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Homem passa 72 horas com 72 cobras venenosas em um recinto de vidro

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O respeitado herpetologista indiano, Neelam Kumar Khaire, possui um currículo de dar inveja. Em sua juventude, por exemplo, este profissional, amante dos répteis, passou 72 horas, em um recinto com 72 cobras venenosas. Com o experimento, que lhe rendeu um recorde no Guinness Book, Khaire provou que as cobras só picam quando são provocadas.

O lendário feito do herpetologista ocorreu em 1986, quando uma recepcionista de 28 anos de um hotel em Pune, na Índia, decidiu desafiá-lo. Até então, o recorde havia sido estabelecido pelo sul-africano Peter Snyemaris, em 1980. Snyemaris, quando conquistou recorde, passou 50 horas com 18 cobras venenosas e seis semi venenosas em Joanesburgo, na África do Sul.

Quando foi desafiado pela recepcionista de um hotel, Neelam aceitou a empreitada porque acreditava que um indiano merecia mais o recorde mundial do que um sul-africano, afinal, a Índia sempre foi conhecida por suas temidas cobras.

Apesar da oposição de autoridades locais, que não o levaram a sério e nem queriam permitir que o herpetologista levasse adiante seu plano. Mesmo assim, no dia 20 de janeiro de 1986, Khaire entrou em um recinto de vidro e ficou ali, 72 horas, com 72 cobras venenosas.

O herpetologista e as cobras

O herpetologista se apaixonou pelas cobras quando tinha 20 anos, enquanto trabalhava como gerente de uma casa de férias em Matheran, perto de Bombaim. As cobras eram frequentemente vistas no local e, embora os outros membros da equipe sempre optassem por matá-las, Khaire preferia adotava outras medidas.

“Os répteis eram visitantes frequentes em minha casa, em Matheran”, disse Khaire ao India Today. “Eu odiava a ideia de ter que matar essas criaturas tão bonitas, pois a maioria delas eram inofensivas. Então, comecei a recolhê-las e soltá-las nas colinas Sahyadri”.

“Uma vez, peguei uma das cobra e a levei para o Instituto Haffkin, em Bombaim. Disseram-me que era venenosa e que eu havia me arriscado ao transportá-la. Não me importei com o comentário e, desde que comecei a trabalhar ali, minha obsessão por cobras cresceu cada vez mais”.

Como se apaixonou pelos répteis, Khaire construiu um pequeno criadouro de cobras em seu quintal. Aos poucos, o criadouro tornou-se um centro de pesquisa. O herpetologista só aceitou o desafio em estabelecer um novo recorde no Guinness para atrair investidores e, assim, investir ainda mais em seu santuário.

O recorde

O Guinness Records, ao saber da intenção de Khaire, escreveu-lhe, detalhando o conjunto de regras que validaria a tentativa. De acordo com o documento, o herpetologista, para conquistar o título, poderia passar todos os cerca de meia hora fora do recinto de vidro. No entanto, Khaire recusou a proposta e decidiu ficar 72 horas ininterruptas no espaço, instaurado dentro do Campo Esportivo do BJ Medical College de Pune.

De acordo com a mídia internacional que realizou uma cobertura completa sobre o evento, o herpetologista e as 72 cobras – 27 cobras monoceladas, 24 víboras-de-Russell, nove cobras binoceladas, oito kraits e quatro comuns – se deram perfeitamente bem ao longo dos três dias, mesmo Kheire tendo que segurar uma ou outra ocasionalmente.

Curiosas, algumas tentaram passear pelo corpo do herpetologista, mas o profissional, em nenhum momento, se sentiu ameaçado. No final das 72 horas, Khaire conquistou o recorde. Em 1986, com a ajuda da Pune Municipal Corporation, o herpetologista criou o Katraj Snake Park, que mais tarde ficou conhecido como Rajiv Gandhi Zoological Park.

Em suma, Khaire foi o primeiro indiano criar uma espécie de orfanato dedicado a esses animais. O profissional, hoje, tenta inspirar a nova geração a respeitar a natureza e o meio ambiente e, por isso, fundou a Escola Uttara, cujo ensino é voltado ao Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Extensão.

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