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Entenda o caso das 15 girafas apreendidas pela polícia no RJ

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Uma polêmica envolvendo 15 girafas fez com que a Polícia Federal (PF) realizasse uma operação para apreendê-las. As girafas foram encontradas em um resort safari, em Mangaratiba, litoral sul do Rio de Janeiro. 

A ação faz parte da investigação sobre as mortes de três das 18 girafas importadas da África do Sul e que seriam levadas para o Bioparque, zoológico do Rio. Os animais estavam há mais de 75 dias em um galpão.

No local, eles ficavam presos em espaços de quarenta metros quadrados. Os animais apreendidos foram entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

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A operação

Ao iniciar a investigação de como as girafas estavam sendo mantidas no galpão, dentro do resort Portobello, agentes da Polícia Federal encontraram muita sujeira acumulada no chão das baias e até ferimentos nos animais. O resort planejou ter 18 novas girafas como atração para os turistas, mas três delas morreram. 

Durante a operação da Polícia Federal, dois homens responsáveis pela manutenção dos animais foram presos em flagrante e conduzidos à Superintendência da Polícia Federal no Rio. Para os dois presos, a polícia realizou um termo circunstanciado de ocorrência por maus-tratos, crime previsto na lei de crimes ambientais. Eles foram liberados. 

Além da PF, o Ministério Público Federal (MPF) investiga a ocorrência de crime de maus-tratos contra as 15 girafas que ainda permaneciam em Mangaratiba. O MPF também está apurando se a importação dos animais seguiu as normas brasileiras e internacionais, mesmo que a transferência de um país a outro tenha sido autorizada pelo Ibama. Essa foi a maior importação de animais de grande porte já realizada no Brasil. 

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A morte das girafas

No dia 11 de novembro de 2021, 18 girafas chegaram ao Rio de Janeiro, vindas da África do Sul. Do aeroporto, foram levadas para Mangaratiba, a duas horas do Rio, e depois para o Portobello Resort & Safári, que tem 300 mil metros quadrados. Os animais foram alocados em um galpão e, por mais de 75 dias, permaneceram no local apenas com a luz do sol entrando pelas janelas. Cada baia de 40 metros quadrados tem três girafas.

Em uma tentativa experimental dos veterinários de tirá-las do galpão fechado e levá-las para o solário, seis das 18 girafas conseguiram atravessar uma cerca e fugiram. Todas foram recuperadas, mas três morreram horas depois. Por esse motivo, cada um dos animais sobreviventes não saía mais para o espaço ao ar livre desde o dia 14 de dezembro. 

Três instituições de proteção animal entraram com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro pedindo esclarecimentos e a cobrança de multas de R$ 50 mil por dia, além de R$ 1 milhão por danos coletivos, por causa das três girafas mortas. As instituições são: o Fórum Nacional de Proteção Animal, a Ampara Animal e a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab).

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E agora, qual o destino dos animais?

O Ibama afirmou que está ciente da situação e que vai apurar eventuais irregularidades cometidas pelo importador. Além disso, o instituto informou que a autorização para a importação das 18 girafas foi emitida após avaliações de regularidade e da capacidade do importador de receber os animais.

Mesmo com a afirmação da diretoria do Ibama de que a situação está sendo apurada, o Ministério Público Federal recomendou que o instituto devolva as girafas à África do Sul. No entanto, especialistas em cuidados animais se posicionam de forma contrária à devolução. 

O ambientalista Marcio Antonio Augelli, que denunciou ao Ibama a morte de três das 18 girafas inicialmente importadas, se diz contra a medida. Segundo ele, é provável que a África do Sul não as aceite de volta ou as sacrifique com a justificativa de prevenir a propagação de doenças. Aurelli integra a Associação de Proteção Animal Mountarat e, no último dia 4, enviou um ofício ao MPF pedindo para reconsiderar a recomendação.

“Se a África do Sul aceitar as girafas, o mais provável é que elas sejam sacrificadas logo no desembarque do aeroporto, para evitar uma suposta contaminação por agentes patogênicos dos espécimes em seu habitat natural. Isso sem contar no tremendo esgotamento físico e emocional do transporte”, afirmou o ambientalista. 

Por meio de nota, a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil também se colocou contra o envio das girafas ao país de origem. “A própria legislação da África do Sul permite, em muitas regiões, o manejo para controle populacional da espécie. Diante desse fato, a Azab acredita ser sensato contribuir para a permanência desses animais no Brasil e, mais do que isso, garantir que recebam os cuidados necessários, independentemente de onde estejam”. Até o momento, o MPF não se pronunciou acerca das solicitações de permanência das girafas no Brasil. 

Fonte: G1

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