A ditadura da beleza faz as pessoas fazerem coisas realmente absurdas, que colocam a própria saúde em risco. O caso dessa mulher é a prova disso. Depois de anos, usando um creme para clareamento de pele, a mulher teve uma severa intoxicação por mercúrio que resultou em danos neurológicos irreversíveis. Foi isso que afirmaram os médicos em um relatório publicado, recentemente, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
De acordo com o relatório, a mulher, de 47 anos, que mora em Sacramento no estado da Califórnia, procurou atendimento médico nem meados de julho de 2019. Ela procurou um hospital, quando seus braços, desenvolveram espasmos musculares involuntários e ficaram extremamente enfraquecidos. Duas semanas depois, o seu estado piorou e ela precisou ser internada. Nessa altura, ela ficou incapaz de andar, falar e enxergar normalmente. Já no hospital, ela experimentou delírio, e um estado grave de confusão mental. Tudo isso foi cassado, pelo uso de produtos de clareamento de pele, com substâncias tóxicas.
Cremes de clareamento
Depois que ela foi internada, os resultados dos exames de sangue mostram que a mulher tinha níveis absurdamente altos de mercúrio. Para se ter uma ideia, o seu sangue continha mais de mil vezes, o nível de mercúrio de uma pessoa média. Até que os familiares da mulher revelaram aos médicos que a mulher fazia o uso de cremes, para clareamento da pele importados do México, há pelo menos sete anos.
O mercúrio é um ingrediente muito popular, em cremes clareadores. Isso devido a sua capacidade de impedir, que as células da pele produzam melanina. Em contrapartida, a sua alta toxidade levou que países de todo o mundo proibisse ou restringisse estritamente, o uso da substância em produtos cosméticos. E essa restrição abrange os Estados Unidos. Mas algumas empresas, no México, ainda adicionam o mercúrio, em cremes de pele.
O mercúrio
No caso da mulher, a situação foi ainda mais trágica. Isso porque os médicos descobriram que o creme, que ela usava tinha mercúrio orgânico. Esse que é muito pior do que o mercúrio inorgânico, que é mais usado nesse tipo de produto. O mercúrio orgânico é mais tóxico para o corpo humano em doses menores, principalmente para o cérebro. As pessoas intoxicadas por essa substância tem bem menos chances de se recuperar, dos sintomas neurológicos que aprecem. No caso da mulher, que usou o produto, por anos, a exposição foi maior e mais drástica e demorou anos, para se manifestar.
No entanto, os produtos feitos com mercúrio inorgânico, também não são seguros. Eles já foram associados a danos nos rins, erupções cutâneas, cicatrizes, além de depressão e psicose. Porém, o mercúrio inorgânico é muito mais fácil de limpar, através da terapia de quelação. Essa que é uma técnica muito usada, para retirar metais tóxicos do corpo, como o mercúrio orgânico e inorgânico.
No caso da mulher, os médicos começaram a quelação no momento em que descobriram o mercúrio no sangue. Mas apesar da terapia de quelação, a mulher não recuperou a capacidade de falar. E segundo os autores do relatório, ela ficou incapaz de “cuidar de si mesma, exigindo alimentação contínua por sonda para suporte nutricional”.