Ciência e Tecnologia

Fungos espaciais podem representar perigo para humanidade, entenda

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Assim como a vida, o espaço ainda é um grande mistério. A cada novidade, surge também uma certa preocupação a respeito dos riscos que podemos correr ao entrar em contato com algo até então desconhecido. Um exemplo disso são os fungos espaciais.

Fungos potencialmente perigosos estão vivendo em diversas estações espaciais e espaçonaves pelo universo. Mas até o presente momento, os cientistas não têm certeza se eles são prejudiciais ou não aos astronautas. Ainda são necessárias várias pesquisas que se aprofundem no tema para descobrir isso. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado na revista científica Astrobiology. No entanto, já se sabe da presença de várias micotoxinas – compostos fúngicos que podem ser prejudiciais aos seres humanos – no espaço.

Os fungos

Não é nenhuma novidade que o planeta Terra é repleto de habitantes microscópicos, como bactérias e fungos unicelulares. No entanto, não é bem uma surpresa que esses seres tenham conseguido pegar carona com os humanos a bordo de uma missão rumo ao espaço.

Mesmo que os pesquisadores tenham feito um certo avanço sobre o assunto, e várias pesquisas tenham sido feitas sobre bactérias no espaço, os fungos ainda continuam relativamente pouco estudados. Um dos motivos para isso, é que esses primos de cogumelos microbianos geralmente só causam danos à saúde em determinadas condições. Por exemplo, em pessoas que vivem sob estresse constante ou que possuem sistemas imunológicos enfraquecidos.

Mas acontece que o estresse constante em um voo espacial já mostrou afetar severamente o sistema imunológico dos astronautas. Então, uma equipe de cientistas da Universidade de Ghent, na Bélgica, levantou o questionamento sobre a capacidade dos fungos de afetar a saúde dos astronautas.

A equipe começou o estudo, analisando a literatura científica em busca de respostas. No entanto, foi pouco o que eles descobriram, principalmente sobre a detecção de diferentes espécies de fungos. “Sobre as micotoxinas não encontramos quase nada”, disse Sarah de Saeger, cientista farmacêutica da Universidade de Ghent e coautora do novo artigo, ao Live Science.

Os perigos

Isso pode ser um problema, já que fungos específicos já foram encontrados em vasos espaciais. Como por exemplo, o Aspergillus flavus, que pertence ao gênero alternaria. Esses fungos são conhecidos por produzir compostos carcinogênicos e imunodepressivos. Essas moléculas normalmente se formam quando os fungos são estressados. Saeger afirma que ainda não se sabe com certeza se os astronautas estão sendo afetados por essas toxinas.

Uma recomendação da equipe de Saeger, é que as agências espaciais procurem formas de melhor detectar e pesquisar as micotoxinas nas espaçonaves. Atualmente, os fungos só são detectados quando são enviadas amostras de volta aos laboratórios na Terra. Mas isso não será viável em missões de longa duração, como um voo tripulado para Marte, por exemplo.

Saeger ainda argumentou que a presença de microtoxinas não significa necessariamente um perigo para os astronautas. “Aqui na Terra, as pessoas são frequentemente expostas a estes compostos, mas a sua contribuição específica para diferentes doenças nem sempre é fácil de rastrear. Por outro lado, ninguém sabe como os fungos podem crescer e evoluir no ambiente fechado de uma missão espacial duradoura”, disse ela.

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