A Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) disparou com sucesso um feixe de laser duas vezes contra a sonda japonesa da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) na Lua.
Mas relaxe, você pode ter certeza que este não é o começo de nenhuma guerra espacial. Na verdade, é um importante projeto realizado em cooperação entre as duas organizações para a próxima expedição lunar.
Em comunicado conjunto divulgado na segunda-feira (29 de julho), tanto a NASA quanto a Jaxa enfatizaram que os testes realizados demonstraram a possibilidade de uso da tecnologia laser para comunicação e navegação de precisão na superfície lunar.
Segundo as duas organizações, o tiroteio ocorreu da seguinte forma: a sonda lunar LRO da NASA enviou pulsos de laser para um pequeno retrorrefletor instalado no módulo de pouso japonês Slim e girou para retornar com sucesso.
Segundo as duas agências espaciais, no futuro, a precisão alcançada permitirá guiar os astronautas com maior segurança e mapear a superfície lunar com detalhes sem precedentes.
Sonda japonesa e americana
A sonda japonesa Slim pousou na Lua em 20 de janeiro. O retrorrefletor que acompanha o rastreador local, chamado Laser Reflector Array, é um dos seis que a NASA enviou à Lua em espaçonaves privadas e governamentais, e o segundo é para retornar sinais ao altímetro da LRO.
A primeira vez que um feixe de laser foi transmitido do LRO para o retrorrefletor da NASA foi em 12 de dezembro de 2023, quando foi direcionado ao módulo de pouso Vikram da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (Isro). Desde então, a LRO trocou sinais de laser com Vikram mais três vezes.
Quanto à sonda japonesa, eles realizaram oito tentativas de contato antes de serem bem-sucedidas. Até 24 de maio deste ano, quando a LRO passou 44 km acima da sonda Slima, em duas órbitas consecutivas pousou com um altímetro laser e o sinal regressou ao detector LRO.
Contudo, após análise dos dados, as duas agências espaciais decidiram anunciar a conquista nesta segunda-feira.
Segundo a NASA, essa conquista merece ser comemorada porque o equipamento não estava em estado adequado antes.
Os retrorrefletores normalmente se fixam na parte superior dos refletores, dando ao LRO uma faixa de ângulo de 120 para direcionar ao enviar pulsos de laser para a área limitada do retrorrefletor. No entanto, o módulo de pouso Slim pousou de lado, desacelerando o LRO.
Assim, o fato da equipe da LRO ter conseguido um retrorrefletor apontando para o lado, e não para o céu, mostra que este pequeno dispositivo é incrivelmente durável.
O que uma sonda lunar faz?
Esses dispositivos lunares, como a sonda japonesa ou norte-americana, possuem algumas funções científicas e de análise.
Geralmente, são responsáveis pos estudar a composição e a estrutura da superfície lunar. Isso ajuda a entender a formação e a evolução da Lua. Para isso, eles mapeiam o local, criando mapas detalhados da topografia lunar, identificando crateras, montanhas e outros acidentes geográficos.
Além disso, algumas sondas são projetos que ajudam a coletar amostras de solo e rochas lunares e, ocasionalmente, trazê-las de volta à Terra para análise. Foi assim que conseguimos descobrir mais sobre os materiais lunares.
Ainda, é uma forma de investigar a presença de recursos úteis, como água em forma de gelo. Isso pode ser vital para futuras missões tripuladas ou para a colonização lunar.
Embora a Lua não tenha uma atmosfera significativa, as sondas podem estudar a exosfera lunar. Afinal, essa é uma camada muito tênue de gases ao redor da Lua.
Dessa forma, temos mais confiança para realizar experimentos, como medir a radiação na superfície lunar, testar tecnologias de pouso e de comunicação, e estudar a física da interação entre a Lua e o vento solar. Futuramente, esse conhecimento permite criar novas tecnologias e permitir que o homem conquiste o espaço.
Fonte: Correio Braziliense