Para conseguirmos explorar outros planetas e colonizar outros mundos, a primeira coisa que devemos encontrar é um local que seu campo gravitacional permita que nosso corpo sobreviva. Isso porque, caso a gravidade do planeta seja muito forte, todo o sangue do corpo de uma pessoa poderia ser “puxado” para as pernas, e seus ossos poderiam se partir.
Um artigo pré-publicado em um arquivo eletrotônico de artigos científicos, o ArXiv, três físicos alegaram que o campo gravitacional máximo que os humanos poderiam suportar a longo prazo é de até quatro vezes e meia o campo gravitacional da Terra. A não ser que, por acaso, você seja um ser humano capaz de aguentar cerca de meia tonelada em suas costas diariamente.
Nikola Poljak, da Universidade de Zagreb, na Croácia, e alguns outros cientistas, buscando descobrir a maior força que o corpo humano poderia suportar calcularam pela primeira vez o quanto resiste os ossos humanos à compressão. Usando um osso médio de mamíferos, estimou-se que um esqueleto humano poderia aguentar uma força gravitacional cerca de 90 vezes a gravidade da Terra.
Entretanto, isso seria com o corpo em repouso. Quando nos movimentamos, o estresse em nossos ossos aumentam em um fator de dez. Dessa forma poderíamos correr em um planeta cujo campo gravitacional é cerca de 10 vezes o da Terra antes que nosso coração cedesse e anunciasse nosso fim.
Por outro lado, a capacidade de resistência a gravidade do esqueleto de nada adianta se os músculos não são fortes o suficiente para te ajudar a se levantar e a caminhar, por exemplo. Segundo os cálculos de Poljak, em um campo gravitacional de até 5 vezes o da Terra, mesmo um atleta super bem preparado não seria capaz de se levantar, caso ele estivesse sentado.
Quando se trata do máximo de gravidade sobre a qual poderíamos ao menos caminhar, a equipe, em termos de comparação, se lembra de um feito do islandês Hafor Júlio Björnsson. O forte homem conseguiu subir cinco degraus com uma tora de madeira de peso de cerca de 648 kg em suas costas, quebrando um recorde de mil anos.
Para Poljak, a comparação com o feito do islandês é valida por que nos ajuda a compreender como funciona o peso de um campo gravitacional forte, que segundo ele, muito se parece bastante com um peso enorme sobre os ombros. Através de cálculos usando o peso de Björnsson e da tora de madeira, o cientista e equipe concluíram que a pessoa mais forte apenas conseguiria dar alguns passos em um exoplaneta com gravidade em torno de 4,6 vezes a da Terra.
Mesmo em um exoplaneta com campo gravitacional entre 3 a 4 vezes o da Terra, os pesquisadores estimam que uma pessoa comum ainda precisaria de um rigoroso treinamento para poder aumentar sua força muscular, beirando a força e um atleta de elite. “Agora sabemos que não há sentido em estabelecer planetas com altos valores gravitacionais”, afirmou Poljak.
Entretanto, o cientista acredita que o estudo pode ajudar a focar na busca de um exoplaneta habitável. Muitos exoplanetas rochosos que já foram encontrados são muito maiores que a Terra. E, é difícil mensurar a gravidade de um planeta sem ir até ele, devido a variação da densidade.
Existem cerca de 3605 exoplanetas confirmados, os quais 594 já sabemos o raios e as massas e que possibilitam o calculo para determinar sua gravidade. Os calcaulos de Poljak afirmam que 422 deles tem gravidade igual ou inferior a 3,5 vezes de nosso planeta. Existem outros 35 exoplanetas os quais Björnsson poderia dar uma voltinha rápida.
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