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Metabolismo pode explicar longevidade do vertebrado mais velho do mundo

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A longevidade tem aumentado significativamente nas últimas décadas. No caso dos humanos, os avanços na área da tecnologia e saúde têm garantido uma vida mais longa e em melhores condições. Já no mundo animal, o tubarão-da-groenlândia é o animal vertebrado mais longevo  que se conhece. E o metabolismo desse animal pode ter relação com sua longevidade.

Esse peixe pode ter mais de 6,5 metros de comprimento e pesar mais de uma tonelada, podendo chegar a viver 400 anos. Para se ter uma noção, esse tempo de vida é o dobro das tartarugas-gigantes, que são os animais terrestres com maior longevidade.

Além disso, o animal mais velho do mundo é um tubarão-da-groenlândia, com até 523 anos de idade. Esse tempo todo vivo seria o suficiente para ter  acompanhado toda a história do nosso país. A idade desse animal foi estimada pelos cientistas através de medições dos níveis de radiocarbono nos olhos das fêmeas que acidentalmente foram capturadas por um barco de pesca. O mais provável é que essas fêmeas sejam mais novas, mas não é possível afirmar com certeza qual é a idade do peixe secular.

Longevidade e metabolismo

CNN

Agora, um novo estudo liderado pelo doutorando Ewan Camplisson na Universidade de Manchester, no Reino Unido, busca compreender os segredos da longevidade desse animal através do estudo do seu metabolismo.

“Nós testamos cinco enzimas metabólicas e suas taxas de atividade nos tubarões”, explicou Camplisson.
Isso foi feito porque elas são essenciais para várias etapas do metabolismo e ajudam os pesquisadores a terem uma visão compreensiva de como funciona a produção de energia para esse tubarão-da-groenlândia.
No estudo, eles testaram a atividade das enzimas nos músculos de fibra vermelha de 23 tubarões, entre 60 e 200 anos. Essa atividade varia em outras espécies de acordo com a idade dos animais, sendo um sinal tradicional do envelhecimento. Contudo, no tubarão-da-groenlândia não é visto uma variação significativa nos níveis dessas atividades, independente se os indivíduos fossem mais jovens ou mais velhos.
Mesmo que o nome desse animal possa dar a entender uma coisa, ele já foi visto nadando pelo oeste do Caribe. No entanto, a preferência dele são as águas frias e profundas. Justamente por conta disso que ele acaba sendo menos estudado do que os outros tubarões.
O nome científico dele, Somniosus microcephalus, significa “sonolento de cabeça pequena”, e faz referência ao comportamento lento que o animal tem. E a longevidade desse animal tinha sido relacionada com o ambiente frio que ele vive e aos poucos movimentos que ele faz. Contudo, o estudo liderado por Camplisson mostrou que o segredo da longevidade desse animal é mais complexo do que isso.

Estudo

iGUi ecologia

Um fato é que o tubarão-da-groenlândia tem um amadurecimento tardio, chegando à sua idade reprodutiva, em média, aos seus 150 anos. “Com o aumento das temperaturas da água ao redor do mundo, eu acredito que é importante entender como a espécie vai reagir a essas condições”, disse Camplisson. 
Ainda conforme o estudo, o metabolismo desse animal muda significativamente quando a temperatura da água é mais quente. Mesmo que isso seja sabido, ainda não é possível dizer se essa mudança na atividade das enzimas é algo prejudicial para a longevidade do animal. Mas já é notável que ele é sim sensível à variação térmica.
Entender se o tubarão-da-groenlândia é afetado pelas temperaturas mais quentes é um fator que pode influenciar na conservação da espécie, que já está em risco de extinção com tantas mudanças climáticas acontecendo.
Além disso, essa compreensão do metabolismo desse animal não é importante apenas para entender sua longevidade e saber como conservar a espécie, mas também para os humanos. Já que se sabe que o metabolismo dos tubarões funciona de uma forma diferente, compreender como isso é feito pode ser algo importante para “melhorar a vida dos mais idosos, que podem sofrer com problemas cardiovasculares”, concluiu Camplisson. 
Imagens: CNN, iGUi ecologia

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