Ciência e Tecnologia

Por que os ratos são usados como cobaias?

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Embora diversas campanhas repudiem a realização de testes em animais nos dias atuais, esse processo ainda ocorre em diversas marcas brasileiras ou internacionais. O uso de animais como cobaias teve início em 1982 e acontece, principalmente, com ratos.

Apesar do uso mais comum de ratos e, mesmo com os questionamentos a respeito da prática, existem diversas espécies liberadas pelo Comitê de Ética Animal para testes. Cães, gatos, macacos, coelhos, porcos e porquinhos-da-índia estão liberados para ser usados em determinados testes. Mas há alguma explicação sobre a preferência pelo uso de ratos?

Com certeza sim. O rato é escolhido para experiências por vários fatores. Uma delas é pela fisiologia, que é bem semelhante à fisiologia dos humanos. O genoma humano é composto por 30 mil genes, assim como o dos roedores. A descoberta aconteceu em 1990, através do projeto Genoma Humano. O que nos diferencia desses animais são apenas 300 genes, aproximadamente.

Além disso, o período de gestação dos ratos é de apenas 21 dias, o que faz com que os resultados das experiências possam ser checados rapidamente. Outro ponto é que as fêmeas dão de três a seis ninhadas por ano, o que as torna extremamente vantajosas quando o desejo do cientista é testar o efeito dos medicamentos sobre os descendentes.

Um outro motivo para a escolha de ratos é que, por serem animais de porte pequeno, eles ocupam menos espaço e dão poucos custos para os pesquisadores. Além disso, eles se adaptam rapidamente a novos ambientes e têm vida estimada de no máximo três anos, o que permite que várias gerações de ratos sejam observadas em curtos períodos de tempo.

AFP

Nos dias atuais, algumas áreas não necessitam mais dos testes em animais, como no ramo de cosméticos, por exemplo. Nesses casos, os testes in vitro já são suficientes para revelar se tal produto traz risco aos humanos.

Porém, na pesquisa de fármacos, vacinas e doenças ainda não é possível dispensar os animais. Para essas áreas, os avanços da genética e da biologia molecular permitem que os pesquisadores ‘fabriquem’ as cobaias de acordo com suas necessidades de estudo.

Como funcionam os testes

O Comitê de Ética Animal propõe regras para que o bem-estar dos animais seja mantido. Ou seja, existem determinações para que eles não sintam frio, fome, dor, entre outros sofrimentos. Partindo disto, os testes são realizados.

Em casos de testes de remédios, o que acontece é a indução da doença nos roedores e administração do tratamento para ver se são eficazes ou não. Sendo assim, o objetivo dos testes é entender como as doenças se desenvolvem e como uma vacina ou medicamento irá agir no organismo.

As pesquisas também informam a melhor dosagem a ser utilizada, entre outros fatores. Em casos de estudos de tratamentos de tumor, a doença é induzida no animal e, posteriormente, tratada. Os roedores são constantemente usados em testes comportamentais, sensoriais, de idade e nutrição.

Além disso, eles costumam ser usados em pesquisas de infecções virais e bacterianas, doenças respiratórias, como asma, doenças como ansiedade, depressão, autismo, hipertensão, diabetes, apoplexia, obesidade, catarata, mal de Parkinson, Alzheimer, fibroses, HIV, surdez, doenças do coração, distrofia muscular e problemas na medula espinhal.

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