Assim como nós, humanos, o nosso planeta também está constantemente em evolução, ou retrocesso, infelizmente, o que por sua vez faz com que os hábitos e habitats de alguns animais mudem. Os ursos polares, por exemplo, são animais que sentem, e muito, o impacto das mudanças climáticas. Até porque seu habitat está literalmente virando água. Além disso, marcas estão sendo vistas nos ursos polares por conta do aquecimento do Ártico.
De acordo com um estudo feito pela Universidade de Washington, nos EUA, o aquecimento do Ártico está fazendo com que os animais desenvolvam ferimentos severos em suas patas, como por exemplo, cortes e cicatrizes.
O estudo foi publicado nessa semana e é o primeiro que documentou essas marcas nos ursos polares por conta do aquecimento do Ártico. Elas foram vistas em 31 dos 61 animais da população da região da Kane Basin, área que é importante para o estudo associado com o clima e à vida selvagem, entre Canadá e Groenlândia.
Conforme o observado pelos pesquisadores, entre 2012 e 2022, a mudança que aconteceu nas condições do gelo do mar, como os ciclos de congelamento e descongelamento, foram contribuintes para a formação de crostas de gelo duras que acabam ficando presas nas patas dos ursos. Consequentemente, isso não provoca somente dor nos animais, mas também dificulta eles se locomoverem enquanto procuram por comidas e companheiros.
Um só planeta
De acordo com Kristin Laidre, autora principal do estudo, as marcas nos ursos polares mostram os efeitos inesperados do aquecimento do Ártico. O ambiente desses animais está em transformação e os eventos de chuva na neve e temperaturas amenas estão criando condições perigosas para a sobrevivência deles. “Eu nunca tinha visto isso antes”, disse Laidre.
“Os dois animais mais afetados [que encontramos] não conseguiam correr, mal conseguiam andar. Ao imobilizá-los para pesquisa, removemos com muito cuidado o gelo das patas. Os blocos de gelo não estavam apenas presos aos pelos. Estavam grudados na pele, e ao palpá-los, era evidente que os ursos estavam com dor”, continuou ela.
Essas lesões também foram vistas me 15 dos 124 ursos na população da Groenlândia Oriental que o estudo analisou. Tudo isso mostra como o aquecimento global está chegando a um nível novo de impacto na fauna ártica.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o urso polar é tido como vulnerável e é estimado que existam entre 20 e 25 mil ursos em cinco países. São eles: EUA (Alasca), Canadá , Rússia, Groenlândia e Noruega.
“Precisamos reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento”, concluiu Laidre.
Fonte: Um só planeta
Imagens: Um só planeta