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Devemos esperar uma sequência de O Poço?

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Há algum tempo, a Netflix descobriu que produções estrangeiras podem fazer tanto sucesso quanto o tradicional conteúdo estadunidense que ocupa a maior parte de seu catálogo. Sendo assim, ao longo dos anos testemunhamos filmes e séries de diversos países de língua não inglesa, conquistando o público da plataforma. Dentre os vários exemplos que poderíamos citar, nessa matéria em específico vamos voltar nossa atenção para uma produção espanhola em especial. O filme dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia chegou à gigante do streaming em março desse ano. Coincidentemente, o momento de lançamento não poderia ter sido mais oportuno. Diante de uma pandemia global responsável por ressaltar as disparidades sociais, O Poço chegou trazendo uma mensagem necessária juntamente com um soco no estômago.

Anteriormente citamos aqui alguns motivos pelos quais você deveria conferir O Poço. Sendo assim, hoje, iremos nos limitar a especular a possibilidade do filme ganhar uma sequência ou não. Antes de tudo, acreditamos que uma breve contextualização cairia bem, então vamos lá. Em suma, o filme é ambientado no denominado Centro Vertical de Autogestão. Isso nada mais é que um nome pomposo para um prédio dividido em 333 níveis. Em cada um dos andares há dois moradores que passarão um tempo enclausurados juntos. No entanto, a peculiaridade da narrativa está no fato de que ao longo do dia uma plataforma cheia de comida é disponibilizada para essas pessoas. Porém, cabe aos habitantes dos andares superiores dividirem com os andares mais baixos. Nem é preciso dizer que isso resulta em uma grande demonstração de egoísmo e desigualdade.

Pois bem, o filme termina deixando várias perguntas em aberto e forçando o espectador a sair de sua zona de conforto e refletir. No entanto, isso significa que precisamos de uma continuação?

Atingimos o fundo do Poço?

Assim que O Poço foi disponibilizado na Netflix, não demorou para que o mesmo se tornasse um sucesso. Logo, o Collider resolveu entrevistar o diretor responsável pelo longa. Aparentemente, Urrutia está mais que satisfeito com o resultado de seu trabalho, incluindo seu desfecho. Ademais, ele se mostrou realizado por ter conseguido tirar da audiência a reação almejada. Segundo o cineasta, ser “deliberadamente abstrato, deixando inúmeras nuances no limiar da compreensão” foi algo planejado. Aliás, quando ele diz “nuances”, o diretor está se referindo especialmente as ambiguidades existentes no longa e nas perguntas não respondidas. Sendo assim, parece certo que Urrutia não vê necessidade em desenvolver uma continuidade para sua narrativa.

Em contrapartida, O Poço foi assistido por mais de 50 milhões de assinantes da Netflix, logo em seu primeiro mês de lançamento. Normalmente esses números resultariam na produção de uma sequência imediata. Contudo, estamos falando de uma história magistralmente construída, que não precisa de retoques ou explicações. Assim como dito pelo próprio diretor do filme, tudo ocorreu como planejado. Sendo assim, qualquer interferência nesse universo seria extremamente arriscada e desnecessária. Dessa forma, esperando que a Netflix tenha consciência disso, preferimos pensar que já atingimos o fundo do poço e agora o único caminho é pra cima, em direção à outras produções originais.

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