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O processo de formação das teias de aranha

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As aranhas são animais com oito patas conhecidas por tecer teias de seda, usadas para apanhar insetos. Elas vivem em todas as partes do mundo, exceto na Antártica, que não condiz com as condições necessárias para a manutenção da vida das aranhas. Pertencem ao grupo dos aracnídeos, assim como os escorpiões, os carrapatos e os ácaros. Uma dúvida que surge na mente de boa parte das pessoas que pensam em aranhas é a respeito da construção das teias. Como o processo ocorre?

Na parte de trás do abdome da aranha existem glândulas chamadas sericígenas, que secretam um tipo de proteína, tendo na sua composição principalmente os aminoácidos glicina, alanina, serina, entre outros. Dentro da glândula a teia está líquida, mas quando entra em contato com o ar, torna-se sólida, como um fino fio de seda, com a qual será construída a teia. Os fios são semelhantes à seda produzida pelo bicho-da-seda. Sua estrutura e formato vai depender da finalidade. 

Para construir a teia, uma aranha leva entre 20 e 30 minutos. A durabilidade de cada uma varia de horas a até mais de uma semana. Para começar, a aranha faz um longo e fino fio que é levado pelo vento até que sua extremidade grude em uma superfície. Depois, o aracnídeo caminha sobre ele, indo e voltando várias vezes enquanto o reforça até que esteja bastante firme. 

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Cada fio de seda é tecido de forma que o ordenamento dos cristais de aminoácidos conferem a resistência física característica e a grande elasticidade. A combinação de resistência e elasticidade torna o fio de seda um biomaterial muito eficiente para interceptação de presas que se move. Existem quatro tipos principais de teia: teias de captura, teias de refúgio, teias de cópula e teias de muda. 

Os tipos de teia

Nem todas as aranhas capturam presas usando teia, mas todas tecem seda e fazem algum tipo de uso desse material. As teias de captura são as que vemos com mais facilidade, porque a aranha a tece em locais abertos, onde os insetos passam. Ela lança um fio principal e, a partir dele, organiza uma espécie de rede. Parte dela é coberta com uma substância viscosa, na qual as vítimas ficam coladas.

As teias de refúgio são a casa das aranhas, formadas por um grande emaranhado de fios, muitas vezes parecendo tubos. As teias de cópula, por sua vez, formam uma espécie de copinho nos quais o macho deposita o esperma para depois colocá-lo na fêmea. Por fim, algumas espécies de aranha trocam seu esqueleto (que é externo, como o das baratas) penduradas em fios. Essas são as chamadas teias de muda.

Os fios de seda podem também ter outra finalidade. As aranhas papa-moscas, que são comuns dentro das casas, usam as teias para não cair. Ao se locomoverem, elas pulam de um lugar para o outro. A cada pulo, criam mais um fio que garante sua segurança. Já as aranhas conhecidas como Deinopis fabricam uma rede, ficam segurando até que apareça uma presa e jogam-na, como uma armadilha, para aprisionar a vítima.

Uma curiosidade a respeito do assunto é que as aranhas reciclam as teias. Ela destrói partes danificadas do material, alimenta-se dele e faz os reparos. Um outro fato interessante é a forma com que a aranha é “avisada” de que uma presa caiu na teia (nos casos específicos em que o material é usado para capturar presas). Todo o processo ocorre devido à vibração dos fios.

Os fios de seda tem as suas extremidades presas em dois pontos e apresentam uma certa tensão mecânica. Quando uma presa cai na teia e fica presa nos fios adesivos, é normal que ela fique se debatendo e tentando escapar. Dessa forma, os fios vibram propagando ondas mecânicas até chegar na aranha, que volta rapidamente à teia. Nas extremidades das patas desses aracnídeos existem pelos sensoriais extremamente sensíveis a vibrações mecânicas. Por meio deles, a aranha detecta a direção e o sentido da fonte das vibrações.

A elasticidade da seda é tão grande que pode ser esticada a até 30% do seu comprimento original, sem se romper. Além disso, o material já foi comparado à resistência do aço. Na atualidade, a ciência conseguiu produzir um material sintético semelhante, chamado kevlar. Um dos desejos da indústria com a utilização do tecido é a confecção de coletes protetores, à prova de bala. Se os estudos avançarem, os coletes serão bastante resistentes.

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