Por 
Com certeza, é possível ver a diferença de pensamentos, posicionamento, entendimento de mundo e de vários outros aspectos de geração para geração. Por exemplo, os millennials, nascidos entre 1981 e 1995, estão pensando em morar junto mas não necessariamente visando o casamento.
Anos atrás, o ato de morar junto com alguém era uma decisão praticamente no último estágio da relação antes do casamento. Há poucas décadas, os casais nem chegavam a morar juntos antes de oficializarem a união.
Embora esses casos ainda existam hoje em dia, morar junto se tornou uma coisa comum em países como o Reino Unido e os EUA. Por várias vezes, essa união não tem pretensão nenhuma de casamento no futuro.
Morar junto
Jornal contábil
Novas pesquisas no Reino Unido mostram um retrato detalhado da mudança de comportamento e postura dos millennials sobre morar junto com um parceiro amoroso pela primeira vez. Os resultados confirmaram que as gerações mais jovens estão rompendo com os hábitos e padrões do passado. Além disso, mais especificamente entre os millennials, a percepção de morar junto com a pessoa é diferente das gerações anteriores.
Segundo os pesquisadores, ao invés de ser um momento importante e que leva ao casamento, querer morar junto, para os millennials, pode ter uma relação maior com a convivência em si.
Isso prova que as gerações mais jovens estão continuando no abandono de velhos conceitos do que significa ter um parceiro, tanto agora como no futuro. O que pode ser comprovado visto que os momentos antes considerados marcantes hoje já não têm a mesma importância.
Observando as tendências de coabitação no Reino Unido, de acordo com os dados de 2018 do Instituto Nacional de Estatísticas do Reino Unido (ONS), o número de casais que moram juntos está passando o de casais casados. Esse aumento foi de mais de 25% entre 2008 e 2018.
Millennials
VIX
Esse mesmo padrão é visto nos Estados Unidos, o que mostra que os millennials estão mais dispostos a morar junto com seus parceiros do que a geração X quando eles tinham a mesma idade.
Geralmente, o fato de morar junto tem uma relação direta com o casamento, mas as gerações mais jovens estão provando que esse pode não ser o caso. Nesse ponto, pesquisadores do University College de Londres (UCL) e da Universidade Saint Andrews, no Reino Unido, analisaram as mudanças a respeito do significado atual de morar juntos.
Eles usaram os dados de duas pesquisas sobre a situação socioeconômica dos indivíduos no Reino Unido: o British Household Panel Survey e o Understanding Society. Através delas, eles examinaram 3.233 pessoas de três faixas etárias. Foram eles os nascidos entre 1974 e 1979, 1980 e 1984 e entre 1985 e 1990, observados entre 1991 e 2016.
Como resultado, eles viram que os hábitos dos grupos com relação a morar junto têm diferenças drásticas, mesmo a idade entre as gerações não sendo tão grande. A pesquisa também dá uma ideia sobre a motivação do que leva os casais a morarem juntos.
Percepção
Jetss
No caso dos millennials, eles parecem considerar morar junto como uma decisão prática. Segundo a pesquisadora do estudo, Alina Pelikh, especialista em pesquisas demográficas do UCL, das várias razões para essa decisão estão a conveniência e os benefícios econômicos.
Além delas, também tem a desestigmatização a respeito de morar junto. Esses dados obtidos confirmam outros que revelam que as pessoas aprovam morar juntas, mesmo sem ter planos de se casarem.
“Morar junto está cada vez mais se tornando uma etapa do namoro e não do casamento. Os millennials estão menos preocupados com a decisão de morar junto como um caminho rumo ao casamento. Eles não consideram morar junto uma decisão ou um evento de compromisso em um relacionamento. E acredito que isso se tornou cada vez mais real ao longo do tempo”, explicou Galena Rhoades, professora de pesquisa em psicologia e diretora do Centro de Pesquisa das Famílias da Universidade de Denver, nos Estados Unidos.
Fonte: BBC
Imagens: Jornal contabil, VIX, Jetss
Comentários