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Parlamentares britânicos pedem que sejam sinalizadas fotos de corpos retocados

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Imagens de modelos em anúncios que foram modificadas digitalmente devem apresentar um aviso sobre as alterações, de acordo com uma proposta de parlamentares britânicos da Comissão de Saúde e Assistência Social do legislativo.

Os parlamentares também desejam que o governo aprove uma proposta para regulamentação mais rígida na publicidade de procedimentos estéticos, como por exemplo, preenchimento facial.

Além disso, os parlamentares britânicos pedem que pessoas que decidam passar por um procedimento estético devem esperar um intervalo de 48 horas para refletir sobre a intervenção. Esse tempo também seria utilizado para os profissionais avaliarem o histórico de saúde física e mental do paciente.

“Ouvimos falar de algumas experiências angustiantes — uma abordagem tipo linha de montagem, com procedimentos realizados sem perguntas”, disse o ex-ministro da Saúde Jeremy Hunt, que preside o comitê.

Dependência de aplicativos que alteram fotos

Foto: BBC News Brasil

Em uma audiência na comissão, Charlie King, famoso no Reino Unido por passar por um reality show, afirmou que não passou por uma avaliação sobre seu bem-estar quando fez uma plástica no nariz.

A influenciadora Kim Booker, que como Charlie, tem transtorno dismórfico corporal, disse aos parlamentares britânicos que se tornou dependente de aplicativos que alteram a imagem.

“Cheguei a um ponto em que sempre usava esses filtros”, afirmou Booker. “Quando o vídeo mudava para o meu rosto natural, eu ficava um pouco chocada.”

“Eu odiava o que via, porque você se acostuma com a versão filtrada de si mesmo”, acrescentou.

Kim afirma que enquanto crescia foi bombardeada de fotos de princesas da Disney como referências de como uma mulher deve parecer.

“Senti que precisava me encaixar no modelo dos olhos grandes, nariz pequeno, cabelo solto e cintura fina”, afirmou ela. “Isso cresceu comigo durante a minha adolescência, até a idade adulta.”

Parlamentares britânicos pedem maior variedade de tipos corporais em anúncios

Foto: BBC News Brasil

Os parlamentares britânicos desejam que os anunciantes apresentem uma variedade maior de tipos estéticos e corporais no lugar de fotos filtradas e irreais.

“Acreditamos que o governo deveria introduzir uma legislação que garanta que as imagens comerciais sejam rotuladas com algum indicativo caso qualquer parte do corpo, incluindo suas proporções e o tom de pele, seja alterada digitalmente”, diz o relatório.

O documento também pede que as substâncias utilizadas sejam acessíveis apenas mediante receita médica. Além disso, deve haver padrões de treinamento para os profissionais que fazem as aplicações.

O relatório ainda orienta que o governo analise o aumento do uso de esteroides anabolizantes no Reino Unido. Vale destacar que, de acordo com a Agência Antidoping do Reino Unido, a estimativa é que existam mais de um milhão de usuários. Eles são principalmente homens que desejam aumentar seus músculos.

Conforme o professor James McVeigh, que contribuiu com o relatório, um dos principais problemas dos esteroides anabolizantes é que as pessoas que os utilizam de forma prolongada “não retornarão à produção normal de testosterona”.

“Sabemos que quanto maior o período de tempo que as pessoas usam, mais danos há na vida adulta, com doenças cardiovasculares e alterações cerebrais”, disse McVeigh, de acordo com o repercutido pela BBC. 

“Pode chegar um momento em que essas pessoas escolham parar de usar os anabolizantes, mas elas enfrentarão um forte impacto. É aquela queda que acontece ao chegar no ponto de zero testosterona, que pode trazer depressão e muitos problemas de saúde mental.”

Distúrbio alimentar

Foto: Victor Cardoner/ Getty Images

Ainda de acordo com o relatório parlamentar, os distúrbios alimentares aumentaram nos últimos anos. Por isso, eles pedem que o governo faça verificações anuais do peso e do bem-estar de todas as crianças e jovens. O documento ainda solicita mais ações de combate à obesidade infantil.

Um porta-voz do governo britânico afirmou: “Introduziremos um esquema nacional de licenciamento para ajudar a prevenir a exploração, melhorar a segurança e garantir que os indivíduos façam escolhas informadas e seguras sobre procedimentos estéticos não cirúrgicos”.

Fonte: BBC

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