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Esses foram os efeitos da Gripe Espanhola no Brasil em 1918

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Nossa história é marcada por diversas epidemias e pragas, que atacaram e mataram milhares de pessoas ao longo dos séculos. Algumas epidemias foram tão intensas, que quase chegaram a aniquilar cidades inteiras. Muitas delas até tiveram um enorme impacto nas gerações futuras, causando mudanças radicais na sociedade da época.

Atualmente estamos vivendo a pandemia do coronavírus. E ela está deixando todas as pessoas bastante assustadas e surpresas. Mas a gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, foi responsável por centenas de milhares de mortes ao redor do mundo. Acredita-se que ela tenha sido ainda mais mortal do que qualquer outra doença. Estima-se que um terço da população mundial tenha contraído o vírus e, ao menos, 50 milhões de pessoas tenham morrido.

Nesse ano, o transatlântico Demerara saiu de Liverpool, passou por Lisboa e tinha como destino final o Brasil. Nele estavam vindo imigrantes e moradores de volta para o país. Mas junto com eles também veio essa mutação da gripe.

O navio chegou no Brasil em setembro de 1918 e apenas um mês depois a Gripe Espanhola já tinha atingido as maiores cidades do país. Isso gerou um caos no país. Os sintomas eram os mesmos de uma gripe comum, mas ela dizimou uma boa parte da população brasileira na época. E foram vários mortos tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.

Segundo o relato do deputado Sólon de Lucena, a gripe espanhola não atingiu somente as classes mais baixas da época. Mas fez vítimas ilustres como Rodrigues Alves, o então presidente da República. Ele tinha se reelegido mas contraiu a gripe e morreu em 1919. Por isso o país precisou de uma eleição fora de época.

A gripe era disseminada pelas gotículas expelidas quando as pessoas tossiam, espirravam ou falavam. Os soldados que já estavam com a imunidade baixa por terem lutado na guerra morriam quando chegavam em suas terras por outros problemas que decorriam da gripe. Como por exemplo a tuberculose.

A Gripe Espanhola matou 50 milhões de pessoas em todo mundo. Em comparação, a Segunda Guerra Mundial vitimou 60 milhões em seus seis anos de duração.

Medo constante

São Paulo passou por um dos seus piores anos na época da gripe. A cidade teve uma média de oito mil e 500 mortes anualmente. Ao todo, foram 14.811 mortes registradas apenas na capital paulista.

Como consequência, os hospitais da cidade estavam superlotados. E as escolas e transportes públicos estavam vazios. Além do mais, existia um medo constante no país inteiro. As pessoas estavam apavoradas e não queriam ser contaminadas com a doença mortal.

As ruas dos subúrbios cariocas representavam bem a fatalidade da doença. Quando alguém morria, os familiares do falecido jogavam o corpo na rua, por medo de pegar a doença. E como não tinham onde enterrar seus mortos, porque os cemitérios estavam todos cheios, os corpos ficavam nas ruas.

Cabia então aos serviços de limpeza pública tirar aqueles corpos das ruas. A maioria deles era jogado em valas coletivas, porque não tinham caixões suficientes para todas as pessoas que morriam nas cidades grandes. E a polícia passava pelas ruas recrutando homens fortes para o serviço de coveiro.

Vários profissionais morreram enquanto lidavam diretamente com os mortos. E o salário que eles recebiam não era o melhor possível para que eles conseguissem pagar suas despesas médicas.

Proibições

As aulas terminaram mais cedo, para tentar evitar que os mais novos fossem contagiados com o vírus. Além do que, as aglomerações que, naturalmente se formam nas escolas, podiam ser fatais para os próprios alunos.

Mas como a comunicação na época nem se compara a dos dias atuais, as aulas foram canceladas o resto do ano. E foi pedido para que todos os alunos fossem aprovados para o ano seguinte.

Aglomerações foram proibidas também em cinemas e teatros. Esses lugares foram lacrados e desinfetados. Os cemitérios também foram fechado e foi proibida a visitação no dia dos finados, dois de novembro.

“Milagre”

Vários remédios milagrosos apareceram nas farmácias, prometendo curar as pessoas. Mas logicamente tudo não passava de uma farsa. Eram pessoas de má fé, querendo se aproveitar do desespero alheio. Até porque a doença não tinha cura, e ainda não tem.

Uma receita circulava nas ruas de São Paulo, prometendo curar a gripe. E fazê-la, saia bem mais em conta do que comprar os remédios por preços absurdos nas farmácias. A receita era bem simples: cachaça, limão e mel. E de acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça, foi aí que a receita da caipirinha ficou conhecida.

Depois de ter feito grande parte da população como vítima, a Gripe Espanhola passou a ficar mais fraca bem rápido. Em dezembro de 1918, os casos já eram poucos. E no carnaval de 1919, o tema foi discutido.

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