Existe um monte de equívocos por aí, sobre a gelatina balística. Um dos erros mais comuns envolve o fato do objeto não simular exatamente a densidade e viscosidade do tecido muscular humano, tornando-se, assim, impossível analisar o impacto de um projétil sobre o mesmo.
De fato, o impacto de um projétil no corpo humano não é o mesmo em uma gelatina balística. Afinal, outros fatores em um tiroteio também são levados em conta. Primeiro, cada corpo é diferente, o ângulo exato do impacto varia e a tangente também. Mas, em geral, o impacto em uma gelatina bastante similar. Não é à toa que o objeto é utilizado em perícias científicas.
A deformação, fragmentação e a rotação de um projétil de arma de fogo dentro do corpo são conhecidos como os maiores elementos agravantes da lesão. Alguns tipos de anteparos, que podem estar interpostos entre o cano da arma e a vítima, são constituídos de materiais rígidos, que induzem com frequência a pré-alteração do formato e da estabilidade do projétil, antes de sua penetração no organismo. É procedente a ideia de que também ocorra a alteração no padrão da lesão, quando o projétil previamente transfixa um anteparo.
Por esses e outros fatores, a gelatina balística é perfeita para simular essas medições. Portanto, o objetivo do uso do objeto é estipular uma comparação entre situações que, muitas das vezes, são relativas. Porém, a confusão se faz presente quando interpretações leigas começam a se concretizar. Muitos, por exemplo, acreditam que a ruptura ocasionada na gelatina balística é praticamente a mesma que um projétil acarreta ao corpo humano.
Quando se trata de balística e armas defensivas, muito do que é considerado fato é baseado em especulações. Prever um resultado a curto prazo é, na melhor das hipóteses, uma proposição 50/50.
Assim como existem estudos científicos envolvendo seres humanos, a gelatina balística veio para ajudar profissionais e especialistas a simular quais danos físicos um projétil é capaz de ocasionar. E é por meio de tais tentativas, que profissionais e especialistas discorrem sobre o resultado dos impactos que um projétil pode render.
Esta substância, cientificamente correlacionada com o tecido muscular dos suínos (por sua vez, sugere que é comparável ao tecido muscular humano) foi desenvolvida e aprimorada por Martin Fackler, fundador e chefe do Laboratório de Balística do Instituto de Pesquisa Letterman Army.
Embora a gelatina balística não deva ser comparada à estrutura do corpo humano, muitos a utilizam porque o material serve como um meio de teste consistente. Além disso, é reproduzível e homogêneo, permitindo que as variáveis possam ser controladas e os resultados comparados. É por esse motivo que os testes de gelatina e seus resultados são ferramentas essenciais para especialistas e profissionais da área forense, por exemplo.
De todas as formas, para ilustrar melhor todo esse cenário, ilustramos nossa matéria com um vídeo altamente explicativo. Nele, você pode observar tudo o que foi dito aqui. Antes de assisti-lo, lembre-se, não somos especialistas. Compilamos aqui informações valiosas para você entender o porquê esse objeto ocasiona tanta discussão e porquê ainda segue sendo extremamente importante em testes forenses.