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Montanhas Somalaya, a maior cordilheira da Terra que nunca veremos

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A Terra já teve várias formações ao longo da sua existência. Isso pode ser visto nos livros de geografia. Eles têm mapas que se parecem com a Terra atual, mas não são exatamente. Até porque, todos os continentes já estiveram fundidos em um só.

Usava-se esses mapas para explicar o motivo de os dinossauros da América do Sul e da África, ou América do Norte e Europa serem tão parecidos. São essas reconstruções geográficas que dão um contexto para se estudar os processos que moldaram a Terra. Como por exemplo, os motores terrestres de placas tectônicas, vulcanismo e construção de montanhas, e suas interações com os oceanos, a atmosfera e o sol. Como resultado, tudo isso moldou a vida na Terra.

Ademais, com todos os avanços tecnológicos, nos últimos 10 anos se desenvolveu um software que significa que qualquer pessoa interessada pode fazer essas reconstruções.

Terra

Galileu

Contudo, se esses mapas paleogeográficos já existem desde que estávamos no ensino fundamental, o que os geólogos querem descobrir? Até um determinado ponto, alguns detalhes. Isso porque, ver os detalhes dos movimentos das placas no passado da Terra pode fazer uma grande diferença.

Um exemplo disso são as principais correntes oceânicas que podem mudar repentinamente de curso quando estreitos corredores oceânicos abrem ou fecham. Ademais, as diferenças no tempo e na localização dessas correntes, por mais sutis que sejam, podem apoiar ou não o que se pensa a respeito do que causou as mudanças anteriores no clima.

Entretanto, o maior problema para a paleogeografia não são os detalhes, mas sim o fato de que até 70% da crosta terrestre que existia “recentemente”, na época em que os dinossauros andavam pela Terra, foi perdida para o manto do planeta pela subducção.

Assim, existem relíquias dessa crosta subduzida nos registros geológicos.  Por isso que esse novo estudo tentou usar esses registros para aprender a respeito da superfície perdida da Terra.

Um exemplo disso são várias das montanhas, principalmente as do Himalaia, que são feitas de pedaços de rocha dobrados e empilhados que foram raspados da placa subduzida. Portanto, seu tipo de rocha e os fósseis e minerais que eles têm podem dizer quando e onde essas rochas se formaram.

Como resultado, com essa análise o geólogos podem descobrir como esses continentes e bacias profundas e vulcões se ligaram no passado do nosso planeta.

Montanhas

Britannica

“Nos últimos anos, quando expliquei como fazemos reconstruções da paleogeografia de cadeias de montanhas modernas, às vezes me perguntavam se também poderíamos prever montanhas futuras. Eu sempre disse: ‘Claro, mas por que eu diria? Eu teria que esperar cem milhões de anos para ver se estou certo’. Mas então percebi que este poderia ser um experimento de pensamento interessante. Prever a arquitetura de futuras cadeias de montanhas exigiria a formulação de um conjunto de ‘regras para a construção de montanhas’, o que não havia sido feito antes”, explicou Douwe van Hinsbergen, professor de Tectônica Global e Paleogeografia na Universidade de Utrecht.

Nesse sentido, eles teriam que prever como a geografia que se conhece bem se transformaria em cinturões de montanhas. Como resultado, os pesquisadores perceberiam como poderiam ter sido as placas que foram perdidas para sempre, principalmente as partes que se subdividiram sem deixar registros.

Então, Hinsbergen e sua equipe fizeram essa simulação. “Formulei as regras comparando quais características são comumente encontradas em cinturões de montanha. Meu então aluno de mestrado Thomas Schouten usou as regras para prever a arquitetura geológica de um cinturão de montanhas que se formará nos próximos 200 milhões de anos, se a Somália, como esperado, se separar da África e colidir com a Índia”, explicou ele.

Montanhas Somalaya

Como resultado, se formaria as chamadas Montanhas Somalaya. Elas podem ser o Himalaia do seu tempo. Ademais, ver as semelhanças dessas montanhas Somalaya com as que se conhece atualmente pode dar possíveis soluções que os pesquisadores nunca pensaram para a evolução paleogeográfica. Por exemplo, segundo o estudo, um cinturão de montanhas pode se formar na baía entre Madagascar e a África.

“Experimentos mentais, como nosso olhar para os Somalayas, nos ajudam a perceber o que deixamos passar ao reconstruir a história das placas e da superfície da Terra. Quanto melhores forem essas reconstruções, melhor predizeremos a história e o comportamento da Terra, seus recursos e os efeitos de usá-los”, concluiu Hinsbergen.

Fonte: Science Alert

Imagens: YouTube, Galileu, Britannica

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