Ciência e Tecnologia

Cientistas desenvolvem tatuagem temporária que monitora pressão sanguínea

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Algumas pessoas precisam monitorar a pressão sanguínea com uma certa regularidade por uma série de razões médicas. No entanto, nem sempre isso é possível. Nesse cenário, pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, desenvolveram uma espécie de tatuagem temporária capaz de aferir a pressão sanguínea do paciente. O objetivo é que o indivíduo nem sinta que está sendo monitorando, tanto de dia quanto no período noturno.

Assim sendo, o produto é composto de 12 linhas praticamente invisíveis que ficam posicionadas em duas fileiras em cima de uma das maiores artérias do antebraço. Então, uma das marcas, que fica na ponta, manda um sinal elétrico para dentro do braço. Em seguida, as outras captam como ele muda até chegar do outro lado. Essa medida é capaz de aferir a pressão sanguínea.

No entanto, os resultados não aparecem na pele como um filme de ficção científica futurístico. Para avaliar os resultados, é necessário um dispositivo conectado à tatuagem por um fio e eletrodos.

Utilidade e conforto

Dessa forma, o objetivo dos pesquisadores é adaptar o protótipo para que ele seja capaz de mostrar os resultados por wi-fi, ou então envie os dados para um smartwatch posicionado sobre a tatuagem. No estudo, a equipe testou a tatuagem em seis pacientes, que passaram seus dias de trabalho em escritório, fazendo caminhada e exercícios leves.

Vale destacar que o produto funciona abaixo de água gelada também. Além disso, o dispositivo trabalhou ao longo da noite, sem atrapalhar o sono dos participantes do estudo. “A tatuagem de grafeno não pesa, e é quase invisível. Você coloca e esquece”, afirma o pesquisador Deji Akinwande, um dos autores do estudo, à New Scientist.

Desse modo, segundo os cientistas, os resultados do estudo são comparáveis com os aferidos com equipamentos profissionais. Porém, o que diferencia esse dispositivo é que ele seja capaz de aferir a pressão sanguínea durante o dia e a noite, coletando um número mais confiável do que o encontrado em uma medição normal, que só considera a pressão no momento do teste.

“Queremos avançar para medir a pressão arterial continuamente e o que chamo de passivamente, o que significa que você nem sabe quando sua pressão arterial está sendo medida”, diz Roozbeh Jafari, membro da equipe da Texas A&M University. O próximo passo para a equipe é testar o dispositivo em pessoas com pressão sanguínea alta.

Hipetensão

pressão

kurhan / Shutterstock.com

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, cerca de 38,1 milhões de brasileiros têm pressão alta. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, a doença atinge 30% da população adulta brasileira.

“O maior problema é que as pessoas não consideram a hipertensão uma doença. Ela é o principal fator de risco das complicações cardiovasculares, do infarto e do AVC, sendo eles as principais causas de morte no nosso país”, explica o Dr. Luiz Bortolotto, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Além disso, o especialista ressalta que 90% das pessoas não apresentam sintomas. Porém, nos casos em que a doença se manifesta, podem surgir dores de cabeça, tontura, sangramento, falta de ar, além de dores no peito. “Quando não diagnosticada e controlada, a doença pode provocar danos e até mesmo provocar a morte.”

“A doença torna-se mais acentuada nos idosos, pois com a idade avançada os vasos tornam-se endurecidos e estreitados, o que acarreta numa pressão maior e aumenta os riscos de entupir ou rompê-los”, afirma Bortolotto. Na população mais jovem, a pressão sanguínea alta se deve mais à obesidade, ao sobrepeso, consumo exagerado de alimentos industrializados e de fast food, assim como sedentarismo.

“A hipertensão não tem cura, mas, se tratada, o paciente tem a chance de levar uma vida tranquila. O tratamento inclui medicação, atividades físicas regulares, alimentação balanceada e controle do estresse. Além disso, recomendamos sempre evitar o fumo e a bebida alcoólica.”

Fonte: Metrópoles

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