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Para que servem os bigodes dos leões marinhos?

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Como já cansamos de falar por aqui, poucas coisas são mais interessantes do que o mundo animal. Isso porque nele, podemos encontrar diversas espécies, seja terrestre, aquática ou voadora. Podemos encontrar animais de todos os tamanhos, desde os bem pequenos, até animais capazes de nos deixar de queixo caído com seus tamanhos.

Uma simples e rápida observação desse meio nos faz ficar com várias perguntas na cabeça, visto que há tanto o que aprender, que estudar ou apenas ver. Com isso, não sabemos por onde começar. Justamente por esse motivo que estudiosos do mundo inteiro dedicam suas vidas aos estudos dos animais.

Quando pensamos em características que nós humanos temos, o que é bem interessante de observar são nossos dedos. Eles são sensíveis e podem ser movidos sobre os objetos para que nós sintamos sua textura, tamanho e forma. Esses movimentos são complexos e específicos dessa tarefa. O que quer dizer que dependendo do que se queira sentir, os movimentos serão diferentes.

Conseguir fazer esses diferentes movimentos mostra que o ser humano pode controlar, com precisão, os movimentos da ponta dos dedos e aproveitar as experiências anteriores para prestar atenção a aspectos importantes de um objeto. Como por exemplo, suas bordas e textura da sua superfície. Tudo isso mostra que o ser humano tem um controle alto sobre a sua percepção sensorial. Isso se chama detecção ativa de toque.

Mamíferos

A maior parte dos outros mamíferos não tem pontas dos dedos móveis ou sensíveis como os humanos. Ao invés disso, eles tem bigodes. Eles são fios de cabelo sensíveis ao toque e são usados para guiar a locomoção deles, procurar comida e explorar os objetos.

Os neurocientistas estudam os bigodes há décadas, principalmente os dos ratos e camundongos de laboratório. Os estudos tentam entender como o cérebro processa os sinais dos bigodes. Contudo, apenas agora se percebeu que os bigodes também são movidos com estratégias incríveis, da mesma forma que os dedos humanos.

Os ratos, camundongos e alguns outros mamíferos podem mover seus bigodes em um movimento de varredura para frente e para trás que se chama batida. Esse bater é um dos movimentos mais rápidos que os mamíferos podem fazer. E ele acontece até 25 vezes por segundo em ratos.

Quando esses animais entram em contato com objetos, eles adotam outros movimentos de bigode. Como por exemplo, enrolá-los para fazer com que mais deles toquem uma superfície, fazer toques leves para permitir sinais mais claros contra uma superfície e desacelerar os movimentos dos bigodes para que eles entrem em contato com a superfície por mais tempo.

No entanto, não se tinham informações se os animais poderiam adaptar esses movimentos de bigode para diferentes tarefas. Isso seria uma descoberta emocionante porque ela indicaria um nível de controle preciso sobre os sensores e a percepção.

Leões Marinhos

Para conseguir responder à pergunta inicial, os pesquisadores tinham que escolher uma espécie para o estudo. Os pinípedes, incluindo focas, leões marinhos e morsas, têm bigodes particularmente grossos e longos. Isso faz com que seja mais fácil deles medirem os objetos do que os bigodes de ratos.

Além do que, eles têm alguns dos bigodes mais sensíveis do que qualquer mamífero. Eles conseguem detectar texturas e formas com a mesma sensibilidade das pontas dos dedos humanos.

Os bigodes deles também são móveis. Tinha sido descoberto anteriormente que os  leões marinhos da Califórnia fazem os movimentos maiores e mais controlados com seus bigodes quando comparados às focas e morsas do Pacífico.

Foram todos esses fatores que fizeram com que os leões marinhos da Califórnia fossem os animais perfeitos para o estudo a respeito dos movimentos de bigode.

Estudo

O estudo foi feito com um leão marinho chamado fêmea Lo. Ela foi treinada para completar uma tarefa de discriminação de textura usando apenas seus bigodes. O objetivo dela era encontrar um objeto em formato de peixe de textura média entre outros peixes distratores.

Além disso, ela também fez uma tarefa de discriminação de tamanho, tendo que encontrar um peixe de tamanho médio entre outros distratores. Conseguintemente, uma tarefa visual de encontrar um peixe cinza entre outros distratores coloridos.

Filmaram o animal enquanto fazia essas tarefas milhares de vezes e também rastrearam as posições da sua cabeça e bigodes no vídeo. Com os dados e as imagens ficou claro que Lo fazia movimentos específicos para tarefas com seus bigodes.

Os movimentos feitos por ela foram amplos sobre as superfícies texturizadas e tateou as bordas das formas de tamanhos diferentes. Os humanos usam essas mesmas estratégias com a ponta dos dedos.

Essa capacidade de mudar as estratégias de exploração de bigode entre as tarefas táteis deu à Lo a capacidade de completar as tarefas com eficiência. Ela encontrou o peixe certo em praticamente todas as tentativas.

Além dela, vídeos de outros leões marinhos também mostraram que eles usavam essas mesmas estratégias. Então, os pesquisadores concluíram que isso pode ser comum entre os leões marinhos da Califórnia de forma geral.

Fonte: https://www.sciencealert.com/sea-lions-whiskers-help-them-touch-and-make-sense-of-the-world-around-them-just-like-our-fingertips

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