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Peixe-elétrico capaz de acender luz deixa garoto do Amapá com paralisia

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Uma cidade inundada por um rio já é um motor de tragédias por si só. Porém, no Amapá, um acidente inesperado aconteceu com um garoto de 18 anos. Um peixe-elétrico o atacou durante o transbordamento do rio local

Nesse sentido, o garoto está internado há 4 dias, apresentando paralisia de metade do seu corpo. O caso comoveu a cidade de Laranjal do Jari, que fica no sul do estado e tem cerca de 51 mil habitantes.

Fonte: Leandro Sousa / Arquivo pessoal

O Rio Jari nas ruas de Laranjal

Desde março, a população de Laranjal do Jari lida com as cheias do rio que dá nome à cidade. No dia 29 de março, o município declarou estado de emergência após as ruas ficarem com um nível de água de 2,5 metros. 17 dias depois, essa marca subiu para 2,62 metros, recebendo o reconhecimento do estado de emergência pelo Governo Federal.

No momento, o nível da água está atingindo a marca de 2,98 metros dentro das ruas do município. Com isso, cerca de 4 mil famílias estão sendo atingidas pela elevação das águas. Até agora, 200 núcleos familiares tiveram que ir para casa de parentes. Além disso, 23 outras famílias ficaram sem ter para onde ir, o que requisitou o uso de abrigos públicos.

Fonte: Redes sociais

Todavia, além da moradia e da água potável, o poder público local teve que ser acionado por conta de um incidente com animais. Em síntese, o garoto Lucas Rocha está em internação no Hospital Estadual de Laranjal do Jari após entrar contato com um poraquê, espécie de peixe-elétrico de alto perigo.

A propósito, em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver a família do jovem levando ele em uma canoa até o centro de atendimento. No registro, Lucas está com o corpo tremendo, sintoma característico de quem tomou uma descarga elétrica. Como resultado do choque, o rapaz está com metade do corpo em paralisia, condição denominada de hemiplegia.

O poraquê

De início, as consequências do acidente assustaram até mesmo os médicos. Porém, o peixe-elétrico protagonista da cena se trata de um poraquê e ele de fato consegue causar uma tragédia desse tamanho.

Descrita em 2019, essa espécie proporciona descargas de tensão entre 650 e 860 volts, o suficiente para matar um cavalo. Além disso, o animal poderia até mesmo ser capaz de manter eletrodomésticos funcionando, caso sua corrente fosse contínua. No entanto, esse peixe-elétrico ataca com pulsos elétricos, o que permite apenas o acendimento de lâmpadas.

Fonte: KoS / Wikimedia

Basicamente, esse animal se alimenta de insetos, outros peixes e alguns mamíferos menores. Sua perpetuação tem como engrenagem a sua alta capacidade de se defender de predadores. Nesse sentido, o garoto Lucas pode ter sido visto como uma ameaça em potencial, o que levou o peixe-elétrico a agir de forma trágica.

Humanos: inimigos possíveis

De acordo com Raimundo Nonato Gomes, que estuda os poraquês no Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), essa é a tese mais forte. “Os seres humanos são vistos como inimigos, então ele se defende. Nós que estamos no território deles. Foi um acidente, com a enchente, a área de vida dos humanos se sobrepôs à dos poraquês, então ele se defendeu com a descarga elétrica. Normalmente eles usam as laterais alagadas dos rios para se alimentar, no período da cheia”, diz o especialista ao G1.

Fonte: Douglas Bastos / Arquivo pessoal

Ainda segundo o estudioso, o animal emite dois tipos de pulsos elétricos: um mais fraco e um mais forte. A descarga mais suave tem uso na comunicação com outros animais da mesma linhagem. Já o choque intenso se aplica em presas e na hora de se defender contra predadores.

As testemunhas do acidente disseram que o animal que entrou na casa tinha um longo comprimento, o que leva a crer que peixe-elétrico era um macho, que pode atingir até dois metros. Por outro lado, as fêmeas têm extensões corporais bem menores, o que facilita na identificação do sexo do bicho.

Fonte: G1

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