História

Por que os Estados Unidos jogaram mísseis na Síria e o que isso quer dizer?

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Na noite dessa quinta-feira (6), os Estados Unidos jogaram 59 mísseis do tipo Tomahawk contra uma base aérea localizada na Síria. O bombardeio foi feito em resposta a um ataque químico realizado em uma região controlada por rebeldes, que matou ao menos 80 pessoas. Na ocasião, líderes globais condenaram a ação do governo sírio, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os mísseis atingiram a base de Al Shayrat por volta das 4h40, horário local (ou 21h40, no horário oficial de Brasília). De acordo com o porta-voz do Pentágono, Capitão Jeff Davis, as armas foram disparadas a partir dos destróieres USS Porter e USS Ross, na intenção de destruir “aeronaves, abrigos de aviões, áreas de armazenamento de combustível, logística e munição, sistema de defesa aérea e radares”.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a base ficou “quase” completamente destruída.

Não se sabe ao certo quantas pessoas foram vítimas no bombardeio, mas a agência estatal síria declarou que nove civis foram mortos, incluindo crianças. Já o Exército da Síria declara que seis pessoas morreram, enquanto o OSDH, de oposição ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, aponta que quatro militares foram vítimas fatais.

O bombardeio foi a primeira ação direta do governo dos Estados Unidos contra o líder sírio. Até então, as ações militares norte-americanas focavam apenas em alvos do Estado Islâmico, o que mostra uma mudança significativa na ação do país na região.

O ataque é a primeira ação direta dos EUA contra Assad. Trata-se de uma mudança significativa na ação americana na região, pois até então os EUA apenas vinham atacando o Estado Islâmico. Em 2013, o então presidente Barack Obama já havia hesitado, quando confrontado sobre a sua postura perante os acontecimentos na Síria.

Agora, Donald Trump tomou a decisão sem buscar aliados e permissão do Congresso, mostrando, talvez, uma falta de preocupação com as consequências de sua ação, que o governo da Síria chamou de “irresponsável” e “imprudente”.

Trump aproveitou o ataque para cobrar a postura de outros países, declarando ser de interesse da segurança nacional de seu país conseguir prevenir e colocar fim ao uso de armas químicas mortais, como a utilizada na Síria. “Esta noite chamo todas as nações civilizadas para buscar um fim à matança e ao banho de sangue na Síria”, declarou.

A ação do governo norte-americano aconteceu cerca de 72 horas depois o ataque com armas químicas na região. Apesar da magnitude da ação militar, Trump agiu contra o que andava pregando em seus discursos. Anteriormente, ele defendia que os Estados Unidos deveriam focar em atacar o Estado Islâmico, deixando o governo Assad de lado.

De acordo com informações reveladas pelo Pentágono, o governo russo foi avisado antes do ataque, para que russos na base não fossem atingidos. Ainda assim, de acordo com o presidente Vladimir Putin, o ataque foi considerado uma “agressão a um Estado soberano” e realizado com base em motivos criados. Para os russos, o governo sírio não foi responsável por nenhum ataque químico.

Por causa disso, o chefe do Comitê de Defesa do Parlamento russo declarou que o país vai convocar uma reunião de urgência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

A guerra da Síria começou como um levante pacífico contra líder sírio Bashar al-Assad, mas se transformou num conflito extremamente violento depois que, em resposta a manifestações populares inspiradas pela Primavera Árabe, o governou tomou decisões brutais e autoritárias.

Enquanto os Estados Unidos julgam que Assad é responsável por grande parte das atrocidades e absurdos percebidos no conflito da Síria, a Rússia defende a permanência do governante no país, para defender os interesses russos na região.

Confira um pouco mais sobre o conflito sírio por meio de imagens perturbadoras que mostram como é a realidade em uma zona de guerra.

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