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A história dos escravos que se disfarçaram de brancos para fugir

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A história da fuga de Ellen e William Craft, um casal fugitivo de escravos americanos, provavelmente, é uma das mais ousadas e engenhosas de todas. Os dois se casaram de forma clandestina e orquestraram juntos uma fuga épica. Ellen, como tinha o tom de pele mais claro, fingiu ser um homem branco viajando com o seu criado, no caso, o seu marido William. Os dois conseguiram fugir de seus donos em plena luz do dia. E depois de uma longa viagem de trem e barco, os dois finalmente estavam livres.

E mesmo hoje, mais de um século depois, Ellen e William ainda são lembrados pela sua coragem e persistência em um tempo onde os negros eram submetidos às piores atrocidades. A fuga dos dois ainda é um dos enredos mais criativos que já surgiram no sul de Antebellum. Conheça a história desse casal e entenda como eles conseguiram bolar um plano de fuga magistral.

Ellen e William Craft

Ellen e Willian Craft nasceram na Geórgia, durante a primeira metade do século XIX. Ela era filha de um proprietário de escravos e de uma criada. Por ser birracial, Ellen tinha a pele mais clara, o que se tornaria a sua salvação no futuro. Por muito tempo, Ellen trabalhou como criada de uma dama de dentro de casa.

Já William Craft, teve uma vida totalmente diferente. Ao longo de sua infância, ele viu a sua família ser dividida diversas vezes, com seus donos vendendo seus pais e seus irmãos. Em seu livro de memórias, ele recorda esse período. “Meu velho mestre tinha a reputação de ser um homem muito humano e cristão, mas não hesitava em vender meu pobre pai e minha querida mãe idosa, em tempos diferentes, para pessoas diferentes. Separando-os para nunca mais contemplar um ao outro, até ser convocado para comparecer perante o grande tribunal do céu”.

Ainda criança, William foi comprado por um banqueiro rico, que o treinou para ser carpinteiro. Como o menino era muito habilidoso, o seu dono o pagava um pequeno salário. Embora a quantia fosse pouca, ele conseguiu guardar o dinheiro que lhe seria muito útil no seu plano de fuga. Foi trabalhando como carpinteiro que ele conheceu sua futura esposa, Ellen.

Negado o direito de se casarem, o casal decidiu selar a união em uma cerimônia escondida. No entanto, mesmo casados de forma clandestina, os dois temiam que sua família fosse separada pelos seus donos. Com o medo de terem filhos e os verem serem vendidos como aconteceu com a família de William, eles então começaram a planejar a sua fuga.

A fuga

Na verdade, o plano do casal era bem simples. Eles usariam a pele clara de Ellen para disfarçá-la como um homem branco viajando com o seu servo, William. Com as economias que ele fez enquanto trabalhou como carpinteiro, eles compraram uma passagem de Macon para Savannah.

Eles embarcaram no trem no dia 21 de dezembro de 1846. Ellen, que tinha cortado o seu cabelo, vestia roupas de um velho fazendeiro rico. Ela se fingiu de surda durante toda a viagem para evitar que alguém falasse com ela, o que arruinaria o seu plano. O disfarce deu certo, e o casal conseguiu chegar até Savannah sem serem pegos.

De lá, os dois embarcaram em um navio a caminho de Charleston. Até que eles chegam à fronteira da Pensilvânia. Embora o estado fosse livre, a fronteira era difícil de atravessar. Esse foi um dos maiores obstáculos que eles enfrentaram na fuga. Mas, por sorte, um dos patrulheiros ficou com pena do braço enfaixado de Ellen e permitiu que os dois entrassem no estado. Quando eles finalmente pisaram na Filadélfia, Ellen gritou eufórica: “Graças a Deus, William, estamos salvos”.

Na Filadélfia, a rede abolicionista clandestina forneceu toda a ajuda necessária para alguém que chegava fugido na cidade. Eles providenciaram um lugar para eles ficarem e forneceram aulas de alfabetização ao casal fugitivo. Depois disso, os dois viajaram para Boston, onde conseguiram empregos dignos. Ele como marceneiro e ela como costureira. Felizmente, ambos conseguiram fugir e ter uma vida digna.

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