Compartilhando coisa boa

Ela sempre sonhou em ter uma casa sem goteiras e hoje ajuda pessoas carentes de graça

0

Enquanto algumas pessoas sonham em ter um celular do momento, comprar roupas de grife, ter um carro ou coisas do tipo, nos deparamos com histórias de pessoas que têm sonhos que nos surpreendem. Ainda na infância, Fernanda olhava para o teto pingando da sua casa e sentia raiva da chuva. O sonho da garota era ter uma casa que não tivesse goteiras.

Fernanda Silmara Silva dos Santos morava com os pais e os cinco irmãos em uma casa “bem pequena, de taipa e tijolos brancos”, em Natal, no Rio Grande do Norte. A casa simples da família era cheia de goteiras por todos os cômodos. Quando chovia, molhava tudo, desde o guarda-roupa improvisado em uma caixa de papelão, até o colchão da cama.

“O que eu pensava era que quando crescesse ia querer uma casa que não tivesse goteiras”, conta Fernanda. “Era com isso que eu sonhava”. Hoje com 22 anos, a técnica em controle ambiental, tecnóloga em construção de edifícios e futura engenheira civil criou um projeto para reformar casas de famílias carentes sem cobrar nada por isso.

O projeto

Criado em julho de 2018, o projeto ReforAmar, idealizado por Fernanda pretende “mudar o que mais incomoda” as pessoas de baixa renda. Além disso, a ação visa também atender asilos, e futuramente também abrigos infantis. “A Fernanda criança ia querer que trocassem o telhado, para não cair mais chuva dentro de casa, mas para outras pessoas pode haver outras prioridades”, diz idealizadora do projeto. “E isso vai desde paredes pintadas até obras maiores”.

Até o momento, o ReforAmar já ajudou a reformar cinco casas e um asilo em Natal. E não para por aí, eles já estão com mais cinco obras previstas para até o final do ano. O projeto começou por Fernanda e mais 4 amigos. Hoje, em menos de um ano, a ação voluntária já conta com 70 voluntários.

Por enquanto, a ação tem beneficiado apenas moradores de Natal, mas isso é algo que Fernanda pretende aumentar. “A intenção é chegar a outras cidades e quem sabe crescer a ponto de também poder contratar pessoas. Mas tudo com os pés no chão”.

A ajuda

A primeira casa que recebeu uma repaginada por Fernanda e seus amigos fica no bairro onde ela cresceu. Eles viram a casa e tiveram a ideia de começar por ali. No primeiro momento, os moradores, uma artesã e o marido ficaram desconfiados com a “boa ação” batendo na porta.

Mas eles insistiram em explicar toda a história. Leila, a dona da casa, disse que tinha vergonha da frente da casa e que nunca teve condições para pintar. Os voluntários então fizeram uma vaquinha e juntaram R$ 200 para comprar os materiais de pintura.

Depois da pintura, eles postaram o “antes e o depois” da casa nas redes sociais e foi então que o projeto recebeu o incentivo para deslanchar. “Algumas casas nós encontramos buscando pelas ruas, mas também deixamos um link no Instagram para as pessoas mandarem fotos e histórias”, diz Fernanda.

“Com essas indicações, nós vamos conversar com as pessoas, perguntamos o que as incomoda, avaliamos a estrutura, fazemos medições, uma maquete eletrônica de como vai ficar e o orçamento. Daí postamos tudo no Instagram com fotos e a lista do que vamos precisar. Arrecadamos sacos de cimento, tinta, outros produtos e dinheiro com essa divulgação na rede. E então quando estamos com o material vamos lá fazer, sem cobrar nada”.

Planos futuros

Sobre o projeto, Fernanda diz que “não tem data para acabar”. Sobra a carreira, ela que trabalha com eventos e também como operadora de caixa e servindo ao público, pretende fazer uma especialização.

Assim que se formar em Engenharia Civil, a jovem conta que quer se especializar em perícia e patologia de edificações, assim como na área de gestão de projetos. E no futuro, ela pretende abrir a sua própria empresa e continuar a ação voluntária.

A menina ainda mora na mesma casa que já foi de taipa. Felizmente, hoje ela não vê mais goteiras no teto, graças a uma reforma que o tio fez, com a ajuda dela e dos irmãos. Agora quando a chuva vem, é mais que bem-vinda. “É bom demais ficar em casa com uma chuvinha tirando o calor de Natal”.

E você, o que achou da história inspiradora de Fernanda? Conta para a gente nos comentários e compartilhe com os seus amigos.

A triste vida dos chimpanzés abandonados em ilha após serem infectados com diversas doenças

Artigo anterior

Polícia colombiana encontrou uma forma de salvar cachorros de rua ao colocá-los na equipe

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido