Ciência e TecnologiaCompartilhando coisa boa

Médica brasileira entra no ranking de cientistas mais influentes do mundo

0

No final de 2021, a médica Angelita Habr-Gama trouxe ainda mais reconhecimento internacional à ciência brasileira. Na ocasião, a pesquisadora entrou na lista dos 2% de cientistas mais influentes do mundo. A entidade elaboradora do ranking foi a Universidade de Stanford, dos Estados Unidos.

Aos 89 anos, Angelita também é cirurgiã e professora emérita da Universidade de São Paulo (USP). Inclusive, foi ela quem criou a disciplina de coloproctologia. Além disso, é a primeira mulher a chefiar os Departamentos de Cirurgia e Gastroenterologia da instituição.

Sendo assim, o reconhecimento da Universidade de Stanford a coloca como uma das cientistas que mais contribuíram com o conhecimento mundial. Juntamente com a conquista de mais de 50 prêmios científicos internacionais, é possível afirmar sem medo que Angelita é uma das maiores pesquisadoras brasileiras da história.

Fonte: Clayton de Souza/Estadão Conteúdo/Arquivo

Da infância à faculdade

A princípio, a médica nasceu em 1933 na Ilha de Marajó, localizada no Pará.    Depois que um de seus cinco irmãos morreu, os pais da futura cientista tomaram a decisão de se mudarem para São Paulo. A escolha se deu pelo medo da apendicite acometer outra criança de sua prole. Portanto, era importante que se tivesse uma melhor assistência hospitalar por perto.

Em solo paulista, Angelita sempre estudou em escolas públicas. Assim, no Colégio Caetano Camargo, a jovem recebeu influência de suas colegas de vôlei para que cursasse medicina. De início, a decisão não agradou muito os pais da menina, uma vez que eles trabalhavam como professores no Líbano.

Após tomar a decisão, ela seguiu seu ímpeto e passou em oitavo lugar no vestibular da USP. Durante a residência, a paixão por ensinar floresceu. Enquanto Angelita aprendia sobre sua área, ela passava seus saberes para quem estava no internato.

Inclusive, sua primeira paixão não foi a coloproctologia, mas sim, a cardiologia. Sendo assim, ela se candidatou à residência de cirurgia nesta área. No processo seletivo, o chefe do departamento questionou o interesse da futura cientista na área. Segundo o médico, “medicina não é uma área de mulher, cirurgia menos ainda”.

Mesmo assim, a cientista fez o concurso, ficando em primeiro lugar. Daí em diante, ela viu sua carreira dar uma importante guinada para outro campo: a coloproctologia.

Mudança de área

Definitivamente, um dos momentos mais marcantes da carreira da cientista foi quando ela participou do Congresso Internacional de Coloproctologia. Lá, conheceu médicos que trabalhavam no único hospital dedicado a tratar de doenças intestinais: o St. Marks.

Logo, ela se dispôs a tentar uma vaga na instituição inglesa. Mais uma vez, Angelita se deparou com uma resposta machista. “Nós conhecemos você, achamos que você é uma jovem bastante promissora, mas não aceitamos mulheres, it’s a hospital for men”, dizia o comunicado oficial.

Após dois anos de insistência da jovem, o St. Marks finalmente resolveu aceitá-la. Como consequência, a cientista se tornou a primeira mulher a estagiar no hospital. A experiência foi muito enriquecedora, o que a levou a ser contratada pelo Hospital das Clínicas da USP. Dali em diante, sua carreira se consolidou. Ela realmente tinha um lugar para chamar de lar: a Faculdade de Medicina.

Fonte: London North West University Healthcare NHS Trust

Entrada na pesquisa

Assim como seus atendimentos, as pesquisas da cientista também viraram referência. Angelita publicou centenas de artigos científicos, vencendo mais de 50 prêmios nacionais e internacionais. Além disso, ela foi nomeada a coordenadora brasileira do Programa de Prevenção do Câncer Colorretal pela Organização Mundial de Gastroenterologia (OMGE).

Como se já não bastasse, ela é membro honorário do American College of Surgeons. Sem contar que a cientista também é a primeira mulher a fazer parte do grupo de 17 Membros Honorários da European Surgical Association. Conhece a revista Forbes? Pois é, o periódico classificou a cientista como uma das mulheres mais influentes do Brasil.

Agora, ela expandiu ainda mais suas fronteiras. Com o ranking da Universidade de Stanford, ela se firma como uma das mulheres mais influentes do mundo.

Fonte: Future Health, Metropoles

O que a “tábua de maldição” hebraica pode revelar sobre a Bíblia

Artigo anterior

Frascos de 3,4 mil anos revelam como era o banquete funerário egípcio

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido