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Irena Sandler, a mulher que salvou mais de 2500 crianças dos guetos judeus

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A ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, foi uma ditadura que deixou marcas de atrocidades no mundo. O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial, sendo que os povos germânicos, chamados de raça nórdica, eram descritos como os mais puros da raça ariana e eram, portanto, vistos como a “raça superior”.

Não é novidade nenhuma que as atrocidades cometidas por essa ditadura marcaram o mundo. E em meio a tantos atos monstruosos contra humanidade, algumas histórias de verdadeiros heróis que ajudaram várias pessoas, ficam perdidas. Como é o caso dessa mulher que salvou várias crianças.

A mulher chamada Irena nasceu em Varsóvia. Seu pai era o médico polonês Stanislav Kshizhanovsky. E mesmo a família não sendo rica, o pai nunca se recusou a ajudar outros e atendeu vários pacientes de graça. Além do que, a maioria dos pacientes do médico eram judeus pobres que por alguma razão estavam na Polônia.

Na década de 1930, Irena já estava na faculdade e nessa época, o sentimento nacionalista na Polônia estava muito forte. Na escola em que a menina frequentava, tinham bancos separados para os judeus e era considerado uma vergonha se sentar ao lado deles. Mas Irena não concordava com isso e lutou abertamente contra, e por causa disso, foi suspensa da escola por três anos.

Gueto

Quando a Polônia estava começando a ser ocupada, a mulher já tinha trabalhado em serviços sanitários. E depois se juntou ao Zhegota, que era um sindicato clandestino que ajudava judeus a conseguirem passaportes poloneses para evitar que eles fossem mandados para o gueto.

Os nazistas tinham expulsado todos os judeus para o gueto de Varsóvia. Lá, eles viviam em aglomerações e recebiam uma pequena porção de comida, um total de 184 calorias por dia. As pessoas estavam fracas e doentes por estarem ali e acabavam morrendo. E os alemães não queriam que as epidemias saíssem do gueto. E com medo de se infectarem, os alemães deixavam os serviços sanitários para os poloneses.

Irena checava regularmente as pessoas do gueto para ver se elas estavam doentes e também conversava com elas. “As pessoas morreram às centenas nas ruas do gueto. Conseguimos trazer alimentos, carvão, roupas e medicamentos para o território, mas salvar todos era uma tarefa impossível”, conta a mulher.

Em 1942, no verão, os moradores do gueto foram levados em massa para os campos de extermínio. Foi aí que Irena percebeu que tinha que fazer alguma coisa. Ela desenvolveu um sistema de resgate para as crianças do gueto. O plano deu certo porque ela contou com a ajuda das pessoas que trabalhavam com ela.

Eles deram pílulas para dormir para as crianças pequenas e as mais velhas foram instruídas do que fazer. Irena e as pessoas que a ajudaram levavam as crianças de todos os jeitos possíveis, em sacos de lixo, caixas de remédios, embaixo de lonas, escondidas em meio aos mortos. E os cachorros ajudavam a encobrir o choro ou gemido das crianças.

Bonde

O bonde 4, que era conhecido como o bonde da vida podia fazer paradas no gueto para pegar as enfermeiras. Elas escondiam os bebês em caixas com furos e os colocavam embaixo do banco para saírem de lá.

As crianças resgatadas foram colocadas em abrigos, igrejas e famílias polonesas. Para cada criança, Irena escreveu uma nota falando a data de nascimento de cada uma e todas as informações que eram conhecidas a respeito delas.

“Convencer a família de que a criança tinha que ser doada foi um dos momentos mais difíceis. Os verdadeiros heróis foram precisamente aquelas mães que confiaram em seus filhos a mim”, conta.

Em 1943, Irena foi presa por causa de uma denúncia anônima. Ela foi torturada, mas não traiu ninguém. Os amigos dela conseguiram subornar o comboio e conseguiram salvá-la. E nos documentos oficiais, ela foi considerada executada.

Pós Guerra

Depois da guerra, as informações que Irena tinha recolhido sobre as crianças foram enviadas para o Comitê Central dos Judeus na Polônia. Várias crianças resgatadas encontraram seus parentes.

A mulher trabalhou sua vida toda no setor da saúde e assistência social. Ela foi casada duas vezes e teve três filhos. A sua quarta filha foi adotada, uma órfã que ela tinha trazido do gueto com apenas seis meses de idade.

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