber o imóvel já nos próximos dias.

Dificuldades

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Em entrevista, a portadora de nanismo contou que ela encontra dificuldades em usar banheiros públicos. Além disso, para sacar dinheiro em um caixa eletrônico, por exemplo, ela tem que levar um banquinho para subir e ter altura suficiente para fazer a transação.

Por mais que ela enfrentasse dificuldades na rua, na casa de seus pais tudo sempre foi adaptado para ela, como por exemplo, a pia, banheiro e tomadas.

“Eu nunca fui tratada, em razão da deficiência, de uma forma diferente, com preferência ou diferenciada. Mas a minha diferença era vista. Ela não era uma coisa que as pessoas viam como inexistentes, com invisibilidade. Ela era visível, porém, naturalizada. Meus pais desde sempre foram assim. Meu pai comprou um carro quando eu fiz 18 anos, a gente já foi vendo como é que fazia para adaptar, se iria dar certo, e eu dirijo há mais de 10 anos”, contou.

Mesmo assim, Carla teve que lidar com os estereótipos com relação ao nanismo durante sua vida. “Ainda tem muito estereótipo em relação à pessoa com nanismo. Foi muito construída culturalmente essa cultura de estereótipo. Se construiu uma figura em relação às pessoas com nanismo. As pessoas em geral não dividem, não fazem essa divisão entre o que é um estereótipo construído culturalmente e o que é uma pessoa na vida real dela. Nem todo mundo vai ser igual àquela pessoa que está ali”, disse.

Embora lidasse com esse preconceito e estereótipo, a mulher fez pós-graduação e foi aprovada em um concurso público federal. E com o passar do tempo, Carla começou a pensar em ter seu próprio patrimônio e ter um lugar só dela.

Procurando imóvel

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“Trabalhando, você vai construindo patrimônio ao longo dos anos e tudo. Aí, pensei: ‘agora tá na hora de dar mais esse passo de ter o meu lugar, de morar sozinha, me virando mais sozinha e tudo mais”, disse.

Antes de fechar o contrato para a compra do seu apartamento, Carla visitou vários imóveis já prontos. Entretanto, o que ela mais viu foram apartamentos sem adaptações, tanto no prédio em si como dentro das unidades.

Felizmente, ela encontrou a Dasart Engenharia, uma construtora com a qual ela conseguiu fechar um acordo para que o seu imóvel, que ainda estava na planta, fosse adaptado para ela.

“Eu tinha visitado outros apartamentos sem ser na planta. Visitei vários já prontos, mas eu me deparava às vezes com o elevador, o botão, sem eu conseguir apertar, a mobilidade interna do apartamento mais difícil para mim. Às vezes também dentro do apartamento eu via que para eu ter autonomia lá, eu ia ter que fazer muita coisa, e depois que a obra tá feita, é um pouco mais custoso, demora e gera um custo maior”, contou.

Casa dos sonhos

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Em entrevista, Eliezer Albuquerque, gerente de produto da construtora, disse que as modificações feitas pela portadora de nanismo vão desde a chegada dela no estacionamento até o acesso à unidade. Além disso, também foram feitas alterações no apartamento, como por exemplo, as tomadas mais baixas e chuveiro à altura da moradora.

“No momento em que ela chegou com o desejo dela de ter o apartamento dela, a gente teve que ter, realmente, uma atenção especial. Foi um desenvolvimento que a gente discutiu muito. Foram idas e vindas de projetos, e quando a gente estava finalizando a obra, as visitas dela na obra para ela verificar se realmente estava do jeito que ela queria, se era daquela altura correta, se era daquela forma, então isso não foi simplesmente um projeto passado que a gente executou. Teve toda uma história para que a gente conseguisse ter sucesso nessa entrega da unidade dela”, explicou Eliezer.

O imóvel que Carla comprou foi em um prédio no Bairro Cocó, na capital cearense. Alguns dos apartamentos já começaram a ser entregues, e ela deve receber o apartamento dos seus sonhos já nos próximos dias.

Fonte: G1

Imagens: G1

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