O mito sobre a existência ou não de bruxas percorre a história da humanidade por vários séculos. Existem as pessoas que acreditam que elas realmente existiram e que existem até os dias de hoje, e também aqueles que acham que tudo isso é apenas uma loucura das pessoas da época.
Mas uma descoberta casual no Reino Unido fez com que várias marcas de bruxas, que estavam visíveis há mais de uma década, fossem realmente achadas e vistas pela população. As marcações protecionistas foram avistadas quando um grupo visitava Creswell Crags, uma garganta de 60 anos que fica na divisa dos condados de Nottinghamshire e Derbyshire, em Midlands.
O grupo resolveu ver o que eram aquelas marcas que os especialistas pensavam ser meros grafites. Mas depois de uma observação mais de perto, os guias viram que as marcações iam das paredes até o teto e até mesmo sobre buracos escuros e fendas grandes. E marcações parecidas tinham sido vistas em igrejas e casas históricas perto de suas entradas para que se desviassem dos maus espíritos e protegessem as pessoas que estavam dentro delas.
“Essas marcas de bruxas estavam à vista o tempo todo! Estar presente no momento em que seu verdadeiro significado foi revelado permanecerá comigo para sempre. Depois de 17 anos em Creswell Crags, me faz pensar o que mais tem para nos surpreender. Este lugar notável continua a abrir mão de seus segredos”, disse o facilitador de patrimônio, John Charlesworth, em um comunicado.
Inscrições
O que foi encontrado com mais frequência foram dois ‘V’ e acredita-se que estes fazem referência à Virgem Maria, e PM para Pace Maria. O que eles acreditam é que outros símbolos como linhas diagonais, caixas e labirintos tenham sido colocados depois em uma tentativa de capturar espíritos malignos para que doenças, mortes e colheitas ruins fossem evitadas.
“Todos nós ainda estamos entendendo a importância do achado. É estranho imaginar que 11.000 anos depois que nossos ancestrais da Era do Gelo fizeram sua arte em nossas paredes, esse medo do desconhecido pode ter levado os locais supersticiosos a retornarem à rocha e deixarem sua marca”, disse Paul Baker, diretor da Creswell Crags.
O desfiladeiro de Creswell Crags possivelmente será considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 2020. Ele é um desfiladeiro de calcário fechado de 0,5 quilômetros no início de um complexo sistema de cavernas que tem sido usado por humanos nos últimos 60 mil anos.
“Creswell Crags já é de importância internacional para a sua arte da Idade do Gelo e restos antigos. Descobrir que esse enorme número de marcas de proteção do passado mais recente acrescenta uma nova camada de descobertas”, disse Duncan Wilson, diretor executivo da Historic England.
“Mesmo duzentos anos atrás, o interior da Inglaterra era um lugar muito diferente, a morte e a doença eram companheiros cotidianos e as forças do mal podiam ser prontamente imaginadas no escuro. Podemos apenas especular sobre o que as pessoas de Creswell temiam que pudessem emergir do submundo para essas cavernas”, continuou.
A equipe de Creswell Crags está trabalhando com especialistas para entender os significados das inscrições achadas.