Ciência e TecnologiaCuriosidades

Vida poderia existir antes da formação da Terra, entenda

0

A vida pode ter surgido antes mesmo que a Terra terminasse de se formar. Os planetesimais, blocos rochosos dos planetas, provavelmente tinham todos os ingredientes necessários para o desenvolvimento de seres viventes. De acordo com Elkis-Tanton, principal investigadora do Asteroide Psique, condições favoráveis podem ter sido uma realidade dentro de alguns planetesimais em dezenas de milhões de anos. E esse tempo seria o suficiente para o imergir da vida em nosso planeta. Não acaba por aí: alguns planetesimais sobreviveram dentro e além do período de formação da Terra. O que nos leva à possibilidade de que ao menos um desses corpos primitivos possa ter “semeado-a” com vida. Dessa forma, é completamente razoável dizer que a vida poderia existir antes da formação da Terra.

Elkins-Tanton disse que essa ideia surgiu de um curso que ela ensinou na ASU (Arizona State University) no outono de 2016. No início do semestre, ela pediu aos alunos que ponderassem se a vida poderia ter surgido em corpos pequenos. Os alunos, Elkins-Tanton e seu coautor sobre o trabalho recém-apresentado, Stephen West, exploraram a possibilidade nos meses seguintes. Além disso, uma série de outras questões vieram à tona.

Fórmula da vida

A vida como a conhecemos requer três ingredientes principais: água líquida, moléculas orgânicas e uma fonte de energia. Os planetesimais, que se formaram dentro de 1,5 milhão de anos desde o nascimento do sistema solar, provavelmente incluíram os três. Por exemplo, mais de 35 aminoácidos diferentes foram identificados no meteorito Murchison, uma antiga rocha espacial que caiu na Terra no sul da Austrália em 1969.

Murchison é tão cheio de orgânicos que “cheira a um poço de petróleo”, disse Elkins-Tanton. “O que poderia ser um lugar melhor para o advento da vida do que um pedaço agradável, quente e úmido de Murchison? Então, essa é a ideia de que estamos começando”.

A fonte de energia nos primeiros planetesimais, como o corpo de Murchison, veio do decaimento radioativo do alumínio-26, a professora e investigadora explicou. O calor que flui através dos interiores de alguns planetesimais era intenso o suficiente para derreter os objetos. Isso certamente não é propício para o surgimento da vida.

Entretanto, outros corpos teriam derretido apenas em algumas camadas. O fenômeno aconteceria de dentro para fora, de modo que acabariam por ostentar um núcleo metálico, um manto de oceano magma, e uma crosta rochosa e primitiva. Tais planetesimais teriam interiores extremamente quentes, mas superfícies frígidas. Ondas de calor irradiando das profundezas teriam estimulado a liberação de fluidos como água líquida. Dessa maneira, o material seria levado à superfície.

Trabalhando com possibilidades

Tais processos podem ter criado ambientes habitáveis ​​sob as superfícies rochosas dos planetesimais. E esses ambientes provavelmente duraram por períodos relativamente longos. O trabalho de modelagem realizado por Elkins-Tanton e West sugere que pequenos planetesimais poderiam ter assegurado a água líquida no subsolo por cerca de incríveis 15 milhões de anos.

Além disso, um estudo anterior descobriu que corpos maiores poderiam ter permanecido úmidos por mais tempo.  Talvez 50 milhões de anos. Elkins-Tanton e West não estão argumentando que a vida na Terra realmente se originou em blocos de construção planetários. Estão apenas afirmando que essa ideia é digna de consideração.

Sem contar que o novo trabalho é preliminar e está em andamento. Elkins, de acordo com o site “Space”, espera que o projeto em si estimule mais pesquisas sobre a origem da vida e sua possível dispersão por todo o sistema solar.

E você, acha que a vida poderia existir antes da formação da Terra?

Fungos espaciais podem representar perigo para humanidade, entenda

Artigo anterior

Cura da herpes pode estar perto através de um ”hackeamento” genético

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido