Fatos Nerd

O que a versão de Hollywood de Attack on Titan precisa fazer para ser um sucesso

0

Se fizéssemos uma retrospectiva das surpresas de 2019, sem dúvidas, encontraríamos Attack on Titan entre os maiores destaques do ano. Enquanto, de um lado, tivemos decepções, como a última temporada de Game of Thrones, do outro, a narrativa de Hajime Isayama conquistou sua ascensão. Além de ter tido um episódio considerado, publicamente, o melhor de todos, a adaptação de Shingeki no Kyojin mostrou que as críticas também estavam ao seu favor, se tornando uma das séries mais bem avaliadas da história. Embora exista uma vastidão de motivos capazes de explicar tal popularidade, é importante destacar que não foi algo súbito. Apesar de ter chamado uma atenção especial esse ano, desde 2017 o anime vinha construindo seus degraus rumo ao sucesso. Agora, em sua reta final, tanto no mangá quanto na versão animada, AOT pode chegar a outra mídia. Afinal, Hollywood está entusiasmada para produzir um live-action da história.

Levando em consideração o histórico de estúdios estadunidenses na adaptação de animes, é compreensível que os fãs estejam apreensivos. Visto que muitos desses projetos acabam dando muito errado e se tornando uma decepção, é difícil ver uma obra-prima, como Attack on Titan, na linha de tiro. No entanto, mesmo diante de todo o pessimismo, é importante lembrar que nem toda esperança está perdida. Anteriormente, chegamos a falar sobre como Hollywood poderia acertar na adaptação de animes. Nesse jogo de tentativa e erro, os estúdios acabam aprendendo algumas lições após um ou outro fracasso de bilheteria. Ademais, Attack on Titan faz parte de uma nova onda de mangás/animes que tem um apelo global muito mais amplo e pode se tornar um filme de grande sucesso. Todavia, para que isso aconteça, alguns cuidados devem ser tomados.

Attack on Titan deve ser retratado como um filme de terror

Um dos maiores problemas hollywoodianos, na adaptação de animes, está na dificuldade em capturar a essência da obra. A forma japonesa de contar histórias é marcada por detalhes não convencionais ao cinema ocidental. Contudo, esse tópico vem se tornando cada vez menos recorrente. Afinal, os animes vêm sendo inevitavelmente influenciados pelos estilos e temas mais populares dos gêneros ocidentais, como super-heróis e horror. Inclusive, dois dos maiores exemplos disso são, respectivamente, My Hero Academia e Attack on Titan. Assim, o público tem sido cada vez mais atraído por essa mistura de gêneros e estilos, com AOT se beneficiando muito da inclusão no aspecto de horror.

Cenas da população, que vive dentro das muralhas, ou dos personagens lutando contra os Titãs possuem o necessário para compor um filme de terror emocionante. Felizmente, esse parece ser o tipo de conceito que a Warner Bros. tem em mente. Visto que Andy Muschietti, diretor de It, foi escalado para gerenciar a adaptação, podemos esperar essa pegada assustadora. Portanto, se bem administrada, a junção entre o espetáculo visual proporcionado por Muschietti e o roteiro intenso e complexo de Isayama podem resultar em um filme incrível.

Cenas de ação requerem uma inovação cinematográfica

Assim como Matrix revolucionou o cinema com o desvio de balas em câmera lenta, o longa de Attack on Titan precisará desenvolver suas cenas de ação de forma exclusiva. Afinal, não existe nenhum exemplo capaz de incorporar a utilização do Dispositivo de Manobra Tridimensional, de maneira precisa. Enquanto no anime, não existe a necessidade de seguir a lógica das leis da física, no live-action, a situação seria completamente diferente. Portanto, Andy Muschietti e sua equipe, certamente, têm um desafio diante deles: adotar um conceito de ação nunca feito em live-action, antes de poder incorporá-lo no filme. Não sabemos como eles farão isso, porém, sabemos que serão necessários alguns trabalhos de câmera inovadores, para a realização desse desafio.

O elemento-chave desse filme é o design dos Titãs

Não existe segredo nesse tópico. Em suma, se a Warner e Muschietti não obtiverem sucesso na retratação dos Titãs, o filme está fadado ao fim. Veja bem, o elemento responsável por mover o mundo pós-apocalíptico de Attack on Titan são os ameaçadores monstros colossais. Veja bem, Titã de Ataque, Titã Encouraçado e Titã Bestial são algumas das criaturas que esperamos ver na grande tela. Além da estatura gigantesca, todos eles tem como semelhança a fisionomia peculiar. A série se distinguiu de muitos outros animes por causa da aparência de seus monstros. Ademais, um cuidado também deve ser tomado nas sequências mostrando a transformação, muitas vezes horrível, onde personagens humanos se tornam Titãs. Coincidentemente, essa preocupação visual e o acerto nela parecem ser uma especialidade de Muschietti. O cineasta tem, em sua filmografia, vários hits de design de criaturas. Alguns dos exemplos são Mama e Pennywise.

A importância da diversidade

Um constante tópico de discussão envolvendo Hollywood é o whitewashing, também conhecido como embranquecimento. O termo indica a substituição de personagens de etnia estrangeira por atores estadunidenses ou europeus de cor branca. Embora, por muito tempo, essa questão tenha sido silenciada, hoje temos uma geração de público mais ativa e em prol da justiça social. Isso significa que, caso um filme seja rotulado como embranquecido, o boicote é certo. Qualquer dúvida basta olhar para a adaptação de Ghost in the Shell da Sony. Nela Scarlett Johansson interpretou uma personagem retratada como originalmente como asiática. Resultado? Os fãs do anime condenam o filme até hoje.

No entanto, Attack on Titan, diferente da maioria dos animes, tem seu mundo majoritariamente composto por personagens brancos. Não é uma suposição, as figuras são explicitamente identificadas dessa forma, em vez de apenas aparecerem assim. Na verdade, a série afirma que apenas uma personagem principal possui descendência asiática, Mikasa Ackerman. Sendo assim, a Warner Bros. possui maior liberdade para escalar seu elenco sem lidar com o problema do embranquecimento. Contudo, basta um pouco de bom senso, para perceber que diversidade é algo mais que necessário.

O dia em que os bordéis de Londres foram administrados por um bispo

Artigo anterior

7 vampiros medievais descobertos recentemente

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido