Ciência e Tecnologia

As máquinas poderão substituir os humanos de vez?

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Existe muita discussão atualmente sobre o futuro do mercado de trabalho. Não estamos falando sobre a situação do Brasil e das reformas acontecendo nas leis sobre o assunto, mas sim sobre as alegações de que os empregos humanos serão roubados pelos robôs. A preocupação se deve ao crescimento das tecnologias capacitas para tarefas físicas (com robôs), tarefas intelectuais (computação cognitiva) e serviços de clientes (máquinas de auto-atendimento ou scanners tecnológicos).

Enquanto essas tecnologias ganham espaço e importância no cenário mundial e causam o desaparecimento de alguns trabalhos, o futuro do mercado não necessariamente é tão assustador. Na realidade, a automação pode ser responsável pelo surgimento de vários novos tipos de trabalho, incluindo algum que não conhecemos hoje em dia. Ao invés de ver a extinção dos trabalhos de humanos, devemos ver uma transformação dos trabalhos, fazendo com que pessoas e robôs trabalhem lado a lado.

Um recente relatório publicado no Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos e assinado por economistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Boston analisou o custo da troca da mão-de-obra humana por máquinas em alguns setores de produção, como agricultura, pesquisa e desenvolvimento.

A princípio, os resultados não são muito otimistas dentro dessas áreas para quem não é um robô. “Espera-se que os robôs, em especial os industriais, se espalhem rapidamente nas próximas décadas e assumam tarefas anteriormente realizadas por trabalhadores”, afirmam os pesquisadores em seu relatório.

Apesar da previsão, isso não significa que estamos sendo dominados pelos robôs. Atualmente, os dados sobre automação nos Estados Unidos apontam que há 1,75 robôs para cada ser humano trabalhador no país. Porém, existe uma previsão de que os números possam crescer numa escala impressionante até 2025, passando de 5 robôs por pessoa.

Mesmo que exista certa preocupação, é preciso lembrar que a inclusão da automação dos processos de produção não é algo recente. Desde o século 18, a revolução dos modos de produção substituíram o trabalho humano pelas máquinas em diversas áreas. É claro que as tecnologias recentes criaram um cenário em que o aumento é cada vez mais progressivo, mas nem todo mundo precisa temer o futuro.

Para fazer previsões corretas sobre os empregos entre máquinas, precisamos entender como serão os empregos em 2025 e como irá funcionar a divisão de trabalhos. Segundo a Forrester Research, empresa norte-americana que realiza pesquisas sobre impactos da tecnologia no mercado, uma nova divisão irá surgir e se estabelecer entre 2015 e 2025 entre robôs (e aqui falamos de máquinas, tecnologias, softwares e ambientes digitais), clientes e empregadores.

Ao tentar analisar o futuro, também é importante utilizar um olhar sobre o passado. Ao longo do tempo, economistas perceberam um padrão que mostra que sempre que a automação foi responsável pelo desemprego de humanos, compensou com a criação de funções em outras áreas. De acordo com o economista Robert Cohen, do Instituto de Estratégia Econômica, “a computação em nuvem, a Big Data e a Internet das Coisas empregarão milhões de pessoas em novos tipos de empregos”.

Ou seja, pelo lado positivo, a automação vai criar cerca de 13,6 milhões de novos empregos na próxima década, o que será equivalente a cerca de 9% da força de trabalho no ano 2025. São empregos que ainda não existem e só irão ser criados em razão do novo cenário automatizado. Nessa situação, a cada dez empregos que irão desaparecer, um novo será criado em áreas de desenvolvimento, engenharia, design, manutenção, treinamento e outras.

Em 2019, espera-se que a automação nas empresas possa mudar toda categoria de trabalho em ao menos 25%. Para que você visualize isso, tente comparar o trabalho de um diretor de finanças atualmente com a mesma função na década de 60, por exemplo. Enquanto o funcionário do passado passava muito tempo fazendo contas e anotações em papéis, hoje em dia pode apostar em planilhas digitais que modificam o esforço e o tipo de trabalho.

Também é importante entender que a automação envolve muitos custos. Uma empresa que investe $10 milhões em tecnologia para substituir um sistema de instalação num processo industrial pode perceber melhores resultados em termos de produção. Porém, a manutenção do serviço pode acabar exigindo uma tecnologia tão avançada que vai exigir ainda mais funcionários para manter o funcionamento das máquinas, aumentando o número de empregos.

Enquanto muitos analistas enxergam o futuro da automação como um problema para os trabalhadores e um crescimento da tensão perante o aumento da produção robotizada, outros especialistas apostam num futuro mais equilibrado. Nesse cenário, a automação poderia substituir pessoas, mas criaria novos empregos para equilibrar aqueles que remove, além de transformar a forma de atuação em diferentes setores.

Em resumo, um futuro que conta com a colaboração entre humanos e robôs deve representar a verdadeira revolução no mercado de trabalho. Será que você está preparado para lidar como esse futuro?

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