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Conheça os projetos de “Google Tradutor” de animais

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Imagina se pudéssemos nos comunicar com os animais? E se pudéssemos pelo menos entender o que eles dizem com seus respectivos sons emitidos? Alguns grupos de pesquisa de várias partes do mundo buscam por isso constantemente. Eles tentam fazer com que a comunicação entre nós humanos e os animais deixe de ser algo intuitivo e se torne certeiro. Eles usam o aprendizado de máquina para criar uma espécie de “Google Tradutor” dos animais.

Isso só pode ser possível por causa de algoritmos que podem detectar padrões sutis imperceptíveis aos ouvidos humanos. Sendo assim, as máquinas podem diferenciar as “vozes” dos animais e os sons que eles emitem em situações diferentes. Isso é de extrema importância para decifrar seus significados.

O Instituto Max Planck tem o projeto mais avançado nesse meio, com a Pesquisa do Cérebro, da Alemanha. Nesse estudo, os cientistas usaram algoritmos para analisar mais de 36 mil sons emitidos por sete colônias de ratos-toupeira-pelado.

O estudo

Esse estudo mostrou que cada rato possui sua própria assinatura vocal. Além disso, cada colônia se comunica de forma única, com um tipo de dialeto diferente. É como se essa troca tivesse sido repassada culturalmente ao longo de várias gerações, da mesma forma que acontece com os humanos.

Os pesquisadores então retiraram a matriarca reprodutora em alguns momentos. Isso rompeu os dialetos que existiam até então, causando um verdadeiro “caos” na comunicação do grupo. No entanto, uma nova comunicação foi restabelecida assim que uma nova rainha surgiu, mesmo que de forma diferente à anterior.

Ao compartilhar o mesmo dialeto, as colônias não compartilham seus recursos com estranhos e, desta forma, mantêm uma uniformidade social. “Nesses grandes túneis subterrâneos, você quer ter certeza de que todos estão seguindo regras”, contou Alison Barker, autora da pesquisa. “E uma maneira muito rápida de testar isso é garantir que todos estejam falando de maneira muito semelhante”.

O primeiro estudo do tipo com animais: DeepSqueak

Em 2019, estudiosos da Universidade de Washington usaram seus aprendizados para criar um software chamado DeepSqueak. Esse aplicativo visa detectar, analisar e categorizar os sons emitidos pelos roedores. Ele faz tudo isso de modo objetivo e automático.

Posteriormente, a ferramenta também foi utilizada para interpretar os sons emitidos por outras espécies de animais, como baleias e lêmures, por exemplo. Enquanto isso, outros centros de pesquisa utilizaram essa tecnologia para detectar a comunicação entre outras espécies. Na China, por exemplo, usaram em galinhas, enquanto na Dinamarca realizou-se o estudo em porcos.

“Você pode obter uma informação direta e subjetiva da boca do animal sobre como ele está se sentindo”, disse o neurocientista comportamental Kevin Coffey, da Universidade de Washington.

O estudo com morcegos

Um projeto da Universidade de Tel Aviv, em Israel, tenta interpretar as vocalizações de animais. Um projeto de 2016 usou câmeras de vídeo com microfones para gravar alguns grupos de morcegos por 75 dias. Revisando as gravações, os cientistas então detectaram quase 15 mil sons diferentes. A maioria desses sons era totalmente agressiva.

“Basicamente, eles estão o tempo todo pressionando um ao outro”, disse Uossi Yovel, neuroecologista que liderou o estudo. “Imagine um grande estádio em que todo mundo quer encontrar um assento”. No entanto, com o aprendizado de máquina, puderam distinguir os contextos do que os morcegos “falavam”. Eles identificaram os sons quando queriam comida, acasalamento, sono ou posição.

O que dizem as baleias

Esse projeto ainda está em andamento. Estamos falando do Projeto CETI (Iniciativa de Tradução dos Cetáceos, em inglês), que juntou diversos especialistas, desde linguistas a biólogos marinhos do Baruch College, nos Estados Unidos.

A equipe planeja instalar estações centrais de escuta de baleias cachalotes. Eles farão isso utilizando 28 microfones subaquáticos até janeiro do próximo ano. Depois disso, o próximo passo é tentar decifrar a sintaxe e semântica da comunicação de baleias a fim de investigar o comportamento desses animais.

O diferencial dessa espécie de baleias é que elas emitem rajadas organizadas de cliques. É algo parecido com o código morse.

Fontes: Gizmodo

Imagens: YouTube; Ypedia; Gigazine

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