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Populações globais de tubarões e arraias diminuíram 71% nos últimos 50 anos

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As populações de tubarões e arraias em todo o mundo reduziram a 70% nos últimos 50 anos. Para os cientistas que analisam a fundo a situação, a pesca excessiva é a principal culpada e se as normas envolvendo a atividade não mudarem, em breve, ambos animais podem ser extintos.

Pesquisa

De acordo com um novo estudo, publicado no dia 27 de janeiro de 2021, na revista Nature, as populações de tubarões e arraias diminuíram 71,1% entre 1970 e 2018. A pesquisa aponta que três quartos das espécies estão ameaçadas de extinção. Para os cientistas, caso uma providência não seja tomada, os dados observados no estudo, podem, em um curto prazo, ser drasticamente pior.

Os pesquisadores esperam que o estudo sirva como um “alerta urgente”. “Sabendo que se trata de uma questão global, os dados são mais do que claros – são, na verdade, um aviso”, disse o pesquisador, Nick Dulvy, em um comunicado à imprensa. “Se não fizermos nada, será tarde demais. A situação na qual tubarões e arraias se encontram é pior em comparação com o clínico que observamos também em outras populações de animais”.

De um total de 31 espécies de tubarões e raias, 24 estão ameaçadas de extinção e o restante encontra-se em um quadro crítico. “O declínio das populações dessas espécies é mais acentuado do que a maioria da população de elefantes e rinocerontes – animais icônicos na condução dos esforços de conservação em terra”, disse Dulvy.

Declínio de tubarões e arraias

Para chegar a um denominador comum que retratasse o declínio, os pesquisadores usaram dois indicadores: o Índice Planeta Vivo, que mede a abundância da população, e o Índice da Lista Vermelha, que mede o risco de extinção. Embora distúrbios humanos e mudanças climáticas tenham sido considerados no estudo, os pesquisadores apontam que a pesca é a maior inimiga dos tubarões e das arraias.

A prática da atividade aumentou 1.800% desde 1970. Nesse ínterim, a pesquisa estima que, desde 2000, cerca de 63 milhões de tubarões são mortos anualmente. O animal marinho é visado tanto para o comércio da carne – a sopa de barbatana de tubarão é considerada um símbolo de status em algumas partes da Ásia – quanto para a produção de óleo.

“Podemos considerar que a pesca excessiva é uma situação alarmante, afinal, há um declínio dramático na população de alguns dos habitantes mais icônicos do oceano”, disse o pesquisador Nathan Pacoureau. “Além disso, muitos podem entrar em extinção. As baixas taxas de crescimento populacional tornam especialmente difícil para os tubarões se recuperarem da superexploração”.

Medidas de prevenção

Para os pesquisadores, métodos de conservação podem reverter o cenário, mas somente se foram implementados de forma adequada. O estudo, de acordo com os envolvidos, deve também funcionar como um aviso, o qual deve ser atendido imediatamente para “evitar o colapso da população de tubarões” – o que seria devastador para a saúde dos ecossistemas marinhos. Como um dos principais predadores do oceano, os tubarões ajudam a manter o equilíbrio da cadeia alimentar e também aumentam a saúde dos tapetes de ervas marinhas e dos recifes de coral.

A cooperação internacional é necessária para fazer um verdadeiro progresso “antes que o declínio atinja um ponto sem volta”, disseram os pesquisadores.

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