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DNA do céu pode ajudar a salvar espécies ameaçadas de extinção

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O ácido desoxirribonucleico, ou DNA, é o grande elemento que une as várias pontas da existência, desde o mundo animal ao vegetal, valendo para todo o planeta Terra. Ademais, é de conhecimento de todos que o DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e de alguns vírus. Além disso, ele transmite as características hereditárias de cada ser vivo. Resumindo, o DNA é a matéria que nos torna o que somos.

Agora, os cientistas descobriram que o ar a nossa volta tem traços detectáveis de animais que vivem no nosso meio. Além disso, essa descoberta faz uma revolução na forma como os pesquisadores monitoram e rastreiam as populações de espécies vulneráveis ou que estão ameaçadas de extinção.

DNA

Ariel medicine

Segundo dois novos estudos feitos por equipes diferentes de cientistas, descobriu-se que o DNA ambiental (eDNA) que é liberado pelas criaturas vivas pode ser identificado graças a dispositivos a vácuo, que capturam e filtram amostras transportadas pelo ar em locais habitados por animais.

“Ficamos surpresos quando vimos os resultados. Em apenas 40 amostras, detectamos 49 espécies de mamíferos, pássaros, anfíbios, répteis e peixes”, disse a pesquisadora de genômica evolutiva Kristine Bohmann, da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca.

Estudo

Science Alert

A equipe de Bohmann coletou amostras de ar em três lugares diferentes no Zoológico de Copenhagen. Como resultado, eles não somente detectaram eDNA dos animais que vivem no local, como também dos animais que vivem de fora dele. A equipe até detectou traços genéticos de carne dada como alimento para alguns dos animais do zoológico.

O artigo liderado pela primeira autora Christina Lynggaard descreve essa técnica como pioneira nos métodos baseados no ar para ter uma amostragem de eDNA de animais. Antigamente, esse tipo de DNA era coletado na água ou no solo. Se essa captura pelo ar já era possível a equipe não tem certeza.

“Não achávamos que aspirar o DNA animal do ar funcionaria. Isso era ciência de alto risco e de alta recompensa, com o potencial de ultrapassar os limites do biomonitoramento de vertebrados. Claramente, o céu não é o limite”, pontuou Bohmann.

Outra evidência

Science Alert

Nesse sentido, outra equipe também estava pesquisando a mesma coisa mais ou menos na mesma época no Reino Unido. Esse estudo foi liderado pela ecologista molecular Elizabeth Clare, da Queen Mary University, de Londres.

Nele, os pesquisadores coletaram suas amostras de ar no Hamerton Zoo Park, em Cambridgeshire, através de filtros acoplados a bombas de vácuo. Como resultado, o sequenciamento identificou o DNA de 25 espécies diferentes.

“Conseguimos até coletar eDNA de animais que estavam a centenas de metros de onde estávamos testando, sem uma queda significativa na concentração, e até mesmo de edifícios externos lacrados. Os animais estavam lá dentro, mas seu DNA estava escapando”, disse Clare.

Apenas depois dos estudos concluídos que as duas equipes viram que tinham co-descoberto, de forma independente, a mesma coisa. Felizmente, os cientistas abraçaram essa casualidade, já que um estudo valida o outro.

Descobertas

Inlags academy

Essas descobertas são importantes porque apoiam a ideia conservacionistas. Assim, outros estudos da comunidade de pesquisa serão capazes de usar essas técnicas para monitorar, de forma remota, as populações de animais na natureza. Dentre elas, principalmente aquelas que estão ameaçadas de extinção. Isso porque, as espécies ameaçadas geralmente são mais difíceis de se encontrar e rastrear com métodos tradicionais de observação.

“A crise do declínio da biodiversidade excede nossa capacidade atual de monitorar as mudanças nos ecossistemas. Se a amostragem de eDNA aerotransportado puder ser desenvolvida com sucesso, isso terá implicações importantes para o biomonitoramento terrestre global”, escreveu a equipe de Clare.

Por fim, os pesquisadores reconhecem que mais estudo precisa ser feito antes que se perceba e utilize todo o potencial de captura de eDNA aerotransportado. Entretanto, essa co-descoberta é bastante promissora.

Fonte: Science Alert

Imagens: Science Alert, Ariel medice, Inlags academy

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