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Pesquisa mostra como rejeitamos pensamentos indesejados

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O pensamento e o pensar são, respectivamente, uma maneira de processo mental ou faculdade do sistema mental. Os pensamentos são fundamentais no processo de aprendizagem e também são construtores e construtivos do conhecimento, além de também serem o principal veículo do processo de conscientização.

Por ser uma coisa tão importante para nós, além de constante, ele desperta o interesse de vários cientistas, como por exemplo, em estudar o motivo de a pessoa ouvir uma música ou ver uma foto e se lembrar de alguma coisa ou alguém que queria ter esquecido.

Nesse ponto, um novo estudo discutiu como as pessoas recusam esses pensamentos, além de apontar uma forma melhor para impedir que eles aconteçam com frequência.

Pensamentos

Sonho astral

Quando uma pessoa reprime um pensamento depois que ele chega à sua consciência, se trata na realidade de um controle reativo de pensamento. De acordo com os pesquisadores, uma alternativa para isso seria o controle proativo. No caso, ele inclui esforços de antecipação e atenção direcionada. É o contrário do controle reativo, que é mais uma correção e age depois dos pensamentos indesejados já estarem na mente.

Para seu estudo, os pesquisadores fizeram um experimento em que os participantes deveriam criar associações entre palavras. Os 80 voluntários visualizaram palavras em uma tela e então digitaram uma palavra relacionada.

Com isso, os pesquisadores disseram aos voluntários que não eram permitidas conexões repetidas. Então, quando a palavra aparecesse de novo, eles teriam que digitar outra resposta. Por exemplo, se a palavra “céu” aparecesse, o voluntário poderia responder “azul”. E quando a palavra aparecesse de novo, ele poderia pensar de novo em “azul”, rejeitar esse pensamento e mudar para “nuvem”. Isso seria um caso de controle reativo.

Experimento

Galileu

Em um caso de controle proativo, o voluntário iria descartar previamente a relação com “azul” e, quando visse a palavra “céu” de novo, ele já iria responder a palavra “nuvem”.

Como resultado desse experimento, os pesquisadores puderam atestar que a maioria das pessoas faz um controle reativo dos seus pensamentos. De acordo com eles, esse tipo de controle pode ser problemático, já que os pensamentos são autorreforçados. Ou seja, ao pensar em alguma coisa, a probabilidade que esse pensamento volte aumenta.

Isso quer dizer que toda vez que as pessoas tentam rejeitar alguma coisa de maneira reativa, ela tem o potencial de se tornar mais presente. Temos como exemplo, quando uma pessoa fala “não olhe para baixo” quando se está atravessando um lugar alto.

Os pesquisadores chamaram o estudo de “se você não deixar entrar, não precisa tirar”, fazendo uma referência ao controle proativo dos pensamentos. E por mais que não seja possível evitar aqueles que são indesejados, os pesquisadores afirmam que é possível prever a volta deles e tentar barrá-los ao máximo.

Até porque, quando se sabe previamente no que se deve focar, é possível também bloquear proativamente algumas associações de interferirem naquilo que é relevante.

Resultados

Viver natural

As razões para as pessoas controlarem seus pensamentos são diferentes. Algumas podem querer fazê-lo por eles serem desagradáveis, já outros podem ser distrativos ou improdutivos.

“Embora as pessoas experimentem um pensamento indesejado antes de poder pará-lo, nossas descobertas sugerem que interromper um pensamento depois que ele aparece também impede que ele volte à mente imediatamente, permitindo que as pessoas substituam o pensamento rejeitado, em vez de permanecer em um loop sem fim”, escreveram os pesquisadores.

Ainda segundo eles, mais estudos são necessários para que se averigue como as pessoas rejeitam os pensamentos mais pessoais, mas por enquanto esse estudo deu um bom passo para entender quais são os rumos dos pensamentos.

Pensamentos por dia

Hypesience

Os pensamentos e tudo que os rodeia são bem interessantes para os pesquisadores, tanto que os cientistas da Queen’s University, no Canadá, criaram um novo método que, de forma inédita, conseguiu detectar indiretamente quando um é concluído e quando um novo começa.

Esse trabalho foi feito por  Jordan Poppenk, PhD em psicologia, e sua aluna de mestrado, Julie Tseng. Eles inventaram uma forma de isolar as “minhocas do pensamento”, que são na verdade instantes sequenciais nos quais uma pessoa está com o foco na mesma ideia.

“O que chamamos de minhocas do pensamento são pontos adjacentes em uma representação simplificada dos padrões de atividade no cérebro. O cérebro ocupa um ponto diferente nesse ‘espaço-estado’ a todo momento. Quando uma pessoa muda para um novo pensamento, ela cria uma nova minhoca do pensamento. Que podemos detectar com nossos métodos”, explicou Jordan Poppenk, Presidente de Pesquisa de Neurociência Cognitiva do Canadá.

“Também observamos que as minhocas do pensamento surgem exatamente como novos eventos enquanto as pessoas assistem a filmes. A análise desse fato nos ajudou a validar a ideia de que o surgimento de uma nova minhoca do pensamento corresponde a uma transição de pensamento”, continuou.

A capacidade de medir quando novos pensamentos surgem é um método para conseguir entrar na mente em repouso, permitindo investigar a duração e o ritmo deles quando a pessoa está sonhando acordada sobre alguma coisa.

A neurociência cognitiva teve vários avanços para conseguir “ler” os pensamentos das pessoas, usando equipamentos de imagem cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI).

A limitação é que os cientistas precisam ter modelos para todos os pensamentos que querem observar. E criar esses modelos é dispendioso e lento. Por isso, os cientistas acabam se limitando ao menor número possível de pensamentos diferentes.

E quando Poppenk e sua equipe desistiram de tentar entender exatamente o que a pessoa estava pensando e focaram no fato de que, quando ela muda de pensamento, isso é como ter criado um método para identificar as pontuações em uma frase de linguagem da mente, mesmo não entendendo o que está escrito e sem entender a gramática.

Com as medições de quando um pensamento começa e termina, Tseng e Poppenk preveem que uma pessoa tenha, em média, 6,2 mil por dia.

Fonte: Superinteressante, Mental flix

Imagens: Sonho astral, Galileu, Viver natural, Hypescience

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