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Conheça o jogo que pode ser controlado pela mente e ainda ser jogado com amigos

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Você sabia que já existe um novo sistema de interface cérebro a cérebro? BrainNet é revolucionário porque permite que três pessoas joguem uma espécie de Tetris, usando nada mais do que a mente. “Os seres humanos são seres sociais que se comunicam entre si para cooperar e resolver problemas que nenhum de nós pode resolver sozinhos”, diz o autor Rajesh Rao, professor da Escola Paul G. Allen de Ciência da Computação e Engenharia. Além disso, ele também é diretor do Centro de Neurotecnologia da Universidade de Washington. “Queríamos saber se um grupo de pessoas poderia colaborar usando apenas seus cérebros. Foi assim que surgiu a ideia da BrainNet: onde duas pessoas ajudam uma terceira pessoa a resolver uma tarefa”. O jogo que pode ser controlado pela mente é o primeiro passo para tecnologias de interface cerebral.

Como em Tetris, o jogo mostra um bloco no topo da tela e uma linha que precisa ser completada na parte inferior. Duas pessoas, chamadas de “Emissores”, podem ver tanto o bloco quanto a linha, mas não conseguem controlar absolutamente nada. A terceira pessoa (Receptor) tem acesso ao bloco.

Assim, tem o direito de inferir ao jogo se deve ou não girar o bloco para completar a linha. Cada emissor certifica-se sobre a maneira que o bloco precisa ser girado e, em seguida, passa essa informação para o cérebro do receptor. A informação é processada e o jogador envia um comando pelas suas ondas cerebrais.

Cinco grupos de trio jogaram 16 rodadas da plataforma. Para cada grupo, todos os participantes estavam em salas diferentes. Não podiam ver, ouvir ou falar um com o outro. “Uma vez que o remetente toma uma decisão sobre girar o bloco, ele envia ‘Sim’ ou ‘Não’ ao cérebro do Receptor, concentrando-se na luz correspondente”, diz o primeiro autor, Linxing Preston Jiang. Ele é um estudante do bacharelado combinado da Allen School.

Tecnologia por trás do jogo que pode ser controlado pela mente

Os remetentes usavam toucas de eletroencefalografia, que captavam a atividade elétrica em seus cérebros. Os diferentes padrões piscantes das luzes acionam tipos únicos de atividade cerebral. Quando os remetentes observaram a luz para a seleção correspondente, a touca captou esses sinais.

Assim, foi possível que o computador fornecesse feedback em tempo real, exibindo um cursor na tela que se movia em direção à escolha desejada. As seleções foram traduzidas em “Sim” ou “Não”, que poderiam ser enviadas pela Internet para o Receptor.

“Para entregar a mensagem ao Receptor, usamos um cabo que termina com uma varinha que parece uma pequena raquete atrás da cabeça do Receptor. Esta bobina estimula a parte do cérebro que traduz os sinais dos olhos”, diz a coautora Andrea Stocco, professora assistente do departamento de psicologia e do Institute for Learning & Brain Sciences.

“Nós essencialmente ‘enganamos’ os neurônios na parte de trás do cérebro para espalhar a mensagem de que eles receberam sinais dos olhos. Em seguida, os participantes têm a sensação de que arcos ou objetos brilhantes aparecem de repente diante de seus olhos”, continua.

Se a resposta fosse “sim, gire o bloco”, o receptor veria o clarão luminoso. Se a resposta fosse “não”, não vislumbraria nada. O receptor recebeu a entrada de ambos os remetentes antes de tomar uma decisão sobre a rotação do bloco. Como também usava uma touca de eletroencefalografia, usou o mesmo método que os remetentes para selecionar a resposta.

Primeiro passo

É impressionante saber que já existe um jogo que pode ser controlado pela mente. A equipe espera que esses resultados pavimentem o caminho para futuras interfaces cérebro a cérebro. Contudo, os pesquisadores também acreditam que este seja um momento apropriado para começar a ter uma conversa mais ampla sobre a ética desse tipo de pesquisa.

Ou seja, é preciso desenvolver protocolos para garantir que a privacidade das pessoas seja respeitada, à medida que a tecnologia melhora. O grupo está trabalhando com a equipe de Neuroética do Centro de Neurotecnologia, para tratar desses tipos de problemas. “Mas, por enquanto, isso é apenas um pequeno passo. Nosso equipamento ainda é caro e muito volumoso e a tarefa é um jogo”, diz Rao. “Estamos nos dias de ‘Kitty Hawk’ de tecnologias de interface cerebral: estamos apenas decolando”.

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