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Naufrágio mais antigo do mundo em águas profundas é achado com carga intacta

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Ao redor do mundo todo existem várias descobertas a serem feitas. Como por exemplo, essa feita por uma empresa de gás natural enquanto estava fazendo uma pesquisa a 90 quilômetros da costa do Mar Mediterrâneo. Ela descobriu centenas de vasos intactos a 1,8 quilômetros de profundidade. Depois disso, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) foi alertada, visitou o lugar e confirmou o naufrágio mais antigo do mundo.

Conforme os estudos feitos na descoberta, foi confirmado que o naufrágio mais antigo do mundo era de uma embarcação datada do fim da Idade do Bronze, entre 3.300 a 3.400 anos atrás. Segundo um comunicado da IAA em seu Facebook, o navio parece ter afundado em crise, por uma tempestade ou por tentativa de um ataque pirata.

Esse foi o naufrágio mais antigo do mundo descoberto em águas profundas. Além disso, o navio também é o primeiro e mais antigo que já foi descoberto nas profundezas do Mar Mediterrâneo Oriental. Por conta disso, ele dá novas informações a respeito da história do local.

“Esta descoberta nos revela as capacidades de navegação dos antigos marinheiros cananeus [habitantes da antiga Canaã], capazes de atravessar o mar sem linha de visão para qualquer costa. Deste ponto geográfico, apenas o horizonte é visível ao redor. Para navegar, eles provavelmente usaram os corpos celestes, obtendo avistamentos e ângulos do sol e das posições das estrelas”, explicou Jacob Sharvit, chefe da Unidade Marinha da IAA.

Descoberta do naufrágio mais antigo do mundo

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“Como parte da nossa atividade contínua de busca e extração de gás natural do fundo do mar, realizamos pesquisas que verificam diferentes parâmetros, utilizando um robô submersível avançado para vasculhar o fundo do mar. Foi assim que, há cerca de um ano, tivemos a visão incomum do que parecia ser uma grande pilha de jarros amontoados no fundo marítimo”, contou Karnit Bahartan, chefe da equipe ambiental da Energean, empresa responsável por localizar o naufrágio.

Como essa descoberta foi algo bem importante, a empresa cedeu uma de suas equipes para trabalhar com os especialistas da IAA na análise do navio encontrado. Então, os técnicos da empresa fizeram os planos de uma operação complexa e única, além de construírem uma ferramenta especial que desse a possibilidade de fazer a extração dos artefatos tendo um risco mínimo de causar danos.

“O mapeamento do local feito por robôs esclareceu que se tratava de um navio naufragado de 12 a 14 metros de comprimento que transportava centenas de vasos, dos quais apenas alguns eram visíveis acima do fundo lamacento do oceano. As vigas de madeira do navio também pareciam estar enterradas na lama”, descreveu Sharvit.

O trabalho dos pesquisadores durou dois dias e, nesse tempo, eles extraíram duas ânforas, cada uma de uma das extremidades do navio. De acordo com os especialistas, o mais provável era que tivessem sido transportados produtos relativamente baratos e feitos no navio, como por exemplo, azeite, vinho e itens agrícolas.

Novas visões a respeito da história

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Além desse, somente outros dois naufrágios no Mar Mediterrâneo são conhecidos datados do fim da Idade do Bronze. São eles: os barcos Cabo Gelidonya e Uluburun. No entanto, os dois foram encontrados relativamente perto da costa turca e podiam ser acessados com equipamentos de mergulho regulares.

Por conta dessas descobertas é que os pesquisadores supunham que o comércio dessa época não ia tão longe e se deslocava de forma segura de porto em porto. Contudo, a descoberta desse naufrágio mais antigo do mundo muda toda essa ideia sobre as capacidades dos marinheiros antigos por ser o primeiro descoberto a uma distância tão grande, sem uma linha de visão para qualquer massa de terra.

“Há aqui um enorme potencial para investigação, pois o navio está preservado a uma profundidade que a sua estrutura e contexto da embarcação não foram perturbados pela mão humana (mergulhadores, pescadores, etc.) nem afetados por ondas e correntes, como normalmente atingem naufrágios em águas mais rasas”, concluiu Sharvit.

Fonte: Galileu

Imagens: Facebook

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