Jovem vende todos seus pertences para viver em zona rural isolada

Uma jovem escocesa vendeu todos os seus bens para viver em uma zona rural isolada no campo. Depois de anos economizando, em dezembro passado, Robyn Swan, de 32 anos, decidiu se mudar para outro local e comprou uma propriedade de 28 mil metros quadrados perto de Stirling, na Escócia.

Ela pagou cerca de 185 mil libras, ou 1,35 milhão de reais, na conversão atual.

Para pagar pelo local, Robyn, dona de uma empresa de passear cães, vendeu todos os seus bens, incluindo móveis, TV e carro. Ele também quitou sua casa na cidade e atualmente a aluga para saldar a dívida.

Demorou dois meses para levar algumas caixas de pertences pessoais para casa. Ela também teve que dormir em um colchão no chão do prédio durante todo o processo.

Robyn comprou uma cozinha abandonada por meio de um anúncio no Facebook por £ 5.000 e conseguiu uma cama. Ela diz que teve sorte por contar com amigos tão leais que a ajudaram na mudança e no trabalho.

Dificuldades

Via Globo

No entanto, ainda não se estabeleceu totalmente. Por exemplo, ela ainda não tem geladeira, e acaba comendo tudo que compra no mesmo dia, para não estragar nada.

Mas o objetivo de Robyn é tornar esa casa na zona rural isolada uma propriedade autossuficiente e viver da terra. Claro, ainda há um longo caminho a percorrer.

Ela contou que cultiva alguns alimentos ela mesma, como batatas e frutas mais fáceis de administrar. Contudo, não quer ganhar a vida com esse tipo de atividade. Tudo que quer é comer e se sustentar com seus alimentos.

Além disso, tem planos para tornar a casa mais confortável, mesmo estando em uma zona rural isolada. Ela deseja instalar sistemas de energia solar na área residencial. Isso pode ser muito caro, mas ela quer que cerca de 70% de toda a propriedade seja autossuficiente.

Facilidade

Robyn conta que a vida sem ligação à rede de serviços públicos tem sido mais fácil do que se esperava. Ele coleta água da chuva, toma banho em uma banheira de ferro fundido que recebeu de doação e usa a água do banho aquecida no fogo para regar suas plantas.

Enquanto isso, seu laptop e smartphone são carregados pelo alternador do caminhão enquanto ele dirige. Os alimentos ainda são comprados principalmente em lojas locais.

Nos últimos sete meses, Robyn cercou a propriedade e construiu abrigos para os animais que ali vivem. São oito ovelhas, seis porcos e mais de 20 galinhas. Ela também tem quatro cachorros com quem mora em um contêiner, na mesma zona rural isolada.

Os próximos passos para transformar a terra em um lugar viável e sustentável incluem começar uma horta onde cultivará frutas e legumes e começar a construir uma casa grande.

Via Freepik

Mais adeptos da zona rural isolada

Nos últimos anos, observamos um interesse maior dos jovens em buscar uma vida mais simples, muitas vezes no campo ou afastada da tecnologia e das redes sociais.

Esse movimento, que pode parecer contraintuitivo em uma era de avanços tecnológicos sem precedentes, se explica por uma série de fatores.

Para começar, a exposição constante das redes sociais e da tecnologia pode levar à sobrecarga de informações. Essa geração cresceu cercada de notícias, atualizações e imersa em uma realidade de mensagens virtuais. A pressão de estar sempre conectado e atualizado é maior do que se via antes.

Não à toa, vivemos em uma era de ansiedade, estresse e outros problemas de saúde mental. Buscar um estilo de vida mais tranquilo e isolado, longe da tecnologia, se tornou uma solução viável para encontrar a paz e o equilíbrio mental.

Isso também se relaciona com o desejo de uma vida longe da comunicação digital, que se tornou dominante. Mensagens, redes sociais e outros tipos de interações podem parecer menos humanas e profundas. Mudar radicalmente, como no caso de Robyn, se torna uma forma de se conectar mais ao mundo e às comunidades.

Via Freepik

Sustentabilidade

Outro fator importante que pesa nessa decisão de abandonar a tecnologia e se mudar para o campo, como em uma zona rural isolada, é a sustentabilidade e um estilo de vida mais saudável.

As cidades estão com índices cada vez maiores de violência, poluição e degradação ambiental. Enquanto isso, a agricultura familiar e a produção de subexistência no campo permite não apenas ser mais sustentável, como fugir dos problemas de saúde dos grandes centros urbanos.

Esse estilo de vida permite ter acesso a alimentos orgânicos, ar puro e uma conexão direta com a natureza.

Muitos jovens buscar adotar uma pegada ecológica e ter práticas de vida mais saudáveis e autossuficientes com esse objetivo.

Muitos acreditavam que a evolução tecnológica atrairia cada vez mais pessoas, como aconteceu no exôdo rural após a Revolução Industrial. Sair do campo para trabalhar na cidade foi o que impulsionou a transformação urbana.

Contudo, o movimento agora é oposto. A busca por uma vida mais tranquila, autossuficiente e longe das cidades é uma forma de fugir da tecnologia e da sociedade moderna.

Horas exaustivas de trabalho, poucas perspectivas de vida e valores que não combinam com os jovens é o que leva essa geração a repensar onde desejam morar e viver.

E parte disso teve ainda mais influência com a pandemia de Covid-19, que isolou as pessoas em suas casas e mostrou como seria a vida fora dos centros urbanos.

Por isso, podemos esperar uma tendência crescente de ida para o campo, assim como Robyn, em busca da paz, autossuficiência e tranquilidade.

 

Fonte: Globo

Imagens: Globo, Freepik, Freepik

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