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Terapia controversa com células tronco ajudou a reparar lesões na medula espinhal de 13 pessoas

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corpo humano é um dos maquinários mais fantásticos e, ainda, cheio de mistérios, do mundo. Ele é constituído por 14 sistemas. São eles: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático, tegumentar. Cada um desses sistemas envolvem órgãos, que são responsáveis pela realização das funções vitais do organismo.

Sempre tentamos manter o corpo funcionando da melhor maneira possível. Mas anualmente, centenas de milhares de pessoas tem lesões na medula espinhal. Desses, vários pacientes acabam tendo uma perda significativa e frequentemente permanente do movimento e sensação física. Isso por conta dos danos feitos nos nervos.

A opção de tratamento para esses casos são os programas intensivos de reabilitação, que podem melhorar os resultados em alguns casos. Fora isso, outras opções são inexistentes. Contudo, novos resultados de um ensaio clínico de fase 2 deram uma nova esperança para futuras soluções.

Células-tronco

 

 

Os cientistas do Japão e Estados Unidos fizeram uma colaboração experimental. Eles pegaram 13 pacientes com lesões na medula espinhal (LM) que tiveram várias melhorias funcionais em sua condição depois que foram tratados com uma infusão intravenosa de suas próprias células-tronco que eram derivadas da sua medula óssea.

Essas células-tronco em específico são conhecidas como células-tronco mesenquimais (MSCs). Elas são células-tronco adultas multipotentes e tem a capacidade de se diferenciar em uma grande variedade de tipos de células. Isso faz com que elas consigam reparar ossos, cartilagens, músculos ou tecido adiposo.

Mesmo tendo um grande potencial, o uso dessas células como terapia gerou controvérsia. Principalmente depois que o Japão acelerou a aprovação da comercialização no fim de 2018 mesmo antes de ter os dados completos a respeito da segurança e eficácia desse tratamento experimental.

Terapia

Essa terapia é chamada de Stemirac. E agora, dois anos depois, os pesquisadores por trás dessa terapia tem mais dados para compartilhar. Embora eles ainda não sejam suficientes para aplacar os críticos, as descobertas feitas dão informações valiosas a respeito do que as MSCs podem fazer para os pacientes com SCI.

“A ideia de que podemos restaurar a função após uma lesão no cérebro e na medula espinhal usando as células-tronco do próprio paciente nos intrigou por anos. Agora temos uma dica, em humanos, de que pode ser possível”, disse o neurologista Stephen Waxman da Universidade de Yale, autor sênior do estudo.

Os pesquisadores disseram que, por mais que outros estudos tenham analisado o uso de MSCs para tratar LME através de métodos de injeção, a própria técnica usando infusão intravenosa pode ter benefícios específicos.

“É importante ressaltar que MSCs infundidos por via intravenosa podem afetar não apenas o local da lesão, mas outras partes do sistema nervoso central, incluindo cérebro e vasos sanguíneos”, explicaram os autores.

Resultados

Se é por conta disso que os resultados observados nos pacientes são explicados não é claro ainda. No entanto, os resultados desse estudo são notáveis. Os pacientes tratados com a Stemirac tinham lesão medular não penetrativa, ou seja, as medulas espinhais não foram cortadas. Todos eles, exceto um, tiveram melhorias nas principais funções sensoriais ou motoras depois de seis meses da infusão.

Além disso, mais da metade dos voluntários tiveram melhorias substanciais em atividades básicas, como por exemplo andar de mão dada. E em vários casos, melhorias graduais em uma escala de deficiência padronizada puderam ser vistas um dia depois do tratamento. Felizmente, nenhum efeito adverso significativo foi visto.

Os pesquisadores reconhecem que o ensaio foi pequeno e cheio de limitações. Mas eles dizem que esses resultados iniciais mostram que o foco está certo para um caminho seguro, viável e digno de ser seguido.

“Embora este estudo de caso inicial não fosse cego e não controlado, os pacientes com LME pareciam demonstrar uma tendência de melhora relativamente rápida da função neurológica que era frequentemente aparente dentro de alguns dias após a infusão de MSCs”, concluíram.

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