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Passarinhos começam aprender a cantar ainda dentro dos seus ovos

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O nosso mundo é extremamente diverso e amplo. Há diversidade em tudo, desde os povos, culturas, à fauna e à flora. A prova disso que estamos falando é o reino animal. Inclusive é o mais fácil de perceber tudo isso. Existem animais de todos os tipos, tamanhos e com funções diferentes.

Uma das maiores evoluções desde os tempos passados foi a dos pássaros. Em suma, esses “donos” do céu conseguem encantar qualquer um com suas cores, tamanhos e voos acrobáticos. Existem mais de 10 mil espécies de pássaros no mundo.

Dentre eles, tem aqueles pássaros que cantam, chamados pássaros canoros. Normalmente, precisam de pouca instrução para conseguirem cantar a mesma melodia que sua espécie. No entanto, essa melodia não vem para eles “do nada”.

Estudo

De acordo com o que sugere um novo estudo, a maior parte desses animais começa a ouvir e responder ao canto dos pássaros ao seu redor quando são ainda embriões dentro do ovo.

Até mesmo quando uma espécie é considerada uma cantora “inata”, que é o que tem genética e conexões cerebrais certas para produzir o canto depois de sua eclosão, os pesquisadores também encontraram evidências de que o aprendizado foi embrionário.

“Muito antes da vocalização real, descobrimos que esses pequenos pássaros canoros também discriminavam sons não específicos e eram capazes de sons ‘não associativos’, não dos pais, com base na complexidade do aprendizado vocal em pássaros canoros”, disse Diane, especialista em comportamento animal. Colombelli-Négrel da Flinders University na Austrália.

Pássaros

Segundo a classificação histórica, tanto os pássaros, como outros animais que aprendem voz ou são capazes de inventar novas canções ou imitar as de outras pessoas ou não, e ficam presos em seus repertórios inatos que veem a partir das conexões cerebrais e da genética.

Contudo, nos últimos tempos os estudiosos começaram a trazer argumentos que esse sistema binário de aprendizagem vocal nos vertebrados é, na realidade, bem simplista. E que na verdade isso nele é um espectro ou continuum.

De um lado se tem o alto grau de aprendizado vocal, com as classes que conseguem imitar todos os tipos de sons novos. Como por exemplo, os humanos e os pássaros canoros. E do outro lado se tem os grupos que só conseguem reproduzir os sons da sua própria espécie e nada mais.

O restante dos pássaros fica em algum lugar nesse continuum de vocalizações que são ou não aprendidas. Por isso, às vezes é difícil distinguir entre as duas. E mesmo as aves canoras, que não recebem nenhuma ou pouca orientação vocal, os estudos dizem que os sons da sua espécie fazem com que uma resposta neural seja provocada de forma forte.

Isso sugere que os filhotes dos passarinhos adquirem um “padrão vocal” nos seus cérebros bem antes de saírem dos ovos.  E as novas pesquisas feitas com embriões vão de encontro a essa ideia.

Experimento

Entre 2012  e 2019, pesquisadores tocaram uma série de cantos de pássaros para os ovos de cinco espécies diferentes. Dentre elas, a soberba carriça-das-fadas (Malurus cyaneus), a cambaxirra-de-asa-vermelha (Malurus elegans), o pequeno tentilhão-de-terra de Darwin (Geospiza fuliginosa ), o pequeno pinguim (Eudyptula minor) e a codorniz japonesa (Coturnix japonica domestica).

Deles, se considera as carriças e o tentilhão de Darwin como aprendizes vocais. Enquanto se classifica a codorna e o pinguim como não aprendizes. Na primeira parte do experimento, os estudiosos expuseram 109 embriões a 60 segundos de ruído e outros 60 de silêncio.

Com isso, descobriram que os embriões dos aprendizes vocais tiveram uma resposta mias sintonizada ao chamado da sua própria espécie já em um estágio bem anterior do desenvolvimento.

Na segunda parte do experimento, foram expostos 138 embriões a 180 segundos do mesmo canto de pássaro, da mesma espécie que os ovos ou não, e 60 segundos de silêncio.

Nessa parte, os pesquisadores mediram a frequência cardíaca de cada embrião para conseguirem determinar quanta atenção o pássaro estava prestando ao chamado.

Conclusão

Ao final, os cientistas descobriram que todos os pássaros se acostumaram com o som externo repetido. Independentemente de ele ser da sua própria espécie ou de outra.

“As descobertas deste estudo sugerem que a capacidade de perceber e se habituar a soar in ovo em pássaros em desenvolvimento pode ser mais difundida taxonomicamente do que se considerou anteriormente e também apoia a ideia de que o aprendizado da percepção vocal não é um comportamento binário”, escreveram os pesquisadores.

“Esperamos que este levantamento inspire mais estudos sobre a notável capacidade dos animais de aprender sons. Ao mover a janela de tempo para o aprendizado de som para o estágio pré-natal, essa direção de pesquisa abre caminhos para medir os efeitos neurobiológicos a jusante da experiência auditiva precoce no comportamento e no processamento de informações”, concluiu a bióloga de sistemas Sonia Kleindorfer, da Universidade Flinders e da Universidade de Viena.

Fonte: https://www.sciencealert.com/baby-birds-start-learning-their-songs-from-inside-their-snug-eggs-study-reveals

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