Curiosidades

Maquiador de mortos explica quais são os desconfortos e desafios

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Com certeza, você já deve ter ouvido falar sobre o quanto a maquiagem pode fazer milagres. Ela não apenas faz milagres, como é capaz de transformar as pessoas, estejam elas vivas ou mortas. Embora muita gente não conheça, existem maquiadores de pessoas mortas. Um exemplo disso é o maquiador Cléber Dantas.

Ele trabalha há 40 anos com pessoas mortas e é tanatopraxista em uma funerária de Campina Grande. Entre as suas funções está a maquiagem de pessoas que já morreram.

Maquiar pessoas mortas não é uma atividade tão comum assim, por isso que essa profissão gera uma curiosidade nas pessoas. Muitas têm vontade de saber sobre as particularidades, qualidades e desafios da profissão.

Profissão

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No caso de Cléber, que é tanatopraxista, ele pratica a tanatopraxia, que é um procedimento que visa conservar, embalsamar, higienizar e cuidar da aparência de um defunto para o velório. Além dessas funções, maquiar os mortos também faz parte do processo.

Embora ele atue no mercado funerário há cerca de 20 anos, Cléber entrou nele meio que por acaso. Antes, o homem era segurança privado e depois foi trabalhar em uma funerária. Então, ele começou a se adaptar ao novo ambiente e ter contato com as pessoas que deixavam seus entes queridos ali. Foi assim que ele ingressou na área.

O tanatopraxista contou que aprendeu a necromaquiagem em seu cotidiano de trabalho, e ressaltou que esse é um detalhe fundamental na área em que ele atua. “A necromaquiagem eu aprendi dentro do próprio segmento por necessidade, tendo em vista que a necromaquiagem é um complemento do procedimento de tanatopraxia. É o acabamento final. Eu diria que todo profissional que zela pela sua imagem, que gosta de oferecer um trabalho de excelência, a necromaquiagem é o fator determinante no nosso setor”, disse.

Desconforto

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Para quem vê de fora pode ser estranho trabalhar com pessoas mortas, mas Cléber explica que depois de décadas lidando com elas, ele se adaptou com os corpos, velórios e todas as questões relacionadas. Mesmo assim, ainda existem situações que deixam o maquiador desconfortável em sua profissão. Uma delas é ter que trabalhar com crianças mortas.

“Hoje, só existe uma situação em que, assim, eu não me sinto à vontade, porém como profissional eu não posso me negar a fazer, que é a tanatopraxia em crianças. Não sei se é porque eu sou pai também, mas eu tenho relato de colegas que também pensam da mesma forma, mas a gente tenta ser o máximo profissional possível. A gente faz, mas tem um certo bloqueio. Se fosse possível evitar, eu evitaria”, explicou.

Outro ponto sobre a profissão é que, como o maquiador explicou, não tem hora para atender. O trabalho dele varia de acordo com a necessidade de atendimento na funerária. Por conta disso ele diz que foi preciso trabalhar o seu psicológico para lidar com o trabalho.

“A gente está trabalhando diretamente com pessoas que acabaram de desencarnar, acabaram de morrer. A parte psicológica pode vir a agravar diante dos fatos que pegamos que são inúmeras causas-morte”, disse.

Maquiagem

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Assim como no ramo da beleza, a maquiagem usada nos mortos é a mesma. A diferença que acontece no procedimento é relacionada com o tecido que está fixado por conta do procedimento da tanatopraxia. Geralmente, os produtos mais usados são base, pó compacto, blush, gloss, sombra, rímel, lápis e corretivo. No entanto, em alguns casos, apenas a maquiagem não é suficiente.

“Existe uma variação de acordo com a necessidade dos casos em que não se há somente a necessidade de apenas necromaquiar, mas que se há também uma restauração facial em vista de perda de tecido e que, posteriormente, precisamos necromaquiar”, explicou o maquiador.

Segundo o maquiador, se a pessoa não tiver perda de tecido e se a maquiagem for normal, ele gasta entre 15 e 20 minutos. Agora, se a pessoa tiver alguma perda de tecido, o procedimento é mais demorado e precisa de um preparo maior.

“Se houver uma restauração, se tiver que ser feito um preenchimento de tecido, que eu tenho que trabalhar antes para poder maquiar, é possível que se gaste, aproximadamente, entre 40 minutos a uma hora”, ressaltou.

Trabalho

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Para que a tanatopraxista seja feita é preciso, além do trabalho de higienização e conservação que estão relacionados à função, uma relação direta com o luto, direto e indiretamente.

O maquiador explicou que todo o trabalho feito dentro do laboratório de tanatopraxia precisa de concentração e, o mais importante, silêncio. Isso é necessário por conta da complexidade do procedimento, e em respeito à pessoa morta.

“Quando estamos em operação, não nos envolvemos com assuntos externos, fazendo com que o nosso trabalho, que requer muita concentração, possa sair da melhor forma possível e, de preferência, mantendo o silêncio a maior parte do tempo”, concluiu ele.

Fonte: G1

Imagens: G1

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