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Disney se opõe à lei sobre abordagem LGBT em escolas e Flórida reage

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Qual estado não gostaria de ter um Walt Disney World Resort em suas dependências? Afinal, além do entretenimento agregado, o movimento de turistas dá uma potente ajuda no giro da economia local.

No entanto, na Flórida (EUA), essa relação entre poder público e privado sofreu abalos. No dia 22 de abril, o governador Ron DeSantis sancionou uma lei que retira do parque a condição de autogoverno. Em suma, esse status permitia à Disney operar como se fosse uma cidade contendo quatro parques temáticos e dois parques aquáticos. A decisão estadual veio após a gigante do entretenimento se opor à lei “Não diga gay”, a qual proíbe o tratamento de questões LGBTs nas escolas.

Fonte: Craig Adderley

Reação da Flórida

A princípio, ainda não se sabe o tamanho do impacto financeiro que a Disney terá com essa decisão. No entanto, o que é certo é o abalo da relação da companhia com o governo de Ron DeSantis, membro do Partido Republicano.

Ele se vê como um possível candidato conservador nas eleições de 2024. Por isso, tem feito movimentos contra as agendas feministas, imigratórias e LGBTs. Dessa forma, a ação contra a Disney faz parte dessa estratégia de se destacar entre os eleitores mais conservadores. A propósito, o político classifica a empresa como uma “californiana que não compartilha dos valores da Flórida”.

Como resultado dessa tensão, Ron DeSantis sancionou uma lei que retira da Disney o seu direito de operar como uma cidade dentro de Orlando. Logo, ela terá que pagar impostos que não precisava pagar, incentivo este que se dava pelo fato da companhia gerar milhares de empregos diretos e indiretos no estado.

Fonte: AP Photo / Wilfredo Lee

Em suma, a nova lei não detalha bem como ficará a situação fiscal do parque, porém, a Disney entende que precisará mudar a forma de operar na Flórida.  Vale lembrar que essa condição foi dada em 1967, antes mesmo do parque ser inaugurado, evento que ocorreu em 1970.

Lei “Não diga gay”

Basicamente, o cerne do embate entre Disney e Flórida é uma lei que limita a abordagem da agenda LGBT em sala de aula. De início, a empresa não se posicionou contra a legislação, o que provocou críticas à companhia, uma vez que ela é uma forte voz dentro do estado.

No entanto, a resposta finalmente veio em forma de cortes de doações políticas que o parque faz em épocas de campanhas eleitorais. Além disso, a empresa se posicionou publicamente contra a medida aprovada pelo Senado da Flórida. Logo, Ron DeSantis tinha em mãos o contexto perfeito para a ação legislativa de reprimir a Disney, e assim, chamar a atenção dos holofotes conservadores.

Em síntese, a lei “Não diga gay” tem o objetivo de proibir o ensino sobre orientação sexual e identidade de gênero em ambientes escolares. Segundo o regimento, após a sanção do governo, o projeto entra em vigor em julho deste ano.

Um dos defensores ferrenhos da norma é o deputado estadual Joe Harding.  Em entrevista à CNN, ele argumentou que a intenção da regra é inibir os professores de perguntarem questões de gêneros e pronomes sem que os pais da criança estejam na conversa.

Fonte: Brett Sayles

Oposição à normativa

Nesse sentido, os opositores à lei defendem que os responsáveis pelo aluno poderão responder esses temas por ele sem que a resposta seja fiel ao que o estudante sente. Além disso, os críticos ressaltam a importância da escola ser um espaço de afirmação para a comunidade LGBT, o que reduziria as altas de suicídio dessa população. Sem contar que a quebra da confidencialidade entre professor e aluno pode comprometer uma das mais importantes vias de diálogo da criança.

Por fim, vale lembrar que as escolas dos Estados Unidos não costumam ser ambientes receptivos para a população LGBT. De acordo com a Pesquisa Nacional de Clima Escolar, 77% dos estudantes pertencentes a este segmento já deixaram de ir a alguma atividade extracurricular por se sentirem inseguros e desconfortáveis.

Sendo assim, a lei da Flórida gerou grandes protestos não só por parte da Disney, mas também entre os adolescentes. Inclusive, alguns foram até a capital da Flórida, Tallahassee, pedir o veto à legislação. Segundo o jovem CJ Walden, em entrevista ao The Miami Herald, os estudantes não vão ficar em silêncio. “Sempre existiremos. Mesmo que a lei entre em vigor”, desabafa ele.

Fonte: R7, CNN.

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